Ricardo Motta

Nos últimos anos, o debate político no Brasil parece que se desgarrou da lógica. Como explicar que, mesmo com popularidade em viés de queda, Bolsonaro mantenha entre 25% a 30% de apoiadores cativos? O bolsonarismo é o fenômeno mais visível dessa desconstrução. No 7 de setembro, milhares em verde e amarelo foram às ruas de Brasília, São Paulo e Rio para apoiar o presidente Jair Bolsonaro, desconsiderando a desastrosa gestão do combate à pandemia de coronavírus, a alta nos preços da comida, do gás e dos combustíveis e o agravamento da crise hídrica. Filósofo, escritor, letrista e debatedor do programa Papo de Segunda, no GNT, Francisco Bosco tem interessantes reflexões sobre o atual momento. Em tempo: Francisco Bosco é filho do cantor, músico e cantor ponte-novense João Bosco, com Ângela, que é artista plástica, especialmente com papier marché, que inspirou a letra de José Carlos Capinan, Papel Marchê, que João Bosco musicou. Para o fervor dos bolsonaristas, Francisco Bosco argumenta que conservadores, ultraconservadores e reacionários não têm mais os problemas econômicos como principal preocupação. “Eles temem perder a hegemonia recém-conquistada do modo de vida conservador”, explica o filósofo, nessa entrevista à coluna de Chico Alves, no portal Uol on-line de domingo, 12 de setembro. É preciso, porém, reconhecer que há turbulências no outro lado. Nos debates, parte da esquerda também adota certo grau de sectarismo, jogando no mesmo balaio qualquer grupo ideológico que não esteja integralmente alinhado com suas convicções. “Se você considera que toda tradição liberal ou que toda a tradição conservadora é um lixo, é fascista, você está caricaturando essa tradição”, diz Bosco. Francisco Boco afirma que teremos que nos reconstruir na esfera pública, pois o debate público do Brasil está completamente envenenado. Para ele o custo psíquico da degradação da sociabilidade no Brasil está muito grande. “A gente vai ter que reconstruir isso e evidentemente reconstruir a cidadania brasileira, porque o pacto da Constituinte, o pacto da Constituição de 1988, bem ou mal vinha sendo sacramentado por todos os governantes da redemocratização, em maior ou menor grau”, Revela Bosco. Ele, Francisco Bosco, não acredita que o acirramento das contradições vá produzir uma situação que seria subitamente regeneradora. Isso não faz parte das suas convicções. “Eu acho que a gente está vivendo um momento tétrico, horrendo, que vai exigir do país uma reconstrução em praticamente todos os níveis da sua experiência”, encerra o filósofo, com sangue de ponte-novenses. Francisco Bosco e o pai João Bosco lançaram um disco com letras do filósofo (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

20/09/2021– 10:54

Silenciosamente, em todo o planeta, bilhões de abelhas estão morrendo, ameaçando as colheitas de nossas plantações e nossos alimentos. Entretanto, em 24 horas, a União Europeia poderá tomar medidas para banir alguns dos agrotóxicos mais venenosos e pavimentar o caminho para uma proibição global que salvaria as abelhas da extinção. As abelhas não só produzem mel, mas são vitais para a vida na Terra – a cada ano elas polinizam 90% das plantas e plantações com um valor estimado em US$40 bilhões, mais de um terço da produção de alimentos em muitos países. Sem ações imediatas para salvar as abelhas, muitas das nossas frutas, legumes e nozes preferidas poderão desaparecer das prateleiras. A França, Itália, Eslovênia, e até a Alemanha, sede da Bayer, maior produtora de agrotóxicos, baniram alguns destes produtos que matam abelhas. Porém, a Bayer continua a exportar o seu veneno para o resto do mundo. Assine a petição urgente para os líderes europeus: http://www.ava-az.org/po/ hours_to_save_the_bees/?behcCdb&v=21543. O presidente da Cooperativa Nacional de Apicultura, sediada em Nova Lima, em Minas Gerais, Cristiano Carvalho começou notar a morte das abelhas há mais 05 (cinco) anos. “Chegam diversos casos à cooperativa de mortes em massa de abelhas, de colmeias vazias, de abandono de enxames. No fim do ano passado, um apicultor contou que perdeu 100 colmeias, sem nem saber o porquê. Considerando que cada colmeia tem 80 mil abelhas, imagine o prejuízo”, falou Cristiano Carvalho. O cálculo é de 08 (oito) milhões de espécimes mortos de uma vez só. Cristiano Carvalho conjectura as possíveis causas das mortes em massa mas, ao mesmo tempo, chega a um impasse. Acredita-se que isso se deve ao uso indiscriminado de defensivos agrícolas. Mas os apiários precisam de uma área bem extensa e, geralmente, são vizinhos ou ficam juntos às outras produções, como uma plantação de mexerica, onde se usa muito veneno por meio de pulverização. Hélcio Totino, um dos únicos ambientalistas de Ponte Nova (morreu em janeiro de 2020) que já defendia essa tese, ainda em 2009, dizia que sempre que uma área é pulverizada morre um tanto de abelha. “Isso é fato. Por outro lado, se não houver a pulverização, o produtor vai perder a colheita de mexericas”, dizia ele, acrescentando que a solução era proibir agrotóxicos e criar soluções com mecanismos naturais, ou seja predadores de insetos que matam plantações. Observação: vão me perguntar porque não falei de 07 de setembro. Ah! Bem, eu falo: recebi manifestações pelo meu aniversário e não perco mais tempo “querendo consertar o que não tem mais conserto”, como dizia Raul Seixas. O voto em outubro do ano que vem (2022) vai resolver o problema. Ou, quem sabe, um impeachment pelo caminho?

