Para marcar as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, que transcorre no dia 05 de junho, a editoria do Líder Notícias coproduziu um roteiro para uma entrevista com a garota Geisla Barçante que desde criança trabalha reciclando lixo. Antes ela fazia isso com sua mãe Mirtes, no Lixão do Sombrio, que acabou com a situação ainda em 2000, após entendimento do Codema com as secretarias de Assistência Social, Meio Ambiente e Gestão e Recursos Humanos. Geisla tinha 03 (três) anos. Hoje, já adulta, Geisla é assumi-damente do grupo LBGTI e consciente da sua importância para a melhoria do meio ambiente. A entrevista foi realizada no Centro de Triagem de Material Reciclável da Coorpnova (Cooperativa de Recicladores de Ponte Nova),que fica localizado na Avenida Vereador João Evangelista de Almeida (Vale Suiço).
A entrevista que virou podcast, faz parte para um trabalho do jornalista Afonso Reis que cursa Marketing e Publicidade na Uniube (Universidade de Uberaba). O material será disponibilizado em vídeo, texto, podcast e no site do Líder Notícias: www.lidernoticias.net.br
Afonso Reis: Geisla, como tudo começou?
Geisla Barçante – Então, eu comecei desde pequenininha. Nunca foi tudo assim fácil para mim e para minha família. Na época não havia muito recurso, porque eu perdi meu pai quando tinha 07 (sete) anos de idade. Então, eu automaticamente, não tive uma infância, pois tive que começar tudo muito cedo. Eu acompanhava minha mãe e meu irmão também. A gente ia para o lixão (Lixão do Sombrio). E de lá a gente começou a vivenciar as experiências da vida, o que era reciclável, o que não era. Foi através dessas raízes que eu me tornei quem eu sou hoje. Eu tenho grande orgulho da pessoa que eu sou, do trabalho que eu faço e faço com grande amor, né, um projeto que eu falo assim do fundo meu coração. Ele mudou muito a minha vida, de um modo geral, de ver as coisas, de vivenciar as coisas também de um modo muito diferente. O que para muitas pessoas é lixo, para nós se torna luxo.
Afonso Reis – Você é uma pessoa que tem um sorriso estampado no rosto, mas com um jeito determinado. Você acredita em dias melhores aqui na Coopnova?
Geisla Barçante – Acredito sim! Eu acompanhei grande parte das lutas. Não foi fácil chegar até aqui. Chegamos aqui com muita luta, muito esforço. Eu acredito que brevemente dias de glórias, e que o melhor ainda está por vir.
Afonso Reis – Todos nós temos sonhos. As meninas têm sonhos. Eu gostaria que você falasse do seu grande sonho, ou de seus sonhos.
Geisla Barçante – Como sonho, a prioridade também é ter a minha casinha, do jeitinho que eu quero, com tudo planejadinho. Eu tenho sonho também de tirar a minha carteira. Minha carteira de carro, de moto, para poder dar um rolezinho com a família. Minha mãe é um exemplo excepcional para mim. Eu quero ter a oportunidade de chegar um fim de semana e falar assim: “mãe, hoje a senhora é só minha e o rolê hoje é só nosso! No mais, não é nada tanto assim, ambicioso não! Eu sou uma pessoa muito simples. Eu vivo é na simplicidade mesmo!
Ouça a baixo o podcast da entrevista: