Um menor de 15 anos foi apreendido pela Polícia Militar de Ponte Nova, na Vila Alvarenga, com grande quantidade de maconha. Segundo investigações dos militares o menor é “mula” de um conhecido traficante da região. Ele foi preso quando a PM realizava uma operação e avistaram o menor indo em direção a um conhecido usuário de drogas que estava na garupa de um motoboy que operava ilegalmente como moto taxista. A ocorrência foi registrada no dia no dia 19/03, às 16h26min.
O menor de idade caminhou na direção do usuário, na Rua Pernambuco, porém ao ver os militares parou repentinamente e retornou quando foi perseguido pelos policiais. Na perseguição, o menor arremessou para o lado de dentro de uma cerca 02 (dois) objetos. Abordado pelos militares o (*) mula justificou dizendo que eram 02 (duas) buchas de maconha, fato confirmado pelos policiais que recolheram o material.
Perguntado pelos militares para quem seria vendido o entorpecente, o menor respondeu que seria para o passageiro do motoboy. Os policiais foram para o ponto onde estavam os ocupantes da motocicleta, mas estes já haviam desaparecido. O menor disse aos militares que morava no Distrito Vau Açu e que chegava até aquela região da Vila Alvarenga de ônibus todos os dias.
Disse aos policiais que havia pegado os entorpecentes em um beco, subindo uma trilha. Ele encontrava a substância guardada nas bananeiras. Os militares foram até o local indicado pelo menor e encontraram dentro de um buraco na moita de uma bananeira uma sacola plástica contendo várias buchas de maconha, doladas para a venda, totalizando 30 buchas e mais 02 (duas) sacolas, também com maconha.
O menor foi apreendido e os materiais também. Segundo os militares, existem fortes suspeitas a respeito do verdadeiro dono dos entorpecentes, que reside naquela área e já teve várias passagens registradas em operações da PM, no combate ao tráfico de drogas.
(*) Na cultura popular brasileira, mula é o nome atribuído ao animal híbrido, resultante do cruzamento de um jumento com uma égua, que se caracteriza por ser do sexo feminino e por servir como animal geralmente usado para o transporte de cargas. Ao associarmos a imagem da pessoa que realiza o transporte de droga transfronteiriço à imagem da espécie animal mula, opera-se a metáfora em muitos sentidos. Em primeiro lugar, o processo de recrutamento ao tráfico se afirmar como uma forma de reificação do sujeito, transformando-o em objeto. A pessoa perde o seu fim em si mesma e passa a ser útil para o transporte de drogas, tornando-se esse o marco para a definição de seu valor.