Ricardo Motta

As mulheres têm seus mistérios extraordinariamente guardados. Vê-las caminhando sobre saltos muito me emociona e me intriga. Por que elas sabem usar o salto agulha e ainda andar de forma tão sensual? Homens não seriam capazes de tal proeza e os que o fazem não são mais homens e por isso assimilam a energia cósmica do bicho mulher! Mistérios insondáveis rondam as mulheres e desejos inconfessáveis dos amantes buscam respostas para seus hábitos peculiares. Por que elas gostam tanto de usar calcinhas imitando biquíni fio dental? Sentiriam desejo em função do movimento, quase que constante naquela região, onde a maioria absoluta delas rejeita um ato mais ousado? Quando escrevo penso na raiva que muitas terão, achando que este texto é um libelo pornográfico. E elas talvez não gostem de revelar que gostam disso. Aí entraria uma espécie disfarçada de traição: ficar se masturbando olhando o tamanho do pênis avantajado dos atores pornôs! Nem pensar que isto atrai orgasmo! E se o marido descobre esta atitude considerada canalha? E entre o salto e o sobressalto, as mulheres se deslocam diuturnamente no universo dos homens. Com perfumes inebriantes ou mesmo com o cheiro natural, que é muito melhor. Alguém já viu uma cadela no cio? São tantos machos atrás, mas ela escolhe aquele de sua preferência para ser o primeiro. Depois, na lascívia, são tantas as investidas, que ao final cai no sono por causa do cansaço físico. François Truffaut, em seu filme “O HOMEM QUE AMAVA AS MULHERES”, dizia pela boca do ator Charles Dener, que interpreta o conquistador Bertrand Moran: “para mim não existe nada mais belo de se ver do que uma mulher andando, desde que com vestido ou saia que mexesse no ritmo de seu andar. Algumas são belas vistas por trás, que hesito ultrapassá-las para não ficar decepcionado, mas nunca me desaponto. Quando de frente são feias me sinto, de alguma forma, aliviado, pois infelizmente não posso ter todas”. Mulheres! Quem viver pode, sem elas? Os mistérios das mulheres me fascinam! Este mini texto foi escrito para uma linda mulher em 2008. Ela escapuliu com uma frase surrada: “Ricardo Motta, quem não conhece te compra! ”. Caramba, que mulher insensível! (rsrsrsrs).

14/06/2021– 11:38

Foi o que disse dom Erwin Kautler, bispo emérito do Xingu à Folha de S.Paulo em 29 de maio de 2021. Para ele, ainda não desceu a frase pronunciada pelo ministro do Meio Ambiente em abril de 2020 em uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto em Brasília. Ele disse que o governo deveria aproveitar a pandemia para passar a “boiada”. O investigado ministro Ricardo Salles pela prática de advocacia administrativa, organização criminosa e contrabando de madeira na região norte (Pará e Amazonas), referia-se a propor alterações na legislação ambiental para ajudar os empresários e milionários madeireiros e empreendedores imobiliários, várias imorais portarias e decisões de Ricardo Salles foram barradas no STF (Superior Tribunal Federal). “Isso para mim foi uma das mais vergonhosas expressões que um político brasileiro já produziu”, acrescentou o bispo do Xingu, presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica. Ele entregou uma carta, assinada por lideranças católicas, aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, o mineiro Rodrigo Pacheco. Dom Erwin Kautler quer que os políticos “realmem” a economia e não sejam coniventes com projetos que devastam o meio ambiente, como o que está tramitando no Congresso Nacional. O projeto de lei 3.729/2004 torna letra morta o licenciamento ambiental. Se aprovado empreendimentos avançarão impiedosamente sobre a nação indígena e as comunidades quilombolas. Outro projeto vergonhoso, chamado de “PL da Grilagem”, permite a titulação de terras após invasão por grileiros que falsificam documentos. É regulamentar o crime! Em porcentagem menor, a legislação ambiental de Ponte Nova sofreu um retrocesso depois de 2017, com a entrada no poder do atual mandatário. Tirou prerrogativas da sociedade organizada, como associações de bairros e ONGs, “pois agora a raposa cuida do galinheiro”. Antes, uma Câmara Técnica do Codema analisava corte e poda de árvores em vias públicas. Isto agora é incumbência direta do poder público. Resultado: centenas de árvores foram cortadas e substituídas (poucas) por árvores de pequeno porte, contribuindo para o empobrecimento do verde e consequentemente diminuindo o poder de captação de gás: aquecimento local pra valer! Nem tudo está perdido: nesta semana que antecede o Dia Mundial do Meio Ambiente, que transcorre amanhã, 05 de junho, a secretaria municipal de Meio Ambiente (Semam) vai distribuir mudas de árvores nativas e de frutíferas, é só ligar para (31) 3881-1896 e agendar a retirada das mudas. 300 mudas serão doadas para a Associação Comunitária dos Amigos e Moradores de Copacabana (AmaCopa) para replantio no local onde um incêndio consumiu mais de 500 mudas plantadas recentemente. *Meu Nome é Ricardo Motta de Almeida, sou mineiro de Coimbra, 48 horas de cavalo e 10 de trem. Jesus Cristo é aquilo que me ajudou a compreender o que eu não compreendia: a solidariedade, a fé e a coragem para dizer o que penso! (Parodiando Raul Seixas). (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

