Piranga, o Herói Taciturno: um documentário sobre o rio das águas vermelhas – Parte II

Compartilhe
Facebook
Twitter
Email
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Está em andamento a produção do documentário cinematográfico, produção da Atlântico Filmes (BH) com patrocínio da Bartofil Distribuidora. O curta-metragem mostrará a atuação do Rio Piranga na formação da Bacia do Rio Doce e sua importância para as populações por onde passa. Na semana passada publicamos 02 (duas) perguntas com as respostas que enviei para as coordenadoras do projeto financiado pela Bartofil Distribuidora, via Lei de Incentivo Cultural (antiga Lei Rouanet), Mônica Veiga e Dalila Pires. Hoje, encerramos com mais 02 (duas) respostas.

Qual a importância do Rio Piranga para Ponte Nova?

O Rio Piranga é o principal fornecedor de água para Ponte Nova, seja tratada ou in natura para dessedentação dos animais na área rural. Mas é o ponto de equilíbrio na qualidade e umidade do ar. Historicamente o Rio Piranga foi o rio que forneceu a energia elétrica para Ponte Nova, primeiramente com a construção da Usina da Brecha e depois a PCH Brito.

O Rio Piranga é também uma grande atração turística, por suas águas vermelhas e por diversos locais paradisíacos e bem conservados. Outra importância do Rio Piranga é a produção de peixes que servem de subsistência das populações ribeirinhas e para a comercialização. Existem 22 pescadores profissionais de Ponte Nova que estão cadastrados na Secretaria de Aquicultura e Pesca, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, oriundos de Ponte Nova. Isto sem contar que existem pescadores clandestinos que devem ser em número bem maior.

Quando você começou a atuar na defesa do meio ambiente?

Nossa trajetória começou em 1977 quando fundamos em Ponte Nova a Associação Pontenovense dos Amigos da Natureza (APAN) sob a liderança do estudante de engenharia florestal da Universidade Federal de Viçosa (UFV) José Alfredo Padovani. Nosso objetivo era “forçar” o poder público a proteger a área de 255 hectares de mata nativa existente no entorno dos bairros de Fátima e São Pedro e na divisa rural com as fazendas da Serra e Boa Sorte.

Esta área foi transformada em Parque Natural Municipal Tancredo Neves e fica na localidade rural conhecida como Passa-Cinco. Esta conquista veio em 1982 graças à nossa luta. Fui membro desdo Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (Codema) desde a sua criação por lei 09 de setembro de 1981, quando participei na linha de frente com o ambientalista maior da cidade Hélcio Totino para o surgimento desta instituição pública. Entre 1997 e 2017 fui presidente do órgão colegiado, com um hiato entre 2013/2015 em que atuei como vice-presidente.

Neste período avançamos na legislação de Ponte Nova dando mais poder ao Codema, proibindo o garimpo nas águas locais e também a construção de hidrelétricas (com barragens) no Rio Piranga. Na nossa gestão foi instituído o Código Municipal de Meio Ambiente e alcançamos a autonomia para o Licenciamento Ambiental que saiu de Ubá e passou a ser decidido no município, facilitando a vida daquelas pessoas que precisam de ações rápidas para ao atendimento nas áreas ambientais.

Lei não permite que se construa hidrelétricas com barragens no Rio Piranga

(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

Siga nas redes sociais
Artigos relacionados
Skip to content