Ministro da Fazenda Fernando Haddad tem a tarefa mais difícil do atual governo. Abastecer os cofres para fazer frente ao crescente custo do Estado. Num cenário de inflação e contenção mundial, Haddad se vê ainda na rota de colisão governo/Banco Central na luta pelo fim da autonomia do BC. Se acontecer, será um retrocesso e estaremos na contramão das melhores práticas no mundo. Pode gerar insegurança e afugentar investimentos internacionais pelo risco de inflação maquiada. No passado o Governo Dilma “canetou” índices inflacionários e o país mergulhou em séria crise econômica.
Nos primeiros 100 dias de governo se pratica o “jogo do contente”. Nesse período de lua de mel, o Legislativo e Executivo avançam nos acordos para criar estrutura necessária que permita a governabilidade. Momento de avançar com as reformas nos moldes dos interesses de quem está com o talão de cheques na mão. Nesse período as oposições ainda estão desorganizadas e frágeis. Alguns não resistem o assédio e mudam de lado. A fidelidade partidária inexiste e desrespeita o voto do eleitor. Levado pela necessidade de dinheiro, o Estado segue no firme propósito de ser extrativista. Extrair de todos o máximo. Assusta pensar na reforma tributária.
Vivemos perigosamente num contexto de risco de recessão. Nas circunstâncias atuais, o Estado deveria planejar a redução de gastos. Está aumentando. A ampliação do número de ministérios, concurso público para 100 mil vagas, verbas para as alianças eleitoreiras e a abertura das linhas de crédito do BNDES aos aliados ideológicos, desviam recursos que deveriam priorizar o equilíbrio econômico e social do país. A esquerda conhece as “manhas” e joga na habilidade. De onde vem essas expertises? Pode ser de Cuba, Venezuela, Rússia, China e até dos USA.
Os recursos do BNDES vêm do Tesouro Nacional que se alimenta de nós contribuintes. Há estudos para a volta dos empréstimos subsidiados. Os favorecidos pagam juros baixos e a diferença com as taxas de mercado são absorvidas pelo Tesouro. O cidadão vai pagar parte dos financiamentos sejam eles no Brasil ou no exterior. Mesmo pagando, não podemos nos declarar sócios do Porto de Mariel (Cuba), Gasoduto (Argentina), Siderúrgica (Venezuela), Aeroporto de Nacala (Moçambique) ou qualquer outra das 86 obras financiadas no exterior pelo Banco. O fomento liberou até 2019 US$ 10,5 bilhões em empréstimos com juros entre 3,6 e 3,8% ao ANO. As perdas com Venezuela, Cuba e Moçambique estão estimadas em 1,5 bilhão de dólares. Diante das tantas carências internas, retornar com essas operações é conspirar contra o mínimo do entendimento do povo brasileiro.
Na busca por arrecadação, a exportação do petróleo bruto acaba de ser taxada. Outras importações/exportações também serão revistas. O STF reconheceu como válida a inclusão dos custos de geração e transmissão de energia elétrica para cálculo dos impostos. A conta vai subir. Em 2022 exportamos US$ 334,1 e importamos 272,6 bilhões. Ao olhar esses números o governo aguça seu extrativismo. O agronegócio também está na mira fiscal. Enquanto não for aprovado o novo “arcabouço fiscal” Haddad corre atrás de dinheiro para cobrir o deficit (R$ 220 bi). Saudades do Paulo Guedes.
Abraço todas as mulheres, todos os dias. Obrigado pela minha vida!