No dia 19 de agosto, o ex-conselheiro Tutelar, Fabrício Castro da Silva, ocupou a Tribuna Livre da Câmara Municipal e mostrou uma realidade sobre o Conselho Tutelar, de total desconhecimento dos vereadores e da população em geral, com problemas estruturais, falta de organização administrativa interna e até problemas com geladeira e com o carro de apoio aos conselheiros tutelares em suas intervenções externas.
Fabrício contou que foi eleito em 2019 para o mandato de 2020 a 2024 como Conselheiro Tutelar e que, no mês passado, saiu da função, por questões de saúde. Durante a fala, ele exibiu imagens da sede do Conselho Tutelar. “O lugar parecendo que estava praticamente abandona do e sucateado. Mexi, revirei e, hoje, pelo menos até a última data que eu estive lá, deixei ele assim”, disse ao mostrar uma foto do espaço organizado.
Fabrício relatou problemas com o veículo do Conselho, o que trouxe transtornos para o atendimento adequado. Também expôs dificuldades para conseguir o conserto de uma das 02 (duas) geladeiras do setor. “Consertaram a geladeira que teve o orçamento mais barato, mas que gasta o dobro e meio ou mais de energia e que é difícil para fazer a limpeza, tem que esperar descongelar”, observou.
A situação dos conselheiros também foi questionada por Fabrício. “Se o conselheiro bate ponto, trabalha em local cedido pela Prefeitura, é mantido pela Prefeitura, tem motoristas e servidores cedidos pela Prefeitura, ele não deveria ser equiparado ao servidor público mesmo ocupando o seu cargo através do voto? O conselheiro tutelar é um servidor público sim”, afirmou.
Em relação à carga horária dos conselheiros, o participante da Tribuna Livre disse que, atualmente, ela é de 40 horas semanais. “Acredito que compete à administração cobrar somente a respeito da carga horária semanal, que é de 40 horas, e não sobre a carga horária diária de 08 (oito) horas. Claro que se levar ao pé da letra dividimos 40 por 05 (cinco) e o resultado é 08 (oito). Mas é o plantão? Então, não pode ser uma carga horária diária somada através de uma conta simples”, pontuou.
Ele disse aos vereadores presentes e por meio das redes digitais que saiu para dar atenção à sua saúde mental. “Eu saí do conselho atendendo a um pedido da minha saúde mental, porque não havia condições de trabalhos adequadas. Eu renunciei ao cargo e digo a vocês que outros conselheiros também vão renunciar, só estão aguardando uma oportunidade para sair”, alertou.
Após a explanação, os vereadores parabenizaram pela presença do participante na reunião e apresentaram questionamentos sobre o assunto. Ficou definido que a Comissão de Serviços Públicos Municipais dará prosseguimento a discussão dos assuntos propostos. Serão ouvidos os membros do Conselho Tutelar e autoridades municipais para orientar as ações do Legislativo ponte-novense.