Ponte Nova no alerta vermelho para COVID-19

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Esq/Dir - Cristian Guimarães, Rovilson Lara, Wagner Mol, Milton Irias e Fernando Coutinho concederam entrevista para imprensa sobre a situação da COVID-19 nos hospitais de Ponte Nova

Foi realizada no dia 04/03, às 18h, uma coletiva para os profissionais de imprensa de Ponte Nova com o objetivo de esclarecer como está a situação da pandemia causada pelo novo coronavírus dentro dos hospitais da cidade. A coletiva foi no auditório do Hospital Gavazza e participaram dela o prefeito Wagner Mol e representantes dos hospitais da cidade: Dr. Rovilson Lara (HAG); Dr. Fernando Coutinho (HNSD); Dr. Milton Irias (HNSD) e Dr. Cristian Guimarães (Centro de Referência Covid-19).

Os representantes dos hospitais foram unânimes em suas colocações quanto a situação de risco por qual o município está passando: a situação está crítica, o número de pacientes de Covid-19 aumentou muito, os pedidos de internação já extrapolaram a quantidade de leitos hospitalares destinados para a doença, e os três centros de saúde da cidade que tratam a Covid estão passando por muitas dificuldades para conseguir atender a demanda de infectados que chegam precisando de internação e tratamento.

Todos os presentes que concederam entrevista pediram encarecidamente a conscientização da população sobre a doença e a aceitação das formas de prevenção, que são principalmente: o distanciamento social, evitando aglomerações, até mesmo familiares, evitando de sair de casa sem necessidade, pois segundo eles, o vírus tomou uma propagação muito grande na cidade, inclusive dentro das próprias famílias, onde foi notado uma alta taxa de internação com pessoas de um mesmo núcleo familiar, ao mesmo tempo. Também  foi observado pelos médicos nas últimas semanas, o aumento expressivo do número de jovens infectados precisando de internação.

Os dirigentes dos hospitais estão muito preocupados com o momento em que se encontra a pandemia na cidade, e disseram não saber até quando os centros de saúde suportarão a demanda de infectados, de todas as idades, que chegam de Ponte Nova e região, o tempo todo, nas instituições precisando de tratamento e internação.

“Não é momento para brincar com a doença. É preciso se conscientizar da gravidade da situação em Ponte Nova e ter a paciência para que a vacinação chegue para a maioria das pessoas, respeitando o distanciamento social e as normas de prevenção”, foram todos unânimes quanto a isso.

Segundo Dr. Rovilson Lara, pneumologista, e médico do Hospital Arnaldo Gavazza Filho: “… o Gavazza em 04/03 se encontra com 100% da sua capacidade ocupada, tanto de leitos para COVID-19, quanto para os de outras doenças. O perfil dos pacientes está mudando, são pacientes mais jovens, 50% de nossos pacientes de COVID-19 hoje têm menos de 55 anos, metade dos nossos pacientes COVID entubados. Estão chegando para nós nos últimos dias pessoas de uma mesma família, internando, dois, três, membros de uma mesma família, isso demonstra a contaminação em reunião familiar aumentando. Pedimos à população que mantenha o distanciamento em relação a esse tipo de reuniões familiares também, não é o momento adequado para esse tipo de reuniões familiares. Esperem mais um pouco, a vacina está chegando, pois, o perfil de contaminação está muito intrafamiliar. Hoje nós estamos com todos os nossos respiradores ocupados, estamos com 30 pacientes ocupando os respiradores, os que a gente tinha disponíveis. Hoje, mesmo que aumentemos os números de leitos de CTI, não teríamos equipamentos, para tratar esses pacientes. Os profissionais de saúde estão esgotados, todos trabalhando em ritmo de dobra de turno, cobrindo uma escala que só aumenta cada vez mais. Estamos em um momento de desespero, e em momentos de desespero, temos que tomar atitudes mais drásticas para conseguirmos controlar a situação …”, disse Rovilson com relação a um possível decretamento de lockdown na cidade.

Continuou Rovilson dizendo que: “… o vírus é muito agressivo, e parece estar mais agressivo ainda, e muitos pacientes estão indo rapidamente para a ventilação mecânica, com quadros graves, com tomografias alteradas, e isso é realmente muito preocupante, do que está por vir nos próximos dias …”, finalizou Rovilson.

Segundo Dr. Cristian Guimarães, coordenador do Centro de Referência COVID-19, montado para atender os pacientes da microrregião de Ponte Nova: “… o Centro de Referência estava no dia 04/03 com 90% dos leitos ocupados, só haviam 06 (seis) leitos disponíveis para atender pacientes de toda a microrregião de Ponte Nova …”. Disse que quando ele saiu para conceder a entrevista: “… soube que já haviam pedidos de leitos feitos, e possivelmente no dia 05/03 já não teria mais nenhum disponível …”. Segundo Dr. Cristian: “… são pacientes de 42 anos, 48, 58, 70 anos, dentro de um cenário cada dia pior. As próximas duas semanas podem ser muito sombrias com os profissionais de saúde trabalhando no limite de suas capacidades …”, alertou o médico. Pediu encarecidamente: “… que cada cidadão faça a sua parte para minimizar a catástrofe que está por vir …”.

Representante do Hospital Nossa Senhora das Dores na coletiva, o Dr. Fernando Coutinho, também pediu enfaticamente: “… por favor precisamos que a população se conscientize e fique em casa, principalmente o jovem, o jovem está pegando a doença, está ficando em estado grave, está levando a doença para lá e para cá através da sua movimentação. Hoje nós estamos com pacientes de 18, 19 anos. Perdemos 02 (dois) pacientes de 30 anos nos últimos 10 dias. E a doença mudou o perfil, a doença ficou jovem …”, alertou o médico.

O Dr. Milton Irias, representando também o HNSD, disse que: “… os pacientes estão chegando cada dia pior dentro do hospital, não sabemos ainda se há alguma variante do vírus na região, mas a cada dia que passa, os pacientes de Covid estão apresentando casos cada dia mais graves, numa piora rápida, que precisam ficar em ventilação mecânica em tempo prolongado, com os pulmões tomados pelo vírus de 80 a 90%.  Aumentou muito a população jovem precisando de internação. Os pacientes jovens estão chegando em estado grave no hospital. Tivemos óbitos de pacientes com menos de 40 anos de idade. Em 04/03, uma gestante foi internada em estado grave com Covid, e estamos internando 02 (duas) gestantes também com Covid. A capacidade hoje do HNSD para o tratamento da doença está no seu limite máximo. A capacidade de tratamento da doença está à beira de um colapso. Peço que as pessoas não aglomerem, não façam festas. Percebemos que a contaminação em nível familiar está muito alta …”.

O prefeito Wagner Mol, foi o último a falar, e se manifestou a favor de qualquer solução que contenha o avanço da doença e impeça o estado de calamidade pública na saúde anunciado, mesmo que essas medidas possam ser drásticas. Wagner disse que fará o que for preciso e possível para evitar o caos na saúde do município, e consequentemente evitar as muitas mortes previstas em um cenário de descontrole total da pandemia dentro da cidade.

O prefeito anunciou que no dia 03/03 (sexta-feira), às 9h, participará de uma reunião com os prefeitos e representantes dos municípios que integram o CISAMAPI, entidade agora também presidida por Wagner Mol, onde irão decidir as próximas medidas que deverão ser tomadas pelas cidades da região, em conjunto, para evitar a catástrofe anunciada pelos profissionais de saúde com a pandemia da COVID-19.

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