Na sexta-feira, dia 27 de novembro, não mudei minha rotina e por volta das 10 horas, após passara na redação do Líder Notícias para adiantar uma pauta para a primeira semana de dezembro, fui para Copacabana, bairro que fica margem do majestoso Rio Piranga, que agora vai ganhar um documentário da Atlântico Filmes (Mônica Veiga/Dalila Pires) com o patrocínio da Bartofil Distribuidora.
Na Mercearia Copacabana, do meu amigo Marcinho de Belim, que mereceu meu voto por ser do Partido Verde (PV) e ter ideias ambientalistas. Tomando uma cerveja com meu amigo Di-mas José fiquei conhecendo um cara de nacionalidade austríaca, típico europeu, branco, mas com barba (marca registrada do comunismo). De repente, o cara começou a atacar o socialismo e veio com aquela frase famosa do capitalismo de direita: “os comunistas deviam ir para Cuba”.
Não aguentei tamanha besteira e soltei os cachorros: “engraçado você é austríaco, terra do nazista Hitler, e agora está no Brasil governado por um reacionário de direita. Eu sou adepto do Socialismo e não quero ir para Cuba, terra que eu amo. Eu vou para onde eu quiser! Basta de discursos inescrupulosos, xenófobos, racistas e discriminatórios”. E ainda dei o troco: você é contra o socialismo e está um com um dos atributos típicos da esquerda: barba!
Na manhã de sábado, 28 de novembro, vou para o trabalho e sem ter acessado mídias desde 13 horas de 27 de novembro, entro na redação, acesso à internet e leio jornal Folha de S.Paulo on line que artistas realizaram protestos em frente ao Ministério da Cultura de Cuba para defender companheiros dissidentes. E Cuba é comunista? O governo não reprimiu a manifestação (dispersou o grupo com base nas recomendações sanitárias) e o vice-ministro ministro ouviu uma comissão de artistas e conseguiu avanços.
O grupo apresentou várias demandas a afirmaram que o mais importante foi “abrir um canal de diálogo”, que inclui um encontro com o ministro Alpídio Alonso na próxima semana. Durma com um barulho desses, austríaco Braun!
A Revolução Cubana promoveu grandes transformações na sociedade da ilha. Novas publicações, instituições culturais e manifestações artísticas acompanharam a efervescência política e cultural ao longo dos anos 60. Analisei o suplemento cultura Lunes de Revolución, da editora El Puente e o suplemento cultural El Caimán Barbudo, com o objetivo de entender o surgimento das novas publicações e manifestações culturais em Cuba após o triunfo da Revolução.
O trabalho demonstra que o surgimento de uma política cultural acarretou a normatização e o controle das produções culturais pelo governo cubano desde os anos 1960, e mais ainda após 1971, quando se acentuou o fechamento e o endurecimento no meio cultural cubano. Com a morte de Fidel Castro, a coisa começou a mudar com Raul Castro e agora com o atual presidente Miguel Diaz Canel Bermúdez, que escancara a liberdade, mas mantendo a ideologia.
(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977