O crescimento da inflação preocupa a equipe econômica do Governo e o consumidor. Os indicadores do momento acenam com performance acima da média prevista. Em se tratando de inflação, boa é aquela que se mantém dentro do previsto. Aumento fora desse patamar, eleva os preços dos bens e serviços diminuindo o valor da moeda e consequentemente, o poder de compra. Outro efeito indesejado vem com as incertezas na economia. Inflação alta inibe investimentos e afeta o crescimento econômico. Os preços em alta e salários em processo de queda, penalizam o consumidor de baixa renda.
Algumas variáveis são responsáveis pela instabilidade. A política equivocada de precificação dos combustíveis precisa ser revista. O Brasil é autossuficiente em petróleo. Não se justifica utilizar o preço do mercado internacional e variação cambial (dólar) para valorizar um produto cujos custos e vendas são feitas em REAL. A Petrobras capitaliza lucros faraônicos e remunera generosamente os acionistas. Essa farra é feita com o dinheiro do consumidor. Na última quarta-feira, 29 de setembro, o combustível aumentou. Na sexta (1º/10) sobe novamente por conta do aumento do ICMS. O preço dos combustíveis desencadeia uma série de aumentos.
As comodities com alta de consumo no mundo também pressionam a inflação. Exportar em dólar favorece a balança comercial e principalmente o agronegócio. A próxima produção de soja já está vendida. A carne tem mercado aquecido. O arroz encontra melhores preços no mercado externo. O Brasil firmou contrato para importar 6,3 milhões de toneladas de trigo. Na virada 21/22 esse volume se somará ao estoque regulador de 311 mil toneladas. Não somos autossuficientes na produção de trigo. As importações são feias na moeda americana e pressionarão os preços para cima.
As exportações do Etanol Combustível (álcool) comprometem o abastecimento interno. O açúcar também entra nessa ciranda. O produtor ao ser pressionado para suprir a demanda interna o faz elevando preços. O risco de desabastecimento vem sendo administrado com alta nos preços. Os estoques reguladores de outrora parecem insuficientes. Eles eram eficazes, mantinham o equilíbrio dos preços, favorecia o consumidor e a economia. Com o câmbio do dólar em patamar alto, fica difícil segurar os bons negócios que se apresentam aos exportadores. Além da boa política de apoio ao agronegócio, o Governo Federal precisa de estratégias de abastecimento interno. O consumidor já não suporta pagar essa conta.
Entre outros efeitos nocivos, a inflação distorce preços, impacta na distribuição de renda e inibe investimentos. Planejamento de longo prazo acabam nas gavetas e conspira contra a geração de empregos. Os efeitos são devastadores e vão sendo sentidos dia-pós-dia. Inflação significa aumento generalizado e contínuo dos preços de bens e serviços. O dinheiro perde valor. Independentemente da metodologia que se utiliza para medir o fenômeno, ela penaliza e impõe aos mais pobres uma espécie de imposto adicional. Esse é o grande mal.
No Banco Central a preocupação é com o aumento da dívida pública. A taxa SELIC deve fechar 2021 na casa de 9% ao ano. O crédito ao consumidor ficará mais caro. Quem planeja comprar bem de consumo durável a hora é agora. BOA SEMANA!