Os municípios que não aderiram ao plano “Minas Consciente”, do governo de Minas, podem
ter que fechar os comércios não essenciais. A determinação é do Tribunal de Justiça de
Minas Gerais, que atende a uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC). Com a
decisão, João Monlevade pode ser atingida.
Isso porque a cidade não integra a lista dos 176 municípios que fizeram adesão ao “Minas Consciente” e também não segue a Deliberação n.º 17, do Comitê Extraordinário Covid-19, do governo estadual.
A Assessoria de Comunicação da Prefeitura de João Monlevade garantiu que a Procuradoria Jurídica do Município já trabalha para que a cidade não tenha que fechar os comércios não essenciais.
Na prática, conforme a ação, medidas de flexibilização e de autorização para a prestação de serviços não essenciais promovidas de forma desordenada por um município impactam
decisivamente o município-polo, onde via de regra estão concentrados os recursos de alta
complexidade, e, de forma geral, produzem consequências em toda a região de saúde.
“Assim, percebe-se que as normas que consagram medidas de prevenção à Covid-19, no
âmbito da atividade de vigilância epidemiológica, superam o nível local e devem estar a
cargo do estado, no exercício de sua competência normativa”, atesta o procurador-geral de
Justiça Antônio Sérgio Tonet que completou: “a situação que vivemos no estado é muito
preocupante.
Nós precisamos reformar esse apoio para que haja isolamento social.
A Justiça reconheceu isso e concedeu a liminar. Quem estiver fora do Minas Consciente vai ter que abrir apenas serviços essenciais”.
Preocupação
Entre as preocupações expostas pelo MPMG, está o crescimento diário no número de óbitos
no estado e relatórios técnicos do Centro de Operações de Emergência em Saúde (CoesMG) apontando que, mesmo com a expansão ocorrida na rede de serviços, há risco
concreto de esgotamento da capacidade instalada, em especial, de leitos de UTI.
Além disso, a escassez de medicamentos anestésicos é um componente que agrava o
quadro assistencial. Em contatos constantes com órgãos e entidades de saúde, o Ministério
Público verificou que a situação dos estoques do chamado “kit intubação” é crítica. Há
relatos de hospitais públicos e privados sem estoque, tendo que suspender o atendimento
de novos pacientes, adiando cirurgias cardíacas e oncológicas pela falta de medicamentos.