(*) Vivyane Totino Motta
Nunca se falou tanto em saúde mental… Consultórios cheios, pessoas desesperançadas, exaustas. Num triste cenário pandêmico, as palavras “depressão” e “ansiedade” viraram rotina.
Isso acontece também pelo grande estigma em torno desse tema e seus tratamentos, que geram a dificuldade em pedir ajuda e a demora em admitir a crise. A consequência: diagnósticos tardios, saúde mental afetada e comprometimento da rotina diária.
Um ponto importante é que, por um lado, esse assunto tem ganhado espaços sérios de discussão e quero trazer aqui algumas considerações relevantes:
Certa vez, numa dessas conversas que a gente leva como lição para a vida, eu escutei o seguinte: sempre que estiver com algum sintoma de depressão, estresse ou ansiedade afetando você avalie o que está em excesso na sua vida!
Quando os primeiros sintomas depressivos como um leve desânimo, falta de energia ou tristeza aparecerem, em vez de ignorar, reveja o quanto do passado você está carregando na sua vida atual. O que te aconteceu que você não consegue deixar ir e fica revivendo inúmeras vezes? Ninguém pode caminhar pra frente, olhando pra trás.
“Passado é lugar de referência, não de permanência” (Frase do filme: Dear Zindagi, da Netflix que eu recomento para quem quer conhecer mais sobre o processo terapêutico).
Por outro lado, se o que você sente é stress, caracterizado por agitação, fadiga excessiva, dificuldade de concentração, tensão ou dor muscular, avalie se está sobrecarregando a sua vida com muitas atividades ao mesmo tempo, se cobrando além da conta ou achando que precisa resolver tudo sozinho. Reflita: tudo o que você está administrando na sua vida nesse momento precisa real mente ser feito agora? Pense e avalie o que pode ser eliminado, dividido ou adiado nesse momento.
E por fim, se é a ansiedade que está lhe atormentando, certamente você passa mais tempo tentando controlar o futuro, ao invés de estar vivendo o agora. A maior parte da ansiedade vem da necessidade e das várias tentativas de se controlar aquilo que não é possível. Então, uma das primeiras recomendações é se concentrar no que você tem controle. Você já parou pra pensar no que você tem realmente controle e depende somente de você? Então tente… Verás que é muito pouco.
Se a gente começa a fazer essa reflexão logo que um desses sentimentos fica mais forte em nossa vida, torna-se um pouco mais fácil identificar o que está causando isso. Por isso, quero reforçar aqui que a maioria das enfermidades que afetam a nossa saúde mental nos dá sinais antes de sair do controle. Dê atenção a eles, procure se conhecer mais, entenda a saúde mental como parte integral da sua vida.
E por fim, e não menos importante, procure ajuda profissional caso os sintomas estejam se repetindo com muita frequência.
Você é a pessoa mais importante da sua vida!
(*) Vivyane Brandão Totino Motta é psicóloga (CRP 04/ 29766) e terapeuta integrativa. Escreve na 3ª semana do mês. Instagram: @vivyanemota; celular: (31) 97358-3024; e-mail: vmota.terapias@gmail.com