Movimento "Orgulho Gay" em Ponte Nova e no mundo

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Parada Gay do Rio de Janeiro

O primeiro ato político em relação aos direitos dos homossexuais no Brasil foi registrado no ano de 1977, quando o advogado gaúcho João Antônio Mascarenhas, que morava Rio de Janeiro, convidou o editor da publicação Gay Sunshine, de São Francisco. Estados Unidos , para realizar conferências no país.
Em 1979, num dos primeiros encontros de homossexuais militantes no Rio de Janeiro, reivindicaram a inclusão do respeito à orientação sexual na constituição federal; campanhas para retirar a homossexualidade da lista de doenças; e a convocação de um primeiro encontro de um grupo de homossexuais organizados, o que aconteceu em São Paulo em abril de 1980.
A partir de 1980 se inicia a atuação do Grupo Gay da Bahia (GGB), sob a liderança do professor Luiz Mott, professor da Universidade da Bahia. Aí começa a uma influência muito grande nos anos de 1980 que fortalece o ativismo no Nordeste. A chamada “segunda onda” do movimento homossexual no Brasil tem início com o aumento da visibilidade pública da homossexualidade, e com a criação de um mercado de bens e serviços voltados ao público aumento do número de grupos e a expansão do movimento por todos os estados do país, além da diversificação dos tipos de organizações.
Minas Gerais e Ponte Nova
O Movimento Gay de Minas (MGM) é uma organização não governamentais voltada para a defesa dos direitos dos homossexuaius no Brasil, especialmente no estado de Minas Gerais Foi fundado em 1998, em Juiz de Fora. A entidade oferece assistência jurídica e psicológica para homossexuais, além de promover campanhas de prevenção de DST/AIDS e abrigar atividades culturais como grupos de dança, teatro e drag queens. Em Ponte Nova, o movimento Gay ganhou expressão com as primeiras pessoas trans usando a Parada Gay que começou com a travesti Marrom Bombom em 2011. Depois, os diversos integrantes que se sentiam excluídos resolveram se juntar e criaram o Movimento LGBTI de Ponte Nova, ocupando espaços em conselhos municipais, promovendo debates e levando para o teatro as discussões em torno do tema.

O Grupo MGM de Minas promove todos os anos a Parada Gay de Juiz de Fora, dentre outras ações no estado

DEPOIMENTOS DE PONTE NOVA
Lucas Lacerda é advogado, ator de teatro e ativista do Movimento Diversidade LGBTI de Ponte Nova
Advogado Lucas Lacerda

Mais um mês junho chega ao fim e é tempo de refletirmos sobre as nossas conquistas e necessidades enquanto comunidade LGBTQIA+. No âmbito nacional, o movimento teve muitas vitórias na última década. Obtivemos, via Supremo Tribunal Federal (STF, a legalização do casamento entre pessoas de mesmo sexo, a garantia da retificação do registro civil de pessoas trans e a criminalização da homotransfobia.
No âmbito local, muitas também foram as conquistas encabeçadas pelo Movimento Diversidade LGBTI. Em 2017, através de projeto encabeçado pelo Movimento e pelo então vereador Hermano Santos, PT, conseguimos a aprovação de lei em favor da punição da LGBTfobia praticada em estabelecimentos comerciais. Em 2018, fizemos parte da Conferência Municipal de Educação, apontando as necessidades de um ensino mais humano e acolhedor da diversidade. Em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, encabeçamos a semana contra LGBTfobia nos anos de 2018 e 2019, realizando ações de formação e conscientização; e trouxemos, após grande mobilização, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ para a Praça de Palmeiras.
Lucas Lacerda é ator de teatro quando usa temáticas LGBTI

Atualmente, o Movimento Diversidade LGBTI de Ponte Nova passa por uma reestruturação e busca por novos membros. A organização coletiva é essencial para que minorias políticas consigam avançar em suas pautas. Percebemos diversos lgbts pontenovenses em situação de total passividade frente ao conservadorismo que se instala em ritmo crescente em nossa cidade. É necessário unir forças e nos organizarmos. Dito isso, estamos abertos para recepção de novos membros que tenham interesse em somar à luta. Para tal, entrem em contato com nossos perfis “Movimento Diversidade LGBTI Ponte Nova” nas redes sociais. Temos força quando estamos em comunidade.
Juliana Carla é a primeira mulher trans de Ponte Nova reconhecida juridicamente
Juliana Carla

O movimento LGBTI, do qual faço parte, teve um grande avanço na nossa cidade, onde o preconceito em meio a nossa sociedade é velado. As dificuldades que tive para ser reconhecida por ser quem eu sou; mas com muita luta e garra consegui a minha retificação.
Ainda continuo na luta, não por mim, mas para que todas as transexuais e travestis não se sintam diminuídas e lutem pelos seus direitos. A minha maior conquista foi sem dúvida minha retificação dos documentos. Ser reconhecida oficialmente como mulher. Para mim já é um grande passo perante a sociedade e para minha vida pessoal.
Muitos não acreditavam que eu iria conseguir. Muitos deboches, preconceitos, portas fechadas, mas enfim foi um processo lento e doloroso. Nunca fui “Juliano”, mas me viam com este nome masculino, e mesmo caracterizada como mulher, insistiam em me chamar por “no”. Por não ter o nome feminino, e me sentindo assim, lutei, persistir e conquistei. Hoje doa a quem doer, goste ou não goste, sou JULIANA CARLA, e desse nome irão ouvir falar muito!
Juliana Carla trabalha com seu marido William na Coorpnova

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