Torcida organizada REInaGalo comemorou a data com festa regada a cerveja e churrascão
Ele tinha 14 anos e alguns meses de idade, quando Barbatana, outro mineiro de Ponte Nova, nascido em terras da Usina Anna Florência veio buscá-lo no dia 07 de setembro para treinar na equipe de base do Clube Atlético Mineiro. Quem comandava a equipe titular, com Dario, era o mestre Telê Santana, que ganhou o 1º título brasileiro, em 1971, ano em que Zé Caburé, apelido de Reinaldo, foi para Belo Horizonte. Para comemorar esta data, a torcida organizada REInaGalo fez festa com a presença do Rei, no sábado, dia 23 de outubro. Churrasco e emoção no Restaurante Moenda, na Rua da Cerâmica, em Ponte Nova.
A Globo Play exibiu no domingo, dia 24 de outubro, durante o programa “Esporte Espetacular”, documentário de 08m47s, com externas gravadas em Ponte Nova, onde aparecem a Escola Estadual Senador Antônio Martins, amigos e companheiro de clube, como João Bolinha, que era o massagista na época em que ele jogava no infantil da Sociedade Esportiva 1º de Maio, seu clube do coração, embora ele tenha jogado também na equipe de meninos do Pontenovense, com Rodolfo Alves Costa, falecido recentemente.
Na matéria jornalística veiculada do domingo, dia 24 de outubro, o repórter Guto Rabelo acompanha Reinaldo que disse: “retornar à minha terra natal, Ponte Nova, é uma alegria e emoção também. Meu pai (Mário) era meu fã, e enquanto ele esteve vivo eu joguei bola para ele. Fui batizado aqui na Matriz de São Sebastião. Ali eu recebi a benção, uma luz que iluminou o meu caminho no futebol”, disse o Rei, emocionado.
“No dia em que ele (Reinaldo nasceu, seu pai disse: “nasceu mais um Caburé lá em casa! Caburé é porque tem aquela avezinha que anda só de noite, é zoiudo, tem um olho grande. Ele disse, nasceu um Caburé lá, que ele tem só olho”, disse Chico da Loteria, amigo de infância de Reinaldo Lima.
Segundo a reportagem, a visita de Reinaldo a Ponte Nova e indo até o número 466 da Rua Presidente Antônio Carlos, mexeu com a vizinhança. “Meu mundo em Ponte Nova era o futebol na rua, pegar fruta no quintal, engraxar sapato e estudar”, disse o Rei. Na escola estadual Senador Antônio Martins que tem mais de 100 anos o repórter encontrou um relatório com as médias anuais do Rei. “Adivinha qual nota quase sempre aparecia antes do nome de José Reinaldo de Lima? 9, o mesmo número que o consagrou no futebol”, ressaltou Guto Rabelo.
Ao falar sobre a Sociedade Esportiva 1º de Maio, Reinaldo disse à Rede Globo que era muito bom jogar lá: “no 1º de Maio era bom porque no domingo de manhã era jogo do infantil, e eu metia gol pra caramba. Meu pai ficava na arquibancada. Ele assistia tudo (emocionado). Ele também me exigia muito. Mesmo eu marcando, um, dois gols, ele sempre pedia mais. Ele sabia, gostava que eu jogasse, mas não sabia que eu iria atingir tanto a glória. Assim, ele não imaginava. Quando eu fazia um gol, eu corria procurando o meu pai”, disse Reinaldo, que não conseguiu esconder a emoção e ficou com os olhos cheios de lágrimas.
“Era um cara fominha, que acabava de sair daqui do campo (Campo do 1º de maio) e ia para poeira, para a peladinha no meio da rua por aí. Era um fenômeno, com certeza! Reinaldo, todo jogo era 01 (um), 02 (dois gols) ”, disse Ica de Bitota, seu primo. “Eu vinha para ver ele jogando”, corrobou João Bolinha, outro amigo que trabalhou na 1º de Maio como massagista da equipe principal.
A fama do Zé Caburé chegou aos ouvidos de Barbatana (também de Ponte Nova, nascido em Anna Florência) que era técnico do time juvenil do Atlético. Ele veio fazer um amistoso em Ponte Nova. Quando ficou sabendo que o Reinaldo era de outra categoria e não ia jogar, o Barbatana ficou maluco, e quis saber onde poderia encontrá-lo.
Foi achá-lo no centro da cidade. Era dia 07 de setembro de 1971 e o Reinaldo veio de bicicleta participar do desfile da Independência, no Centro Histórico, quando recebeu o convite para viajar para Belo Horizonte e fazer um teste no Atlético.