13/09/2021– 12:01

Depois do tiro no pé dado pelo grande compositor, cantor e ator, nas horas vagas, Sérgio Reis, o que se vê e ouve é o delírio inconsequente dos amantes do atual ocupante do Palácio do Planalto. Falam em invasão de STF e Congresso, voto impresso (já negado e renegado pelos congressistas) e os mais ousados (irresponsáveis, na verdade!) pretendem chegar armados na Paulista e no Planalto Central. O gado não terá o berrante de Sérgio Reis para chamá-lo, mas ganhou até outdoor na cidade de Raul Soares, com logomarca da Polícia Militar de Minas Gerais e palavras de civismo. Há quem sonhe com o artigo 142 da Constituição Federal e pedem dissolução do Congresso, compara os tempos atuais aos de 1964. Leram mal o que aconteceu naquele tempo, falam em comunismo, coisa que nunca existiu no Brasil. A proposta era implantar o Estatuto da Terra, bandeira de João Goulart, derrubado pela “Marcha com Deus pela Família e Liberdade”, comandada pelo Padre Patrick Peyton, americano estimulado pela CIA, como nos outros países da América Latina. A marcha foi desencadeada por um discurso do presidente Jango na Central do Brasil (Rio de Janeiro) em 13 de março de 1964, no qual ele pediu reformas políticas, incluindo controle de aluguéis: impostos sobre a riqueza; desapropriação de terras dentro de 10 quilômetros de estradas, ferrovias e barragens, e a nacionalização de refinarias de petróleo. Por anos, as reformas moderadas foram vistas pelo governo dos Estados Unidos como uma ameaça aos seus interesses financeiros e hegemonia na região. Goulart também pediu a nacionalização de empresas estrangeiras de mineração, como a americana Hanna Mining. Para desacreditar Goulart, os EUA jogaram com o medo exagerado de comunismo, por meio de extensa propaganda fornecida por jornalistas macartistas e figuras financiadas pela CIA como o padre Patrick Peyton, que ajudou a exagerar a ameaça do comunismo. Quem financia o discurso de hoje são empresários mal-intencionados, como o “Véio da Havan” e jornalistas que se venderam às benesses das “burras” de Jair Bolsonaro, como Sikêra Júnior e o Ratinho. O resto é fantasia louca, de gente que não pensa no Brasil e que não viveu a Ditadura Militar, que se abateu sobre o Brasil, matando heróis que lutaram contra baionetas e tanques tingidos de sangue de brasileiros como Adrianinho Fonseca, filho de Ponte Nova.  

