No jogo de cartas marcadas foi instalada a CPI da COVID-19 no Senado. Nascida de proposta do senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e instalada por determinação do STF mediante recurso do senador proponente, a CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – desencadeou diversos requerimentos para ampliação da CPI estendendo as investigações para Estados e Municípios.
Essa amplitude desagradou a oposição. As duras manifestações iniciais do presidente da CPI, senador Osmar Azis (PSD-AM) e do Reator Renan Calheiros (MDB-AL) foram de ameaças e de sentença pronta. A CPI que os brasileiros querem não deve estar envolta em conotação política e que dela se faça palanque eleitoral. A Nação precisa saber das responsabilidades e eventuais negligências nas ações de combate ao vírus, e não um teatro cujo tema seja a luta pelo poder.
Quem perdeu familiares ou amigos em consequência da pandemia do coronavírus, tomado pela dor e dúvida, precisa de explicações porque o cenário de antagonismo nos leva a entender que algo mais poderia ter sido feito. No decorrer da CPI as verdades precisam emergir e as responsabilidades apuradas. A isenção na elaboração desse inquérito pode nos dizer o quanto a saúde, andou ou não, de mãos dadas com a política. Não podemos engolir disfarces de que a CPI foi acordão de cartas marcadas.
O discurso inicial da CPI vem num tom de populismo. O objetivo, mesmo que se queira disfarçar, é desconstruir o governo federal e aniquilá-lo de qualquer chance de reeleição em 2022. As oposições torcem por isso. Nas estratégias da esquerda de LULA, suportadas pelo “bunker” ativo no STF toma a ponta na corrida. O Centrão tem largada lenta. Ciro Gomes (PDT-CE) articula chapa com Tasso Jereissati (PSDBCE). O intento se contrapõe aos planos dos Tucanos paulistas de Fernando Henrique e aliados. Na alta cúpula do “tucanato” o entrave é João Dória (PSDB-SP). O governador tenta tomar a liderança do Partido para viabilizar sua candidatura à Presidência. Se vencer a briga paulista e não houver recuo da pré-chapa de Ciro/Tasso, a solução terá que vir da convenção do PSDB.
Esse cenário político é um ensaio inicial e muita coisa pode acontecer. Na luta pelo poder todas as articulações têm endereço certo. Evitar a reeleição de Jair Bolsonaro, que a seu favor, tem o forte apoio popular e sustentação do EMFA-Estado Maior das Forças Armadas. Ameaça de golpe? Improvável! Entendo que a governança de Jair Bolsonaro chegou até aqui por conta dessa sustentação. O contrário seria antidemocrático, já que ele foi eleito pela vontade da maioria dos eleitores. Infelizmente no país temos muita gente pregando e pouco praticando a Democracia.
Queremos respostas. A Comunidade Europeia acena que vacinados com a CoronaVac não poderão entrar na Europa dada a baixa eficácia da vacina. Por ações do governador de São Paulo, João Dória, a vacina chinesa responde hoje por 84% dos imunizantes aplicados no Brasil. Será que a CPI também vai investigar a qualidade dessa vacina que nos impõe? A CPI da COVID-19 vai ocupar doravante os noticiários das principais redes. Estou preparado para encarar o “Festival Tom e Jerry”. Deixo meu abraço aos TRABALHADORES.