As eleições dos prefeitos em 2020 serão decisivas para uma injeção de R$ 1,4 trilhão na economia nos próximos anos, a partir de investimentos no saneamento. Os dados são da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON) com base nas oportunidades de mercado abertas com a aprovação da Lei 14.026/2020. A lei representa um enorme desafio para os governantes municipais. Os novos prefeitos terão um papel decisivo na meta de universalização do setor até o ano de 2033.
Dados do Panorama da Participação Privada no Saneamento 2020 mostram que, apesar do tímido avanço nos indicadores de coleta e tratamento de esgoto, a maior parte do país ainda segue sem esse direito básico. Pelo menos 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água – o índice é ainda pior na coleta e tratamento de esgoto, em que 100 milhões não possuem o benefício.
Ainda de acordo com o Panorama 2020, entre janeiro e março deste ano, o Brasil teve 103.876 internações no SUS devido a doenças provocadas pela ausência de saneamento básico. Além disso, 31% das escolas públicas não tem acesso à rede pública de água e 63% não acessam a rede pública de esgoto.
Ponte Nova em ritmo de saneamento básico
De posse de dados já construídos com o Plano Diretor de Esgoto de 2008, o prefeito Wagner Mol Guimarães colocou à frente do DMAES (Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento) Anderson Roberto Nacif Sodré. Confesso que fiquei apreensivo, pois jamais ouvira falar da existência dele. Nos primeiros meses de 2017 quando a sala do Codema (eu presidia) era dentro das dependências da autarquia, mantive diversos contatos com ele, todos de forma altamente produtiva.
Com o passar do tempo percebi que a cantiga no DMAES era outra. O processo de avançar nas questões mais urgentes foi sendo alavancado. Houve avanços no saneamento rural, antes era zero; uma nova adutora foi construída e garante água tratada para mais 30 anos; interceptores de esgoto licitados e em construção; dinheiro no caixa conseguido na Caixa Econômica Federal para construção dos interceptores centrais nas margens do Rio Piranga para levar para o tratamento na futura ETE abaixo da Rasa.
Depois do massacre eleitoral imposto pelo grupo que administra a prefeitura de Ponte Nova, tendo à frente Wagner Mol Guimarães e Valéria Alvarenga, é hora de arregaçar as mangas e colocar em prática as propostas inseridas no Plano de Governo que foi devidamente registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O tempo urge e precisamos de uma cidade moderna, devidamente saneada para proteger nossos córregos, ribeirões e o mais importante bem material de Ponte Nova: o Rio Piranga.
(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977