As opiniões pessimistas de que a pandemia está colocando em risco a globalização não tem fundamentos. Os acordos comerciais de livre comércio firmados a partir de organizações como a União Europeia (exceto o Reino Unido), Mercosul, Nafta e outras, continuarão válidas. O princípio básico desses acordos está em quem tem vende para quem não tem. Esse intercâmbio tem conotação humanitária. Os acordos do livre comércio levam as taxas tributárias para níveis baixos. Com isso, países com economias mais frágeis conseguem acesso a importação de alimentos, medicamentos e outros insumos para consumo humano. Mesmo que os modelos necessitem de aperfeiçoamentos, os resultados são bons.
Quando me refiro à aperfeiçoamentos, a referência é pelos mecanismos ainda utilizados para proteção, como as sobretaxas, de alguns países signatários dos acordos, como EUA, Correia do Sul, Japão e outros. Não há solução para curto prazo porque a tendência continua sendo a de “farinha pouca, meu pirão primeiro”. O Brasil é grande produtor de alimentos e minérios. As exportações trazem superavit a balança comercial e esse nível alto de negócios, aquece a economia interna. A geração de empregos e tributos são beneficiadas. Neste cenário, a OMC – Organização Mundial do Comércio atua como mediadora. Mas não consegue ser isenta porque a interferência política no órgão existe.
Com o lockdown induzido pela pandemia da COVID-19, o mundo entrou em slow motion. As consequências vêm sendo sentidas com a falta de matérias primas, insumos e até alimentos. Recentemente a Inglaterra importou do Brasil 40 toneladas extras de café. Lá, a distribuição de combustíveis foi comprometida levando ao fechamento de vários Postos de Abastecimento por falta do produto. Segundo o governo britânico, não há falta do produto e sim problemas de transporte. Estima-se que no Reino Unido há falta de 100 mil caminhoneiros. Esta carência foi agravada pela Pandemia, falta de incentivos públicos e ao Brexit (Britain (Bretanha) e “Exit” (saída) da Comunidade Econômica Europeia. Os Bretões não se prepararam adequadamente para a saída.
Com o Brexit voltaram as velhas e rígidas regras britânicas para a entrada de mão de obra, produtos e intercâmbios. Motoristas dos demais países da Europa se negam a viajar para o Reino Unido porque a regra não permite que eles façam frete de retorno. Com o custo de vida, combustível e taxas altas, esses profissionais preferem outros destinos. Fechar-se em si mesmo não parece ter sido a melhor escolha. A Grã-Bretanha é o exemplo mais recente de que a abertura da economia mundial, chamada de globalização, é o melhor modelo de sustentabilidade econômica hoje existente.
A tendência é que os acordos comerciais existentes sejam ampliados num futuro próximo. O potencial do Brasil através do agronegócio, minérios, manufaturados e outras commodities, coloca o país em grau de excelência para atrais investimentos. Não é exagero afirmar-se que somos o celeiro do mundo. Os entraves para a consolidação dessa posição ficam por conta da instabilidade política e do jogo de interesses pessoais que levam a corrupção e atrapalham quem trabalha e produz. Precisamos deixar de ser o país do futuro e ser o do presente. BOA SEMANA!