06/09/2021– 20:36

Em 25 de agosto de 1944, há 77 anos, tropas francesas e americanas libertaram Paris da ocupação alemã. Da Inglaterra, o general Charles de Gaulle conclamou, pelo rádio, seus compatriotas a apoiarem os Aliados. Antes disso, Adolf Hitler ordenou ao comandante alemão que colocasse fogo em Paris, antes de sair, inclusive nos monumentos, mas, o general achou que não significaria nada e desobedeceu. O tema virou filme em 1966. Leia a sinopse: Perto do final da Segunda Guerra Mundial, o general Dietrich Von Choltitz (Jean-Paul Belmondo) recebe ordens para incendiar Paris se ficar claro que os Aliados vão invadir, ou se ele não puder manter o controle da cidade. Depois de muita contemplação, Choltitz decide ignorar suas ordens, enfurecendo os alemães e dando esperança a várias facções de resistência de que a cidade será libertada. Choltitz, junto com o diplomata sueco Raoul Nordling (Leslie Caron), ajuda um líder da resistência (Alain Delon) a organizar suas forças. Ninguém mandou colocar fogo em Copacabana, mas ela está em chamas desde maio. O presidente da AmaCopa (Associação Comunitária de Moradores e Amigos de Copacabana e Adjacências), Marcinho de Belim, que recebe a produção do filme Piranga, o Herói Tarciturno, neste domingo, 22 de agosto, às 11h30min para o plantio de árvores ao longo do leito ferroviário, na direção da nascente que abastece o chafariz do bairro, disse que à reportagem do Líder Notícias que todo o ano acontece incêndio por lá, inclusiva ao redor da nascente. Na história da segunda Guerra, retratada em Paris está em Chamas? A capital da França estava ocupada pelos alemães. Tardaria até meados de agosto de 1944 para que as tropas aliadas conseguissem avançar em direção a Paris. Já nos dias que antecederam à libertação da cidade ocorreram greves da polícia, dos correios e do metrô parisiense. O rádio suspendeu suas transmissões e, no dia 19 de agosto de 1944, o Comitê da Libertação de Paris conclamou a população a rebelar-se. Desde 07 de agosto de 194, o comandante alemão da região metropolitana de Paris era o general Von Choltitz. Do ditador alemão Adolf Hitler, VonCholtitz recebera carta branca para defender a cidade com todos os recursos e para destruí-la inteiramente antes de uma retirada. O general, no entanto, contrariou as ordens cada vez mais insistentes de Hitler para a destruição de Paris. Ele solicitou ao cônsul-geral da Suécia em Paris, Raoul Nordling, que cruzasse o front e entrasse em contato com os Aliados, a fim de apressá-los e acelerar assim a capitulação nazista. Atendendo a uma sugestão de Raoul Nordling, o general Von Choltitz buscou contato com a Resistência francesa, conhecida como La Résistance, em 19 de agosto. Neste meio tempo, o general Leclerc juntara-se a Charles de Gaulle e comandava então a 2ª divisão blindada francesa, que avançou rapidamente para Paris, a partir de 23 de agosto de 1944. Já no dia seguinte, companhias aliadas estavam nos subúrbios ocidentais da capital. Na tarde de 25 de agosto, o general Leclerc e o coronel Rol receberam a capitulação do general Von Choltitz, no Departamento de Polícia da capital francesa. Marcinho de Belim, comparando bem, faz parte da resistência ambiental de Copacabana, com mais um monte de gente da AmaCopa e promete lutar para acabar com focos de incêndio, plantar árvores, proteger as nascentes, implantar a Horta Comunitária em parceria com o DMAES e Semam, inaugurar o Biclotrem com o Ferropon, e mudar o visual do chafariz. E mais: com o designer gráfico e artista plástico Leo Machado, criar imagens nos muros de Copa, como é carinhosamente chamado o bairro, refúgio de muitas pessoas de Ponte Nova.

