O medo é a principal tormenta que se abate sobre as pessoas. Informações falsas se sobrepondo às verdadeiras criam um conflito de foro íntimo. As pessoas estão com medo e o relacionamento social passa por uma metamorfose que levaremos algum tempo, pós-pandemia, para assimilar e romper com as muitas reservas trazidas pela COVID-19. Entre verdades e mentiras, chama a atenção uma que viralizou nas redes sociais. Mais de 215 mil interações e compartilhamentos difundiram a inverdade de que, desde 1320, a cada ciclo de 100 anos uma pandemia assola a humanidade. Chegaram a atribuir como castigo vindo de Deus.
Para desfazer a “Fake News” de que a COVID-19 segue um padrão de epidemias virais que ocorrem a cada 100 anos é só conferir em fontes confiáveis. Como exemplo cito as de 1320 (peste bubônica) e 1420 (peste negra). Acontece que as duas são a mesma coisa nominadas de forma diferente. E tem a de 1520 em que a varíola teria dizimado o povo Asteca. A história nos dá conta que esse povo foi vítima da “salmonela”. Essa onde de mentiras pode ser resultado do isolamento social. Pessoas irresponsáveis estão ocupando o tempo de recolhimento, e a partir de seu “home office” dão vazão às suas frustrações difundindo o medo e se vangloriando pelos números de acessos obtidos. Para esses produtores de “Fake News” é a glória e estímulo para continuar a obra.
O maior desafio que enfrentamos nessa pandemia é obter boa informação. É verdade que misturaram a saúde com política, e amparados por parte da grande mídia, estão semeando o pânico e direcionando responsabilidades para canais errados. Tudo aquilo que se alimenta cresce, nos ensina o velho ditado. Se alimentamos o medo, a tristeza e a mágoa, estaremos desgastando nossa saúde mental e nos tornando frágeis. A força do pensamento positivo é crucial neste momento. Precisamos de paz para enfrentar as restrições de mobilidade, hoje necessárias para a preservação da saúde.
No início desta semana houve reabertura de mais alguns segmentos da economia, como lojas de confecções, calçados, eletrônicos e outros, com extensão do horário para até às 18 horas. Os serviços essenciais continuam com horários diferenciados. É preciso entender que a flexibilização não significa que o vírus deixou de infectar as pessoas. Neste momento ele está presente no interior e o número de contaminações é preocupante. A flexibilização para retomada das atividades vem muito da estrutura da área de saúde e a disponibilidade de leitos para tratamento. Em segundo plano está a necessidade de se dar fôlego às empresas fechadas por mais de 120 dias.
Até onde está pandemia vai nos arrastar? Os testes em humanos com a vacina de Oxford começaram em 30 de junho e até o final do ano os voluntários serão acompanhados e a geração de anticorpos medidas. Os padrões são da OMS – Organização Mundial da Saúde. As medidas protocolares são necessárias para então ser liberada com segurança para a vacinação em massa. Se a fase de teste vai até dezembro, estimo que a vacina estará disponível no segundo trimestre de 2021. Até lá, vamos precisar de solidariedade e manter os cuidados de prevenção. BOA SEMANA!