07/06/2021– 13:04

O setor de manejo de resíduos sólidos gera emprego e renda. Ele representa, no Brasil, cerca de 400 mil empregos diretos e um milhão de empregos indiretos. Os números correspondem a R$ 10 bilhões por ano em folha de pagamento, pois atuam neste meio diversos profissionais: engenharia civil, ambiental, mecânica de produção, técnicos em coleta e saneamento, biólogos, ecólogos, economistas, administradores, especialistas em logística, entre outros. No dia 17/05, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, esteve em Belo Horizonte para falar do Programa Lixão Zero e assinou na frente do governador Romeu e do presidente da Federação da Indústria de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, um edital com R$100 milhões para aplicar em projetos elaborados por consórcios intermunicipais com a finalidade de acabar com os lixões, como é o caso de Ponte Nova. O município de Ponte Nova gera diariamente quase uma tonelada e meio de lixo. O Brasil gera, diariamente, cerca de 200 mil toneladas de resíduos sólidos. Deste montante, 35 mil toneladas terminam dispostas em lixões. Apesar de proibida, a prática ainda é comum - são mais de 2,7 mil lixões a céu aberto no País. Quem paga o preço do descarte inadequado é a saúde das populações mais vulneráveis. Para modificar o cenário, a alternativa é investir em novos modelos de manejo de resíduos. Com a aprovação do novo Marco Legal do Saneamento Básico vai trazer sustentabilidade financeira aos investimentos, como a implantação de aterros sanitários ou usinas de geração de energia pelo sistema biológico sem a queima que gera o gás carbônico e ataca o ar. Instituída em 2010 no Brasil, a PNRS estabelece que os resíduos devem obrigatoriamente, passar por processos de tratamento antes da sua disposição final em aterros. A partir da legislação nasceu o termo rotas tecnológicas, abrindo uma gama de alternativas de formas de gestão de resíduos, desde a mais simples, onde há a separação da matéria orgânica dos materiais recicláveis e rejeitos, até as mais sofisticadas. Recentemente, há um enorme movimento entre as rotas tecnológicas focado na recuperação energética dos resíduos sólidos, chegando à geração de energia elétrica através a incineração ou do aproveitamento do biogás muito diferente da realidade nos lixões. Os aterros sanitários são obras de engenharia, submetidas a rigorosos procedimentos, desde licenciamentos ambientais, à operacionalidade, à fiscalização com rígidos controles ambientais e, finalmente, às exigências técnicas para seu encerramento”.   (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