30/08/2021– 11:49

Tive a oportunidade acompanhar o evento “Mudança Climática e Sustentabilidade no Agronegócio”, promovido pela Climatempo, a maior empresa brasileira de serviço Meteorológicos, que busca tornar o futuro seguro e próspero, conectando ciência e tecnologia. Os expositores garantem que o ano de 2021 está sendo um desafio para os produtores rurais brasileiros, transformando a dinâmica do setor agropecuário. As intempéries impactaram a safra. No Sudeste, onda de frio e geada trouxeram impacto para o café e cana-de-açúcar, 02 (duas) importantes culturas. No Paraná, por exemplo, 2º maior produtor de milho no Brasil, a colheita da segunda safra está atrasada. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o milho foi uma das culturas mais afetadas, com uma queda de produtividade estimada em 25,7%. Com os prejuízos, as indústrias devem comprar o grão de outros países e estados do Brasil, o que há muito tempo não acontecia. O produtor Daniel Wolf apresentou as práticas de produção sustentáveis que trazem bons resultados para sua fazenda. A economista Claudine Pinheiro Machado trouxe informações importantes sobre mudanças climáticas e o impacto nos contratos internacionais de milho e café. Gustavo Spadotti da Embrapa Territorial falou sobre o papel do Agro na preservação e o como o setor pode caminhar junto com a sustentabilidade e a advogada Samanta Pineda discursou sobre direito ambiental e como mitigar o impacto climático. Ainda que seja imprevisível dizer, no momento, o tamanho dos danos econômicos causados pela atual estiagem sobre a economia gaúcha, diferentes e importantes culturas gaúchas já acionaram o sinal amarelo para os prejuízos. Em alguns casos, até o vermelho. Além dos danos mais aparentes no milho e os riscos para a soja, a falta de chuva aliada ao calor excessivo também impacta na pecuária de corte e de leite, na avicultura e nas plantações de tabaco. Enquanto isso, por aqui a situação não é diferente, afetando o agronegócio. Na feia de domingo passado, 15 de agosto, tinha produtor vendendo quiabo a R$15,00 o quilo. Preço da carne impraticável e arroz fora de propósito. A estiagem deste ano foi interrompida na noite/madrugada de segunda-feira para terça-feira (16 e 17/08/2021). Como dizem os antigos: “a chuvinha deu para apagar a poeira”. O Climatempo anuncia mais tempo frio para este fim de semana. Boa notícia: a ministra da Agricultura e do Abastecimento, Tereza Cristina, garantiu que o governo fará o preço do arroz baixar e que o produto não vai faltar nas prateleiras dos supermercados. Na terça-feira, 17 de agosto, a ministra respondeu pergunta sobre o assunto feita pela youtuber Esther Castilho, de 10 anos. A menina questionou a cúpula de ministros antes de uma reunião do grupo. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

23/08/2021– 11:26

Ana Marcela Cunha trouxe o ouro para o Brasil na Maratona Aquática. A foto é de Jonne Roriz do COB (Comitê Olímpico Brasielira), que conseguiu capturar a imagem de um peixe que nadava ao contrário Foram 07 (sete) medalhas de ouro, 06 de prata e 08 de bronze, mostrando que os projetos de apoio aos atletas, como Bolsa Atleta e Bolsa Técnico, criados nos governos do PT, estavam certos. Sem estes incentivos atletas pobres não conseguiriam chegar em Tóquio, no Japão. A coisa pegou tão bem que o presidente Jair Bolsonaro enviou para a Câmara dos Deputados uma MP (Medida Provisória) alterando o Bolsa Família que passará a se chamar Auxílio Brasil, com apoio aos esportes. Dentro do novo programa de transferência de renda, segundo o Ministério da Cidadania há 09 (nove) modalidades diferentes de benefícios. Entre eles está o Auxílio Esporte Escolar que é destinado a estudantes com idades entre 12 e 17 anos incompletos que se destaquem nos Jogos Escolares Brasileiros e já sejam membros de famílias beneficiárias do Auxílio Brasil. O auxílio será pago em 12 parcelas mensais ao estudante e em parcela única à família do estudante, diz o Ministério da Cidadania. Enquanto isso, o STF deu uma maneirada no Rivotril e no chá de camomila. Finalmente incluiu o presidente da República no inquérito das Fake News e cancelou um encontro de pacificação entre os Poderes. Foi a primeira vez em que a Justiça, nas sábias palavras da comentarista Karen Jonz, “colocou a xereca na mesa” para cima do bolsonarismo. Jair acusou o golpe e ameaçou jogar fora das quatro linhas da Constituição. “Bolsonaro precisa é ver o sol nascer dentro das quatro linhas da janela de uma cela de presídio”, disse um jurista. O STF tranquilizou Bolsonaro e garantiu que o inquérito e possíveis mandados contra ele serão impressos. Um artigo publicado pelo cientista político, Robert Muggah, no site da NPR, uma rádio pública comandada pelo governo dos Estados Unidos, diz que o presidente Jair Bolsonaro se tornou “ameaça à saúde pública” com seu “populismo pandêmico”. O canadense apontou o “fracasso em retardar o surto, juntamente com uma campanha de vacinação anêmica”, o que, em sua visão, “não só criou uma tragédia doméstica, mas uma ameaça global em plena expansão”. Em artigo publicado no Correio Braziliense, o general Otávio do Rêgo Barros, sem citar nomes, se refere ao presidente como um “imperador imortal” e diz que o poder “inebria, corrompe e destrói”. Ex-porta voz do Palácio do Planalto, o general também alerta que uma eventual extrapolação dos limites legais por “um governante piromaníaco será rigorosamente punida pela sociedade”. Sobre o inquérito das Fake News, um jurista foi enfático: “Bolsonaro precisa é ver o sol nascer dentro das quatro linhas da janela de uma cela de presídio”. O STF tranquilizou Bolsonaro e garantiu que o inquérito e possíveis mandados contra ele serão impressos (rsrsrsrs). (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

