O surto de febre maculosa em Campinas, interior do estado de São Paulo matou 04 (quatro) pessoas, todas participantes de um mesmo evento na cidade, ocorrido no fim de maio. O pequeno surto chamou a atenção para um fato já conhecido para os epidemiologistas: as áreas verdes da cidade concentram boa parte dos casos da doença no Brasil há muitos anos.
Cidades próximas a Campinas, como Piracicaba e Valinhos, também costumam apresentar casos anuais da doença. As regiões Sul e Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, responsável pela maioria dos casos, concentram a quase totalidade dos diagnósticos da doença.
A Vigilância em Saúde de Manhuaçu, Zona da Mata, região do Caparaó, em Minas Gerais, confirmou a morte de 01 (um) homem de 54 anos por febre maculosa .A prefeitura confirmou a informação somente no dia 1º julho, mas ele morreu em 26 de abril. Outra pessoas infectada foi descoberta semana passada, 06/07, na cidade de Matias Barbosa, vizinha de Juiz de Fora.
A doença infecciosa é transmitida pelo carrapato-estrela, também chamado de micuim um parasita de animais, como as capivaras, mas tem cura, desde que tratada no início dos sintomas, que são febre, dor de cabeça e no corpo e, em alguns casos, manchas vermelhas na pele. Nem todo carrapato-estrela transmite a febre maculosa: é preciso que ele esteja com a bactéria Rickettsia rickettsii.
TRATAMENTO IMEDIATO
“A febre maculosa tem boa chance de cura, se tratada nos primeiros dias de manifestação dos sintomas. Depois do 5º dia, contudo, o risco de morte é extremamente alto”, diz Mariana Varella, editora-chefe do Portal Drauzio Varella. Jornalista de saúde, é formada em Ciências Sociais e pós-graduanda na Faculdade de Saúde Pública da USP. Interessa-se por saúde pública e saúde da mulher.
Como os exames laboratoriais que confirmam o diagnóstico podem demorar a sair e o tratamento rápido é primordial, médicos recomendam que, na suspeita da doença, os medicamentos antibióticos sejam prescritos imediatamente.
Nem sempre os sintomas são específicos e em geral podem ser confundidos com outras doenças mais comuns. Assim, é essencial que o paciente informe os profissionais de saúde caso tenha frequentado regiões como fazendas, sítios, chácaras e demais zonas rurais ou de mata.
Eliminar os animais não é solução sequer para evitar a febre maculosa. É preciso monitorar e controlar as populações de animais arrancados de seu habitat natural e convencer o ser humano de que intervir no equilíbrio ecológico tem um preço que, a julgar pelas últimas décadas, será cada vez mais alto.