Mais uma esperança para o Rio Piranga: peixes nativos para repovoamento

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Piau-vermelho é o peixe símbolo do Rio Piranga

Ouvi atentamente o prefeito Wagner Mol Guimarães na quarta-feira, dia 30 de junho de 2021. Vi que sua emoção era verdadeira quando falou das dificuldades enfrentadas para colocar em execução das obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Acompanhei todas as etapas, desde 2002, quando, enquanto presidente do Codema, enviei ofício ao DMAES solicitando a elaboração de um Plano Diretor de Esgoto para nortear os caminhos que seriam seguidos para o tratamento do esgoto sanitário.
Mas, as falas que me deixaram ainda mais otimista para as coisas em defesa do Rio Piranga (dentro das periferias da construção da ETE) estão o plantio da sua mata ciliar e o mais importante: criação de alevinos de peixes nativos para repovoamento do nosso inspirador recurso hídrico, uma reserva natural tão ou mais importante que o pulmão florestal de oxigênio do Parque Natural Municipal Tancredo, no Passa-Cinco.
Em 2013, uma parceria da ONG Puro Verde com a Semam e o Codema proporcionou a soltura de 07 (sete) mil alevinos de matrinxã no Rio o Piranga. Esta espécie está ameaçada de extinção, bem como a corvina. Matrinxã é um peixe de escamas, coloração prateada, corpo alongado, capaz de atingir 80 centímetros de comprimento e 05 (cinco) quilos de peso. Tem nadadeiras alaranjadas, mas a da cauda é escura.
Após a fala do prefeito Wagner Mol mantive conversas com o secretário de Meio Ambiente, Bruno do Carmo, ainda no canteiro de obras da ETE, para debater onde se poderia montar um criatório de peixes nativos. Uma das propostas seria utilizar a estrutura da antiga estação primária de tratamento de água (apenas cloração) que era proveniente de nascentes do Passa-Cinco e depois a água era distribuída por gravidade para os bairros de Fátima, Palmeiras, Guarapiranga. Isto na década de 1920.
Sugeri a ele que procurássemos o PHD em Biologia e Pós-PHD em Peixes, professor Jorge Dergam para agilizarmos o procedimento e começar o criatório, imediatamente. Disse ao Bruno do Carmo que uma equipe de pesquisadores da UFV, liderada pe-lo professor do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Jorge Dergam, vem desenvolvendo pesquisas em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), buscando a conservação de peixes migratórios de água doce.
Os estudos envolvem a caracterização genética das espécies e, associados a dados de comportamento e ecologia, orientam quanto às intervenções necessárias para garantir a preservação de populações saudáveis nas bacias hidrográficas estudadas. Ele desenvolve, inclusive análises para produção do piau-vermelho, o peixe símbolo do Rio Piranga.
(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

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