Depilar ou não a região íntima? E se eu for depilar, qual o melhor método para isso? Essa é uma decisão muito pessoal. O que se pode afirmar é que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, depilar não é condição necessária para uma boa higiene íntima, que nada tem a ver com a presença ou ausência de pelos.
A lógica é a mesma da cabeça, conforme explica a dra. Daniele Duarte, ginecologista e mastologista pela Universidade de São Paulo (USP): quem tem cabelo consegue higienizar o couro cabeludo, normalmente. Por que seria diferente lá embaixo?
“Além disso, não existem estudos relacionando a prevalência de infecções transmissíveis e a presença de pelos. A preferência pela depilação ou não depende muito de fatores culturais e sociais. Por exemplo, um estudo brasileiro de 2017 encontrou uma maior preferência pela depilação íntima em mulheres jovens e com vida sexualmente ativa no Brasil. Ou seja, parece estar mais presente na cultura por aqui”, afirma a médica.
Quando se fala sobre os métodos disponíveis para depilação, não há uma recomendação específica. Quem optar por fazer o procedimento, deve escolher aquele com que se adapta melhor e se sente mais confortável. O importante é observar como sua pele reagirá ao processo.
ALGUNS CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS
Lâminas: evite cortar os pelos no sentido contrário ao crescimento (passe a lâmina sempre no mesmo sentido do pelo), use lâminas sempre novas e utilize um espelho para evitar possíveis cortes;
Cremes depilatórios: assim como sabonetes e desodorantes íntimos, eles podem predispor a alergias, e isso é imprevisível. Antes do uso, faça um pequeno teste com o produto e observe se há reação alérgica. Caso isso ocorra, suspenda o uso;
Cera: sempre se certifique que a cera é nova e não é reutilizada, especialmente quando você fizer a depilação fora de casa. Ceras também podem transmitir agentes infecciosos. Usar algum tipo de produto antes da depilação também fica a critério de cada pessoa, segundo a dra. Daniele. “Mas vale lembrar que tanto o atrito mecânico da lâmina quanto esses produtos pré- depilação (como géis e espumas) podem levar ao aumento da sensibilidade e irritação”.
A ginecologista Dra. Daniele Duarte diz que raspar tudo é uma questão ainda controversa. Segundo ela, alguns estudos já mostraram maior prevalência de infecções, como o molusco contagioso, HPV e herpes genital em mulheres que fazem a depilação total da região.
“O mecanismo possível para isso acontecer seriam justamente as pequenas lesões da pele, que como dissemos acima, favorecem a invasão de agentes presentes na pele e mesmo daqueles que são transmitidos no sexo”, encerra Dra. Daniele Duarte.