“Ouvi na reunião de segunda-feira (07/06) com muita curiosidade a minha equiparação com Joaquim Silvério dos Reis, qualificado na história como traidor do movimento denominado “Inconfidência Mineira”. Ouvi com certa tristeza, embora posso dizer que seria hilário, se não fosse cômico, que o Silvério dos Reis traiu um movimento de independência em troca de benefícios diversos. E sou comparado a ele, por ter agido com independência e em prol de um mandato independente, bem como por ter recusado agrados políticos, como se meu voto tivesse preço”, assim começou o desabafo do vereador Dr. Wellerson Mayrink, respondendo ao vereador Zé Osório, ambos do PSB na Palavra Livre do dia 14/06.
Na semana passada (11/ 06), o Líder Notícias publicou na página 10, reportagem com o título “Vereador Zé Osório sobre o tom e compara Dr. Wellerson Mayrink a Joaquim Silvério dos Reis”. No texto, a editoria publicou trechos do pronunciamento do vereador Zé Osório que criticou informações sobre a segunda eleição para a presidência Câmara Municipal, que só foi realizada por causa de ações movidas por ele e pelo vereador Juquinha Santiago (Avante), que foi impedido de tomar posse e votar na eleição de 1º de janeiro deste ano.
Prosseguindo em seu pronunciamento, o vereador Dr. Wellerson Mayrink disse que seria traidor se houvesse se comprometido a votar em alguém, se tivesse cedido às ofertas de favores. “Ou pior, recebido os favores e agido contrário a eles. Meu voto não tem preço! Não fui eleito para servir aos interesses de grupos políticos específicos, tampouco para troca de voto por cargos para amigos e apoiadores. Meu papel nesta Casa é representar a coletividade, todo o povo de Ponte Nova, e no melhor interesse da administração pública”. Acrescentou o parlamentar municipal.
“Um dos motivos de mudar meu voto foi justamente porque o grupo político apoiador do outro candidato (Zé Osório) tentou me persuadir oferecendo a realização de pequenas obras e serviços públicos por mim sugeridos, como se as obras e serviços fossem para atender aos meus interesses, e não da população. Ou seja: reconhecem as obras e serviços como necessários, mas a sua execução depende da troca pelo voto em determinado candidato. Alguns podem até agir assim, eu não”, asseverou.
Para terminar, o vereador que preside a Comissão Especial COVID-19 e é membro da CPI, que investiga possíveis irregularidades na vacinação e aplicação de recursos para combate ao coronavírus, falou que mudou seu voto porque viu na gestão da Câmara, realizada no período de janeiro a abril, uma atuação independente, preocupada com o interesse do povo de Ponte Nova e não conivente com a arrogância política própria de alguns que estão há anos na política de Ponte Nova.
“A Câmara não é puxadinho da Prefeitura, que acha que pode, inclusive, escolher o presidente desta Casa. Pelo menos não é mais. E espero que assim consiga se manter até o final desta legislatura”, terminou o pronunciamento “esperando que este assunto seja sepultado e não volte em plenário”.