31/05/2021– 10:53

O Estadão online, em editorial, comentou o pedido de afastamento de Jair Bolsonaro, protocolado no Supremo por 07 (sete juristas), segundo os quais é preciso reconhecer a incapacidade civil para exercer o cargo. “Os autores esclarecem que não se trata de julgamento por crime de responsabilidade ou crime comum, para os quais seria necessária autorização parlamentar. Apontam ainda que não se trata de uma interdição pela incapacidade de gerir atos da vida civil, mas especificamente da ‘interdição de um supremo mandatário que não tem os requisitos cognitivos mínimos’ para exercer a Presidência”, diz trecho do editorial do Estadão. Na ação civil, os juristas alegam que diante dos atos, omissões e do comportamento reiterado de Bolsonaro, o país se encontra diante de situação grave, que abala e frontalmente contraria os valores, princípios e regras estabelecidos pela Constituição, bem como a integridade e a dignidade, os deveres e responsabilidades atinentes ao cargo e à função de titular do Executivo. O texto explica que a situação grave levou a inúmeros pedidos para que a Câmara autorize o processo de impeachment perante o Senado. Contudo, nem a existência de representações, nem a referência a sua possibilidade têm gerado reação ou alteração na conduta do presidente. “Continua a dar mostra visível de incapacidade para realizar as atribuições que lhe impõe a Constituição, portanto de fazer executar os mandamentos estabelecidos pelo titular da soberania, o povo brasileiro, por meio de seus representantes, seja, constituintes, sejam legisladores, nas leis que regem o país. Essa incapacidade se apresenta no nível da razão, da experiência e da sensibilidade, três aspectos do ser humano que parecem estar ausentes naquele que ocupa tão importante cargo”, afirmam os juristas. Os juristas afirmam que Bolsonaro “faz pouco caso de cidadãos e cidadãs, não apenas em manifestações de ódio, desprezo e preconceito”, mas, sobretudo, deixa de implementar meios de realização de políticas públicas. Qualquer que seja o desfecho da ação protocolada no STF, o fato de que juristas se unem para apontar um caso de incapacidade mental e médicos para pedir o impedimento político sugere que é cada vez menos verossímil uma terceira hipótese para explicar a conduta desastrosa de Bolsonaro que contribuiu para as centenas de milhares de mortes no Brasil. A leitura dos documentos indica que “OU FOI LOUCURA OU FOI CRIME!”. Entre os signatários do pedido ao STF estão Alberto Zacharias Toron, Alfredo Attié Jr, Renato Janine Ribeiro, Roberto Romano da Silva, Roberto Romano da Silva, José Geraldo de Sousa Jr, Pedro Bohomoletz de Abreu Dallari e Fábio Roberto Gaspar.   (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

24/05/2021– 14:22

Níve de desmatamento subiu assustadoramente em abril deste ano (2021) O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil terá um novo problema sério pela frente em razão da falta de chuvas. Em conversa com apoiadores na segunda-feira, 10 de maio, o chefe do Executivo disse prever nova dor de cabeça com a maior crise que temos notícia. “Estamos com um problema sério pela frente. Estamos vivendo a maior crise hidrológica da história. Eletricidade. Vai ter dor de cabeça. Um choque, né? Maior crise que temos notícia. Demos mais um azar”, disse. A Amazônia perdeu em abril 581 quilômetros quadrados de sua cobertura vegetal (43% acima dos valores desmatados em 2020), o maior índice de desmatamento no mês de abril desde 2016, quando foram destruídos 440 quilômetros quadrados, de acordo com medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A área devastada equivale a, aproximadamente, 69 estádios de futebol. Trata-se do segundo mês consecutivo de recordes históricos mensais, já que em março foram desmatados 368 quilômetros quadrados de floresta (12% a mais que em 2020). Os especialistas alertam de que há “uma tendência de alta muito preocupante”, tendo em vista a proximidade do período de seca, não só na Amazônia, mas também no Cerrado, que corresponde aos meses de inverno Depois de organizarem um movimento de pressão contra o governo brasileiro no ano passado, fundos de investimento estrangeiros afirmaram não terem visto avanços do país na defesa de uma pauta ambiental e na preservação da região amazônica. Com o mercado cada vez mais pressionado por investidores a considerar o tema na alocação de seus recursos, eles falam em um cenário de dificuldades para manter investimentos no Brasil. Exemplos de retirada de recursos começam a surgir. O Fundo Soberano da Noruega, o maior do mundo, excluiu no ano passado Eletrobras e Vale de seu portfólio e mencionou a necessidade de metas claras de redução de emissão de gás carbônico. Com a retirada de recursos do país, o fundo deixou claro que questões ambientais vieram para ficar na composição de métricas para aportes dos grandes fundos. Para especialistas, essa fonte de financiamento pode fazer falta para as empresas brasileiras. Em meio ao avanço da taxa de desmatamento da Amazônia, que atingiu seu maior patamar desde 2008, além da perda de 30% da área do Pantanal em queimadas, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) teve o menor valor alocado para investimentos em 21 anos. Parlamentares ligados ao tema classificam o cenário como caótico e tentaram revertê-lo na discussão do Orçamento da União deste ano, mas não conseguiram. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

