A vacinação em massa evita atualmente ao menos 04 mortes por minuto no mundo e gera uma economia equivalente a R$ 250 milhões por dia, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de um grupo de 21 pesquisadores.
Os cálculos envolvem doenças como difteria, sarampo, coqueluche, poliomielite, rotavírus, pneumonia, diarreia, rubéola e tétano. A maioria delas foi controlada ou eliminada no Brasil após campanhas de vacinação, mas pode voltar rapidamente se o patamar de pessoas vacinadas cair, como ocorreu com o sarampo.
Sem infecções no Brasil desde 1989, a poliomielite ainda ronda pelo mundo. O continente africano, por exemplo, só foi declarado livre da doença em agosto de 2020. Sem erradicação, a doença pode voltar a infectar até 200 mil crianças por ano, afirma a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), braço da OMS para América Latina e Caribe.
Vacinas evitam de 02 milhões (o que daria uma média de 04 por minuto) a 03 milhões de mortes anualmente, e poderiam salvar mais 1,5 milhão de vidas se sua aplicação fosse ampliada, afirma a OMS. Mas para a Universidade de Oxford, no Reino Unido, essa estimativa pode ser considerada cautelosa. A ver pelo exemplo da varíola, que matou 300 milhões de pessoas no século 20, até ser erradicada do mundo em 1977.
“É impossível saber exatamente quantas pessoas morreriam hoje de varíola caso os cientistas não tivessem desenvolvido uma vacina. Estimativas razoáveis apontam cerca de 5 milhões de vidas por ano, o que significa que, de 1980 a 2018, foram salvas entre 150 milhões e 200 milhões de vidas.” Ou seja, quase 05 (cinco) milhões de mortes evitadas por ano.
SARAMPÓ
Vacina evita um milhão de mortes por ano
Extremamente contagioso, o sarampo foi praticamente eliminado de diversos países graças à vacinação. Na maioria dos casos, o sarampo é uma doença com baixa gravidade, mas ele também pode levar a complicações que oferecem risco de vida, como pneumonia, meningite e inflamação cerebral. Estima-se que as vacinas tenham evitado 21 milhões de mortes pela doença entre 2000 e 2017 ao redor do mundo.
Morriam 2,6 milhões de pessoas por ano no mundo antes da primeira vacina, na década de 1960. Depois de mais de 80% da população mundial ser imunizada, o número caiu para 95 mil em 2017, a maioria menores de cinco anos de idade. De acordo com o Unicef (braço da ONU para a infância), 98 países registraram um aumento de infecções por sarampo em 2018. O Brasil teve quase 18 mil casos confirmados da doença em 2019.
No Brasil, o número de casos despencou no início dos anos 1990 quando teve início um plano de controle e eliminação da doença por meio de vacinação em massa. O resultado: foram registrados 46 mil casos em 1990 e 03 (três) mil em 1992, quando a cobertura vacinal girava em torno de 90% dos menores de 01 (um) ano. Entretanto, a disseminação de informações falsas, o avanço de grupos anti-vacinação e a redução da chamada cobertura vacinal (percentual da população vacinada) tem feito a doença ganhar força novamente.
Segundo especialistas, para que a transmissão do sarampo seja interrompida é preciso que 95% da população esteja vacinada. Mas dados do Ministério da Saúde apontam que todas as vacinas destinadas a crianças menores de 02 (dois) anos de idade no Brasil vêm registrando queda desde 2011.