A Delegacia de Polícia Civil concluiu investigação sobre a morte de um preso ocorrida dentro da cela 77 da ala 6 no último dia 5 de setembro, no Complexo Penitenciário de Ponte Nova. A vítima, Ronald Araújo Vilas Boas Ferreira de 23 anos, foi trocada de cela e, no começo da noite, dois presos utilizaram de uma corda feita com lençol para enforcá-lo enquanto um terceiro desferiu golpes com um instrumento perfurante no preso, o levando ao óbito.
Os autores foram identificados, sendo que dois deles confessaram o crime ao delegado, Gilzan Lessa, enquanto o terceiro negou participação, mas a investigação demonstrou que a atuação dele ocorreu, além de que ele já havia falado que iria conseguir sua transferência de presídio de qualquer maneira e havia sido encontrado com um “chucho” instrumento perfurante feito pelos presos com vergalhão e outros objetos, semelhante ao usado para matar a vítima.
A vítima estava sendo apontada pelos presos como quem furtava drogas e objetos, além de ter dívida de drogas com alguns deles.
Os três presos foram indiciados por homicídio consumado, com duas qualificadoras, a do motivo torpe (visando a transferência de presidio) e a emboscada, além de usarem de recurso que dificultou a defesa da vítima – superioridade numérica.
Aplicação da norma trazida pelo Pacote Anticrime
A pena para esse crime, havendo condenação, tendo em vista que os três presos são reincidentes em crimes hediondos, pode chegar a 30 anos de reclusão e a progressão de regime desse crime só poderá ocorrer após cumprirem 50% da pena. Além disso, não terão direito à saída temporária nem livramento condicional, segundo a nova redação dada pelo Pacote Anticrime. Outros dois homicídios contra presos do Complexo Penitenciário de Ponte Nova estão em fase final de esclarecimentos e devem ser encerrados na próxima semana.