Associação revitaliza a nascente de Copacabana, que fica na margem esquerda do ramal ferroviário
A Associação Comunitária de Moradores e Amigos do Bairro Copacabana e Adjacências (AmaCopa) fará parceria com o Núcleo de Preservação Ferroviária de Ponte Nova (Ferropon), com o objetivo de resgatar a história da ferrovia e promover ações para a retomada do funcionamento do trecho do ramal ferroviário no Bairro Copacabana. Não para trens de carga, mas para aproveitar o espaço como área de lazer e contato com a natureza. Segundo cálculos dos integrantes da AmaCopa, os trilhos estão intactos e o caminho a ser percorrido, cerca de 03 (três) quilômetros, passa pela nascente que irriga o chafariz (mina) de Copacabana, belas paisagens rurais. Os trilhos também passam por cima de um córrego. O presidente da AmaCopa, Marcinho de Belim, já manteve contatos com um dos integrantes do Ferropon (Alfredo Padovani), que cederá o Biciclotrem Turístico e pranchões para recomposição do leito ferroviário.
Enquanto isso, a AmaCopa, prepara terreno para implantação da Horta Comunitária em parceria com a Semam (secretaria Municipal de Meio Ambiente) e a implantação de uma Unidade de Conservação com mais de 03 (três) mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica. Desde o início do mês, são realizados trabalhos de recuperação da área anexa à nascente, com desentupimento da calha da rede ferroviária que acumula água, sendo atrativo para criatório de larvas do mosquito Aedes aegipty, transmissor de dengue, zika e chikungunya, doenças que podem levar à morte.
A Estrada de Ferro Leopoldina foi a primeira ferrovia implantada no atual estado de Minas Gerais na região Sudeste do Brasil. Inaugurada em 1874, expandiu-se principalmente no estado do Rio der Janeiro e chegou até Vitória, no estado do Espírito Santo. Em Ponte Nova ela chegou em 1886, com a inauguração das estações de Rio Doce (era distrito de Ponte Nova) e Chopotó, pelo imperador D. Pedro II.
Em 1957 foi incorporada pela Rede Ferroviária Federal (RFFSA), sendo que parte da malha foi revitalizada com a aquisição de novas locomotivas a diesel e elétricas, automotrizes, carros de passageiros em açocarbono e vagões de diversos tipos, além da melhoria acentuada da via permanente. Porém, esta fase também foi marcada por um progressivo declínio, com a supressão de vários ramais.
Em Ponte Nova, a Rede Ferroviária Federal encerrou suas atividades ainda nos primeiros anos da década de 1980, deixando ramais abandonados, como o que passa pelo Bairro Copaca-bana, hoje um dos poucos remanescentes. Os outros foram arrancados e deram lugar a ruas e estradas rurais. “O resgate deste trecho, com a implantação do Biclotrem, é para não deixar a história morrer. Era muito progresso, muitos empregos e muita alegria. Eu convivi com isso. A AmaCopa quer que as gerações atuais e as futuras façam parte de uma história fabulosa”, disse Marcinho de Belim.