16/08/2021– 11:39

As mais recentes pesquisas indicam que as plantações brasileiras receberam mais de 60 mil toneladas de agrotóxicos no último ano. Estas substâncias estão comprovadamente associadas a casos de câncer, danos genéticos, suicídios e mesmo assim, estão presentes em alimentos cotidianos do brasileiro, como café, arroz, feijão, batata, maçã, banana e até no caldo de cana. Para se ter ideia, cada cidadão brasileiro está consumindo em média 05 (cinco) litros de agrotóxicos por ano, enquanto países como a Dinamarca caminham para ter uma produção 100% orgânica, uma forma de agricultura ecológica. Indo na contramão desta cultura surge a agroecologia. Mas você sabe como funciona a agroecologia? Qual a sua importância para o campo? Quais suas características e seus benefícios para a natureza? Entendida como uma ciência, a agroecologia é um conjunto de práticas agropecuárias ou movimento social que consiste na aplicação de conceitos e princípios ecológicos para o desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis. Além de levar em conta o enfoque tecnológico, considera também aspectos socioeconômicos e de desenvolvimento rural como bases essenciais. A agroecologia baseia-se em práticas sustentáveis, que envolvem o manejo ecológico dos recursos naturais e formas de ação coletiva desde sua produção até a circulação de seus produtos. A agroecologia está em constante luta com a agricultura para que seja possível melhorar e oferecer qualidade de vida a população com práticas e alternativas agroecológicas e sustentáveis. A agroecologia tem um papel fundamental na agricultura por conta dos diversos benefícios que proporciona, como qualidade de vida, qualidade do alimento, sustentabilidade, valorização do trabalhador rural, rastreabilidade dos produtos e preservação do meio ambiente. Além de tudo isso, para os agricultores familiares, é uma importante renda econômica. Ela fornece todos esses benefícios ao meio ambiente porque não utiliza agrotóxicos, insumos e produtos que matam os organismos vivos do solo e contaminam a água, prejudicando também seres vivos que compõem este ecossistema. Pelo contrário, aprende com a própria natureza seus segredos de como sobreviver mesmo em condições cada vez menos favoráveis. (Com informações da Youagro: rede colaborativa da sustentabilidade na agricultura). (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

09/08/2021– 11:28

O meio ambiente é o local onde se desenvolve a vida na terra, ou seja, é a natureza com todos os seres vivos e não vivos que nela habitam e interagem. Em resumo, o meio ambiente engloba todos os elementos vivos e não-vivos que estão relacionados com a vida na Terra. É tudo aquilo que nos cerca, como a água, o solo, a vegetação, o clima, os animais, os seres humanos, dentre outros. Depois desta introdução acadêmica e inacabada de explicação, adentro no meio ambiente em que vivemos em Ponte Nova, onde é possível detectar espetáculos típicos de civilizações da Idade Média, com lixo jogado na margem do Rio Piranga, como se ali fosse um depósito de lixo. A salvação para estes transgressores contumazes deveria ser fora de propósito capitalista e protecionista. Na minha opinião, as lojas que ficam ao longo do Rio Piranga, e que insistem nesta barbárie, teriam seus alvarás suspensos por até 15 dias. Não fizeram isso na pandemia? Quem desobedecia a lei era punido. Leia o Código de Posturas: lá está escrito que é crime jogar lixo em Área de Preservação Permanente (APP), pois deteriora este espaço, responsável pelo fluxo de vida animal e vegetal. De um lado, vê-se o esforço integrado entre a Cooperativa de Recicladores de Ponte Nova (Coorpnova) e a secretaria municipal de Meio Ambiente (Semam), com a coleta seletiva urbana e que agora chega na zona rural a partir de 06 de agosto. Do outro lado, os mal educados, os seres humanos abestalhados, que fingem não entender que lixo gera doenças, fede, atrai ratos e baratas e enfeiam as margens do Rio Piranga. A preservação do meio ambiente faz parte dos temas transversais presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s). O seu objetivo é incitar nos estudantes a importância de preservar o meio ambiente e os problemas causados pela intervenção humana na natureza. Em Ponte Nova, este tema foi motivo de projeto de lei da época da secretaria municipal de Educação Cultura (Semec), Teinha Guimarães, que promovia na semana do Meio Ambiente (05 de junho) a Feira Ambiental das escolas municipais que era o resultado de que tudo que se apreendia nos primeiros meses do ano. Atualmente, as questões ambientais envolvem a sustentabilidade, que é um termo abrangente, que envolve também o planejamento da educação, economia e cultura para organização de uma sociedade forte, saudável e justa. A sustentabilidade econômica, social e ambiental é um dos grandes desafios da humanidade. E aqui em Ponte Nova, o grande exemplo é a parceria da Coorpnova e Semam. Vai continuar dando certo, mesmo contra a ignorância dos que insistem em transformar as margens do Rio Piranga em lixão! Lixo descartado nas margens do Rio Piranga (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

