Bons números da economia não se sustentam

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Números atuais da economia são animadores. A previsão do BC – Banco Central – aumentou a projeção do PIB – Produto Interno Bruto – 2023 para 2,9%. A taxa SELIC teve duas reduções recentes (atual 12,75%) e há perspectiva de outro corte ainda neste ano. A redução da taxa de juros abre o mercado para as vendas a prazo. A inflação controlada pelo BC também teve queda. A última previsão era de 5,42% e caiu para 5,12%. A performance do Agronegócio no primeiro semestre contribuiu para sustentar esses números. Mas os efeitos são de curto prazo e não se sustentam.
A redução da Taxa Selic leva de 4 a 6 meses para provocar efeito na economia. O preço atual no varejo é o mais alto dos últimos tempos. Estamos entre os mais caros do mundo (11ª posição). Os fenômenos climáticos recentes, principalmente no Sul do país, terão efeitos diretos na safra do agronegócio. O setor tem peso direto no PIB superior a 20%. A boa safra do primeiro semestre somada a menor efeito do segundo, o AGRO deve fechar 2023 com PIB aproximado de R$ 2,0 trilhões. Os números são calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Diante do atual cenário, plenamente favorável, o risco está na falta de sustentabilidade. O governo federal continua gastando acima do previsto. A dívida da União cresceu 2% no último trimestre elevando para R$ 6,2 trilhões a planilha de contas a pagar. Para garantir apoio aos seus projetos, o governo investe decisivamente no Congresso Nacional atraindo Parlamentares através da liberação de verbas para emendas. Esta verba integra o conhecido orçamento secreto do Congresso. Significa que quem recebe a verba não é dado a conhecer. Obviamente que para receber é preciso apoiar os projetos de quem paga. No atual exercício já foram liberados R$ 9,0 bilhões de reais. No orçamento a verba prevista é de R$ 39,0 bilhões e pode aumentar mais R$ 10,0 bilhões. Até o momento a maior verba foi para o PP de Arthur Lira, Presidente da Câmara Federal. Outro Partido bem assistido foi o PL. As estratégias do governo é bagunçar através de dotações, a força das oposições.
Os frequentes anúncios de programas por parte do governo estão dentro do estilo PT. Narrativas contadas por diversas vezes acabam sendo absorvidas pela sociedade como fato. A escassez de recursos faz as promessas engordarem o rol das metas não cumpridas. O maior exemplo é o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – despejado na mídia com o valor de R$ 1,7 trilhão. Se passar na peneira, o valor foi engordado por todo tipo de investimento dos Estados, Municípios, Estatais, iniciativa privada e da União. Um pacotão com efeito midiático, mas de pouca consistência.
O atual governo é expert em fantasias. Infelizmente a grande massa da esquerda é vulnerável na sua maneira de crer. Vamos torcer para que em 2024 o Brasil dê um pouquinho certo.

 

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