Três pilhas de estéril da Mina de Fábrica Nova, em Mariana, na região Central, foram interditadas devido a problemas de estabilidade, conforme informado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). O Ministério Público está investigando o caso. A situação é considerada de "risco iminente", de acordo com a ANM, devido a falhas na estabilidade física e nos sistemas de drenagem nas pilhas de estéril. Estas falhas representam um perigo para as pessoas que residem na zona de autossalvamento (ZAS), que podem ser atingidas em caso de rompimento dos reservatórios.
Por outro lado, a empresa Vale informou que não há risco iminente associado às pilhas de estéril na Mina de Fábrica Nova, em Mariana, e que não há necessidade de remover famílias. De acordo com a Vale, as pilhas de estéril são estruturas de aterro constituídas de material compactado e não estão sujeitas à liquefação, diferentemente de uma barragem. Além disso, o dique de pequeno porte localizado à jusante de uma das pilhas possui uma declaração de condição de estabilidade positiva.
O contexto de instabilidade das pilhas de estéril em Mariana é ainda mais preocupante por conta da tragédia ocorrida em 2015, quando a barragem de Fundão rompeu-se e provocou a maior tragédia socioambiental do país, atingindo o distrito de Bento Rodrigues e resultando na morte de dezenove pessoas, além de causar danos significativos à bacia do Rio Doce e às cidades de Minas Gerais e Espírito Santo.
Dessa forma, a situação das pilhas de estéril em Mariana é motivo de grande preocupação tanto para as autoridades quanto para a população local, que ainda se recupera dos impactos da tragédia de 2015. O posicionamento da Vale e as investigações em curso pelo Ministério Público serão fundamentais para garantir a segurança e a estabilidade das estruturas, bem como a proteção das pessoas que residem na zona de autossalvamento.