02/08/2021– 10:21

Celebrou-se com entusiasmo, a aprovação pela Câmara Municipal de Ponte Nova do projeto de lei de autoria do vereador Zé Roberto Júnior (Rede). O prefeito sancionou o projeto que prevê a troca das atuais embalagens de plástico de polietileno, derivada do petróleo, combustível poluidor, pelas embalagens oxibiodegradáveis. As embalagens oxibiodegradáveis é de plástico PLA (poliácido lático), a mais utilizada dentre as biodegradáveis. Em sua produção, as bactérias produzem ácido lático durante a fermentação de milho, beterraba e mandioca, vegetais ricos em amido. Esse material é reciclável, biocompatível e bioabsorvível, obtido de fontes renováveis, que quando descartado corretamente, transforma-se em substâncias consideradas inofensivas (há controvérsias) por ser degradado pela água. Um estudo realizado pelo Instituto Plastivida, e que consta no site da ABES (Associação Basileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), aponta que as novas sacolas plásticas são ainda mais perigosas para a natureza. De acordo com o estudo, na presença de luz a embalagem oxibiodegradável sofre reações na cadeia polimérica e se transforma em pequenos fragmentos, de 1 cm a 2 cm quadrados, que são lançados no ambiente e causam problemas ainda maiores que a sacola tradicional. A indústria do plástico, para não abolir as sacolas, decidiu criar outro modelo, mais resistente e com processo de decomposição mais rápido. A promessa é que as sacolas oxibiodegradáveis se decomponham completamente em apenas 06 (seis) meses. Os comerciantes, hamburguerias, trailers e outros ramos têm 15 meses para trocar as sacolas, mas o projeto encontra resistência, pois que vai pagar é o consumidor, pois as oxibiodegradáveis. Outras desvantagens do PLA e que pode ser misturado com plásticos não biodegradáveis e mesmo assim, continuar sendo classificado como biodegradável. A embalagem de celofane, pouco divulgada, é feita de celulose, é biodegradável e compostável, e pode ser utilizada para alimentos, lembrancinhas, cosméticos secos. Porém, não pode ser utilizada para embalar substâncias aquosas e não pode ser reciclada, tornando seu uso inviável. Também existem as embalagens feitas de resíduos vegetais, como as de milho, bagaço de cana de açúcar, cogumelo, entre outras. São biodegradáveis e cada uma possui suas vantagens e características únicas, porém, a desvantagem de todas elas é o custo elevado para produção. Pensando em termos de preservação ambiental e diminuição da geração de resíduos, as diversas opções de embalagens biodegradáveis seriam excelentes. Porém, vivemos em um mundo rodeado por vulnerabilidade social, com condição financeira precária e educação ambiental pouco disseminada em diversos países. É possível diminuir a uso das sacolas plásticas, algumas atitudes podem ajudar e muito nessa conquista: 01) Levar sua sacola na hora das compras. Não importa se a quantidade não é suficiente, pelo menos, boa parte das sacolas destinadas a isso não serão utilizadas; 02) Ecobag’s ou sacolas de feira. Elas são feitas de matérias resistentes e podem ser utilizadas por muito tempo; 03) Se precisar transportar um grande número de compras, opte pelo uso das caixas de papelão. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

