Lamentável, mas o Brasil ficou com imagem superexposta mundialmente de forma depreciativa quando a ONU (Organização das Nações Unidos) deixou a nossa nação de fora das discussões entre países que preparam a Cúpula do Clima. A negativa sinaliza que novas metas de Ricardo Salles para o Acordo de Paris ficaram abaixo das expectativas. Ambição anunciada esta semana indica que país poderá poluir 400 milhões de toneladas a mais do que o que estava previsto para até 2030.
Chefes de estado que apresentaram metas ambiciosas a para cumprirem o compromisso de zerar as emissões de carbono até a metade do século 21, previsto no Acordo de Paris foram convidados pela ONU e discursarem em um evento sobre mudanças climáticas no último dia 10 de dezembro. O Brasil ficou de fora. O evento em questão é o “Climate Ambition Summit”, uma reunião preparatória para a próxima Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima, marcada para o ano que vem.
Nas Américas, Uruguai Argentina, Colômbia, Peru, Belize, Cuba, Costa Rica, Equador, Jamaica, Guatemala, Honduras, Panamá e Canadá ganharam uma cadeira no palco virtual do evento. Os países da União Europeia e os grandes poluidores asiáticos, como a China, também estiveram entre os convidados do “Climate Ambition Summit”. Já entre os grandes poluidores mundiais que ficaram de fora apareceram, além do Brasil, México e os Estados Unidos.
As emissões de gases que agravam o chamado efeito estufa no Brasil diminuíram em 2017, mas essa queda não foi suficiente para tirar o país da lista dos mais poluentes do mundo. Segundo o Observatório Nacional, as emissões brasileiras caíram mais de 2% graças ao reforço da fiscalização no combate ao desmatamento da Amazônia. Ainda assim, o Brasil é o 7º sétimo país do mundo que mais contribui para o aquecimento global.
Transporte coletivo: uma boa para o meio ambiente
De acordo com o estudo, quem usa transporte público ajuda muito mais o clima do que imagina. Por exemplo: todos os ônibus do Brasil juntos emitem o equivalente a um terço dos gases de efeito estufa produzidos por todos os carros do país somados. Só que os ônibus transportam em média 08 (oito) vezes mais passageiros. Trens e metrô são ainda mais eficientes e amigos do clima.
“O Brasil tem o maior potencial de energia de biomassa, eólica, solar e hídrica do planeta. O que nós precisamos fazer é olhar para isso como uma oportunidade, reduzir as nossas emissões ao mesmo tempo que a gente participa desta nova economia que vai, cada vez mais, exigir que a gente tenha menos emissões” afirma Tasso Azevedo, coordenador do Observatório do Clima.
Em Ponte Nova, a condução dos estudos para melhorar o clima passa pelo reflorestamento que é feito com uma sistemática ainda pequena, dependendo de doação de mudas produzidas no viveiro do Passa-Cinco. Devemos avançar no controle da emissão de gases de efeito estufa. Quem sabe, promovendo o rodízio de placas de carros e motos, como se controla hoje na pandemia a entrada de pessoas nos estabelecimentos comerciais por CPF.
(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977