Na última terça-feira 17 de dezembro, quatro médicos anestesistas, que havia sido presos durante a operação “Onipresença” conduzida pelo Ministério Público na Zona da Mata mineira, foram liberados após o término do prazo de prisão temporária não ser estendido pela Justiça. Segundo as investigações, os médicos da Casa de Caridade Leopoldinense, foram acusados de atuar em plantões simultâneos em Além Paraíba e Muriaé, ao invés de atenderem pacientes do SUS em Leopoldina.
Eles podem ser acusados por peculato, falsidade ideológica, associação criminosa e outras infrações. Durante a Operação, ocorreu o afastamento da provedora da Casa de Caridade, Vera Maria do Valle Pires, e da diretora técnica, doutora Donata. A Prefeitura de Leopoldina determinou uma intervenção administrativa na unidade de saúde e nomeou o secretário municipal de Saúde, Márcio Vieira Machado, como interventor interino. Ainda de acordo com as investigações do MP e da Promotoria de Saúde de Leopoldina, iniciadas em 2020, ocorriam plantões simultâneos em diferentes hospitais e uma série de irregularidades.
Consta também nos autos do processo a realização de cirurgias e anestesias realizadas durante escalas de urgência e emergência, expondo pacientes a riscos devido à incompatibilidade de horários, manipulação de escalas médicas, falsificação de documentos para encobrir atividades em outros locais e até a subtração de materiais indispensáveis para a realização de cirurgias. Foram constatadas ainda fraudes e ocultação de erros médicos comprometendo o atendimento e colocando pacientes em situação de vulnerabilidade. O Ministério Público continua acompanhado o caso e toda a investigação, que visa apurar outras infrações e crimes cometidos contra a saúde.