26/07/2021– 09:34

Os agrotóxicos são polêmicos no combate às pragas nas lavouras. O uso indiscriminado causa resistência das pragas, contamina solo e água e pode deixar resquícios em algumas culturas. Um pesquisador do Departamento de Entomologia da UFV (Universidade Federal de Viçosa) realizou uma longa pesquisa em 163 séries de dados de artigos já publicados sobre o tema em todo o mundo para dar mais um passo na comprovação de uma outra consequência do uso destes defensivos químicos: a ressurgência das pragas e a importância dos inimigos naturais no combate efetivo delas. O trabalho foi publicado na prestigiada revista Ecology Letters e realizado pelos pesquisadores Arne Janssen e Paul C. J. van Rijn. Arne é professor Honoris Causa da UFV, orientador do Programa de Pós-Graduação em Entomologia e professor da Universidade de Amsterdam, na Holanda. Os autores analisaram os principais artigos já publicados em todo o mundo sobre combate a pragas agrícolas. Utilizando modelos matemáticos de predador-presa com vários graus de complexidade, eles simularam a dinâmica das pragas e de seus inimigos naturais. Para isto, utilizaram vários métodos e frequências de aplicação de agrotóxicos, com uma única aplicação por estação, aplicações regulares e aplicações quando o nível de pragas superou uma densidade limiar. Estas simulações mostraram que, com as aplicações dos agrotóxicos, a densidade das pragas ressurgiu em níveis acima da densidade obtida sem o uso dos agrotóxicos, mesmo quando os inimigos naturais foram menos susceptíveis ao agrotóxico do que as pragas. Os pesticidas diminuíram a densidade das pragas consistentemente somente quando eles reduziram muito ou eliminaram os inimigos naturais. Assim, ao longo de uma estação, a população de pragas era maior com aplicação de agrotóxicos do que sem eles. Isto ocorre, segundo Arne, mesmo quando os agrotóxicos são aplicados repetidamente. A conclusão dos pesquisadores é que, a longo prazo, o que de fato controla as pragas são os inimigos naturais e não os pesticidas. Se é assim, para os autores, talvez seja melhor investir no controle biológico de pragas do que no desenvolvimento de novos pesticidas. O grande problema é colocar isso na cabeça dos atuais governantes do Brasil. São apaixonados por pesticidas. Bolsonaro bateu o próprio recorde: 2020 foi o ano com maior aprovação de agrotóxicos da história. Foram 493 produtos aprovados, um número ainda maior do que 2019, antigo recordista. Em 02 (dois) e meio de mandato, presidente liberou mais de 1.000 agrotóxicos. Joaninhas alimentando-se de pulgões em dois estágios de vida: ninfa de joaninha (Eriopis connexa), à esquerda e, joaninha adulta (Hippodamia convergens), à direita. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

