Embalagens biodegradáveis ainda não são a solução para o meio ambiente

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Celebrou-se com entusiasmo, a aprovação pela Câmara Municipal de Ponte Nova do projeto de lei de autoria do vereador Zé Roberto Júnior (Rede). O prefeito sancionou o projeto que prevê a troca das atuais embalagens de plástico de polietileno, derivada do petróleo, combustível poluidor, pelas embalagens oxibiodegradáveis.

As embalagens oxibiodegradáveis é de plástico PLA (poliácido lático), a mais utilizada dentre as biodegradáveis. Em sua produção, as bactérias produzem ácido lático durante a fermentação de milho, beterraba e mandioca, vegetais ricos em amido. Esse material é reciclável, biocompatível e bioabsorvível, obtido de fontes renováveis, que quando descartado corretamente, transforma-se em substâncias consideradas inofensivas (há controvérsias) por ser degradado pela água.

Um estudo realizado pelo Instituto Plastivida, e que consta no site da ABES (Associação Basileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), aponta que as novas sacolas plásticas são ainda mais perigosas para a natureza. De acordo com o estudo, na presença de luz a embalagem oxibiodegradável sofre reações na cadeia polimérica e se transforma em pequenos fragmentos, de 1 cm a 2 cm quadrados, que são lançados no ambiente e causam problemas ainda maiores que a sacola tradicional.

A indústria do plástico, para não abolir as sacolas, decidiu criar outro modelo, mais resistente e com processo de decomposição mais rápido. A promessa é que as sacolas oxibiodegradáveis se decomponham completamente em apenas 06 (seis) meses. Os comerciantes, hamburguerias, trailers e outros ramos têm 15 meses para trocar as sacolas, mas o projeto encontra resistência, pois que vai pagar é o consumidor, pois as oxibiodegradáveis.

Outras desvantagens do PLA e que pode ser misturado com plásticos não biodegradáveis e mesmo assim, continuar sendo classificado como biodegradável. A embalagem de celofane, pouco divulgada, é feita de celulose, é biodegradável e compostável, e pode ser utilizada para alimentos, lembrancinhas, cosméticos secos. Porém, não pode ser utilizada para embalar substâncias aquosas e não pode ser reciclada, tornando seu uso inviável.

Também existem as embalagens feitas de resíduos vegetais, como as de milho, bagaço de cana de açúcar, cogumelo, entre outras. São biodegradáveis e cada uma possui suas vantagens e características únicas, porém, a desvantagem de todas elas é o custo elevado para produção.

Pensando em termos de preservação ambiental e diminuição da geração de resíduos, as diversas opções de embalagens biodegradáveis seriam excelentes. Porém, vivemos em um mundo rodeado por vulnerabilidade social, com condição financeira precária e educação ambiental pouco disseminada em diversos países.

É possível diminuir a uso das sacolas plásticas, algumas atitudes podem ajudar e muito nessa conquista:

01) Levar sua sacola na hora das compras. Não importa se a quantidade não é suficiente, pelo menos, boa parte das sacolas destinadas a isso não serão utilizadas;

02) Ecobag’s ou sacolas de feira. Elas são feitas de matérias resistentes e podem ser utilizadas por muito tempo;

03) Se precisar transportar um grande número de compras, opte pelo uso das caixas de papelão.

(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

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