O Papa Francisco, Hermano argentino da cidade de Buenos Aires, capital do Tango, nascido Jorge Mario Bergoglio, exortou, recentemente, os fiéis a retirarem seus investimentos das indústrias automobilísticas e aplicá-los em causas sustentáveis, mas que dão lucro também sem exaurir a natureza e sim protegê-la para que a biodiversidade permaneça intacta evitando assim o aquecimento global.
Melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês, como são conhecidas internacionalmente) vêm recebendo atenção mundial por estarem associadas a negócios sólidos, baixo custo de capital e melhor resiliência contra riscos associados a clima e sustentabilidade.
A preocupação com um futuro mais sustentável foi consolidada pela ONU com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Neste documento, questões antes subjetivas ganharam metas quantitativas a serem atingidas e buscadas. Para o mundo dos investimentos, isso também significa uma mudança na rota. Ou melhor, a inclusão de uma nova rota: a dos investimentos que levam em conta critérios de sustentabilidade.
Confesso que li alguns trechos de encíclicas. Não me interessaram por serem pegajosas, metidas a ensinar a vida que devemos levar. A chamada cristianização/evangelização que orienta os tratados e dogmas da Igreja Católica. Mas, enfim consegui ler de ponta a cabeça a Enciclica Laudato Si, idealizada pelo Papa Francisco.
Antes que alguém me chama de ateu, afirmo que sou agnóstico, não tenho religião e tenho dúvida acerca da existência de Deus. O principal homem da humanidade foi Jesus Cristo, a quem reverencio junto com Francisco de Assis e Che Guevara. O Papa Francisco é um ser iluminado e foi o primeiro Papa a defender o meio ambiente de forma clara e concisa. Ele não prega apenas a defesa da natureza, mas entende que o homem pode conviver com a natureza e dela tirar sustento, sem prejudicá-la.
No prefácio da Encíclica Laudato SI (Se Elogiado) ele evoca o patrono da ecologia: “Louvado sejas, meu Senhor”, cantava São Francisco de Assis. Neste gracioso cântico, recordava-nos que a nossa casa comum se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços: «Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã, a mãe terra, que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras”.
Ainda que a tendência de consumidores cada vez mais interessados em produtos e serviços que tenham impacto positivo no meio ambiente e na sociedade se alastre pelo Brasil, o país ainda está atrás no tema. No exterior esta já é uma exigência, muitas vezes considerada fundamental pelo investidor estrangeiro, principalmente o institucional. Para profissionais qualificados, consequentemente, a tendência é que a busca também cresça nesta área.
Bons exemplos brotaram em Ponte Nova nos últimos anos, mercê de uma luta hercúlea de poucos ambientalistas: única cidade do Brasil que proibiu as práticas de garimpo em seu território (1990); proibiu a construção de hidrelétricas com a tecnologia ultrapassada de barramento do Rio Piranga (2008); criou uma Cooperativa de Recicladores de Papel (2012); Bartofil Distribuidora recicla 95% em seu Centro de Distribuição (CD) e aplica recursos na aquisição da produção de vassouras fabricadas a partir de fios de garrafa PET, pela Coorpnova.