19/07/2021– 14:57

MEIO AMBIENTE Como jornalista cumpre-me, prioritariamente, o direito e o dever de informar, sem paixões e sem extremismos. Para quem me conhece, sabe de que lado sempre estive: sou um homem ambientalista e por convicção, um socialista! Nunca abrir mão das minhas convicções ideológicas, que são de esquerda. Paguei por isso: perdi emprego, fui perseguido, fui censurado e preso algumas vezes “por desacato” à autoridade. Fui condenado por atentado violento ao pudor, com base na Lei de Imprensa, monstro gerado em1967, em plena Ditadura Militar. Na parede do meu quarto, plastificada, está a sentença do juiz Wander Marotta Moreira (1984). Meu maior troféu pela liberdade de expressão que ousei publicar no jornal “O Piranga. Coincidentemente, a edição circulou dia 14 de julho, Dia da Revolução Francesa, a Queda da Bastilha. Napoleão Bonaparte tem razão: coincidência é para os tolos, para mim é história!. Passei pelo Mensalão, pelo Petrolão, ouvi todos os presidentes xingarem e defenestrarem a Imprensa, principalmente a Rede Globo (aquela que corrompe a moral dos brasileiros. Principalmente daqueles que pregam respeito à família e têm amantes às escondidas. Hipocrisia!). Agora, chegou a vez da prevaricação chegar no seio do Planalto, além de ser abastecida pelas “racchadinhas” do clã Bolsonaro. Não escapa ninguém da árvore genealógica: Micheque, Flavinho, Carluxo, Fritador de Hamburguer no Maine, garoto prodígio do condomínio (pegador!) e o “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”. Como assim: e quem não acredita em Deus, como é que fica? Fico lendo e ouvindo gente falando a torto e à direita sobre o Comunismo: “não deu certo em lugar nenhum do mundo e blá, blá, blá”. Conversa de gado. A oposição brasileira não quer implantar comunismo. O que se quer é fazer o povo voltar a ter alegria, sem preconceito contra negros, homossexuais, índios, moradores de rua, etc. E não será com a Direita no poder. Ela tem ódio do povo! Me lembro de uma expressão de Ulisses Guimarães: essa gente é igual cão mastim: lambe o saco do dono e morde a perna do povo! Durante o Simpósio Interdisciplinar sobre o Sistema Político Brasileiro, em que defendeu a adoção de um sistema ‘semi-presidencialista’ para o País a partir de 2026, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, reforçou que o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, se deu por razões unicamente políticas. “Creio que não deve haver dúvida razoável de que ela não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção, mas sim foi afastada por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história”, afirmou Barroso, em uma manifestação de 05 de julho de 2021. Será que querem afastar o Jair Messias Bolsonaro por razões políticas, ou pelas centenas de atitudes autoritárias, fora da lei e com desprezo pela vida dos que estão morrendo por sua irresponsabilidade perante o coronavírus? Com a resposta o gado que pasta solenemente, enquanto o Pazuello se esconde atrás de 100 anos de sigilo! (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

12/07/2021– 11:53

Piau-vermelho é o peixe símbolo do Rio Piranga Ouvi atentamente o prefeito Wagner Mol Guimarães na quarta-feira, dia 30 de junho de 2021. Vi que sua emoção era verdadeira quando falou das dificuldades enfrentadas para colocar em execução das obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Acompanhei todas as etapas, desde 2002, quando, enquanto presidente do Codema, enviei ofício ao DMAES solicitando a elaboração de um Plano Diretor de Esgoto para nortear os caminhos que seriam seguidos para o tratamento do esgoto sanitário. Mas, as falas que me deixaram ainda mais otimista para as coisas em defesa do Rio Piranga (dentro das periferias da construção da ETE) estão o plantio da sua mata ciliar e o mais importante: criação de alevinos de peixes nativos para repovoamento do nosso inspirador recurso hídrico, uma reserva natural tão ou mais importante que o pulmão florestal de oxigênio do Parque Natural Municipal Tancredo, no Passa-Cinco. Em 2013, uma parceria da ONG Puro Verde com a Semam e o Codema proporcionou a soltura de 07 (sete) mil alevinos de matrinxã no Rio o Piranga. Esta espécie está ameaçada de extinção, bem como a corvina. Matrinxã é um peixe de escamas, coloração prateada, corpo alongado, capaz de atingir 80 centímetros de comprimento e 05 (cinco) quilos de peso. Tem nadadeiras alaranjadas, mas a da cauda é escura. Após a fala do prefeito Wagner Mol mantive conversas com o secretário de Meio Ambiente, Bruno do Carmo, ainda no canteiro de obras da ETE, para debater onde se poderia montar um criatório de peixes nativos. Uma das propostas seria utilizar a estrutura da antiga estação primária de tratamento de água (apenas cloração) que era proveniente de nascentes do Passa-Cinco e depois a água era distribuída por gravidade para os bairros de Fátima, Palmeiras, Guarapiranga. Isto na década de 1920. Sugeri a ele que procurássemos o PHD em Biologia e Pós-PHD em Peixes, professor Jorge Dergam para agilizarmos o procedimento e começar o criatório, imediatamente. Disse ao Bruno do Carmo que uma equipe de pesquisadores da UFV, liderada pe-lo professor do Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Jorge Dergam, vem desenvolvendo pesquisas em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), buscando a conservação de peixes migratórios de água doce. Os estudos envolvem a caracterização genética das espécies e, associados a dados de comportamento e ecologia, orientam quanto às intervenções necessárias para garantir a preservação de populações saudáveis nas bacias hidrográficas estudadas. Ele desenvolve, inclusive análises para produção do piau-vermelho, o peixe símbolo do Rio Piranga. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

05/07/2021– 10:00

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