17/05/2021– 14:57

Plantando (2015) em companhia da menina Luara e o menino Pedro, na estrada de acesso à Fundação Menino Jesus (ao fundo as casas do Dalvo Bemfeito) Após horas de exaustivo trabalho de combate às chamas, que consumiram 90% da área de 30 hectares do Sítio Jaqueira, em Alegre, região do Caparaó, no Espírito Santo, Newton Campos, proprietário da área disse emocionado: “A cura do planeta é plantar árvores, cuidar de árvores e da floresta”. A tragédia, ocorrida em setembro de 2020, não abalou sua convicção na urgência de reflorestar o planeta e a alma dos seres humanos. “Agrofloresta é a saída. Não existe outra saída para a humanidade”. Agrofloresteiro, plantador de água, educador ambiental há 35 anos, membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim desde seus primórdios e da Associação de Plantadores de Água (Plantágua), Newton Campos é referência na região e em todo o Estado no trabalho de recuperação de terra degrada e plantio de água por meio de agrofloresta, sendo convidado também em outros estados para palestrar e prestar consultoria sobre o assunto, trabalho feito também de forma online nesses últimos meses de pandemia. Em janeiro de 2014, tive a oportunidade de conhecer o Sítio Jaqueira a convite do engenheiro florestal Davi Sena, filho de Dominguinhos (Espaço Café-Ponte Nova), que se formou no campus avançado da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Alegre. O projeto de Newton Campos é algo formidável: planta água em barraginhas, cerca nascentes e constrói casas com tijolos jogados fora de casas derrubadas; a luz do sol atravessa as paredes através das garrafas de vidro, onde moram estudantes da UFES. Plantei milhares de árvores ao longo da minha vida, salvei várias que seriam cortadas por que levantavam passeios; semeei sementes que voam, como as dos ipês e aguei mudas de ararutas na horta do Passa-Cinco, mas nada se compara a este cara. Ele joga capoeira e faz versos sobre meio ambiente, com a rapidez de seus gestos, apesar dos anos de luta. Às vezes, com resultados e outros tantos, vendo a sanha dos predadores. Quando comecei a luta em defesa do meio ambiente, não raro, ouvia piadinhas como; “isto é coisa de viado; esse cara é contra o progresso”; “um idiota a mais para defender o que não precisa ser defendido”. Mais, tarde, a guerra foi mais dura: afastar as hidrelétricas do Rio Piranga no município de Ponte Nova. Conseguimos com legislação própria e ainda alcançamos vitórias em outros municípios, pois os empreendedores queriam construir várias e como não podiam construir em Ponte Nova desistiram das outras. Levei para Alegre, no Espírito Santo, as experiências acumuladas em Ponte Nova e na região do Vale do Rio Piranga. Falei para centenas de pessoas, a maioria produtores, gente humilde que me ensinou como se faz uma banana caramelada, com o próprio açúcar da fruta, que fica exposta ao sol durante uma semana numa caixa de vidro, sem a parte branca, que é raspada. Terminei minha palestra, que não passou de uma conversa, usando uma velha e surrada frase que criei: “somos loucos, mas não somos tão poucos. Somos loucos pelo meio ambiente”.

10/05/2021– 10:16

Em 1998, participei ativamente do debate sobre a municipalização de algumas escolas em Ponte Nova. A secretária municipal de Educação e Cultura (era Semec) era a professora Ester Maria Silva Guimarães. A discussão passou pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autarquias de Ponte Nova (Sindserp) que tinha na presidência Maria de Lourdes. Ele fazia parte da comissão como assessor do Sindserp junto com a professora Maria Conceição Coelho, que era tesoureira da entidade sindical. Depois de muitos debates ficou decidido que algumas escolhas, não só pela tradição mas pela capacidade administrativa deveriam permanecer com o Estado, o que foi acatado por ela Câmara Municipal e deixou de lado as escolas Carlos Trivellato, Senador Antônio Martins e Caetano Marinho, que naquela possuíam o Ensino Fundamental, que ia até a 8ª série. Houve debate e elas continuaram estaduais. Bem, a história volta a incomodar educadores 23 anos depois e aí tomei a liberdade de reproduzir o post do Facebook da professora e artista plástica Teresa Cristina, que é professora das escolas estaduais Carlos Trivellato e Senador Antônio Martins, além de militante da cultura e dos direitos humanos. Leiam abaixo “Diga #NÃO para a MUNICIPALIZAÇÃO do Ensino Fundamental! É um CRIME o que o governador Zema está fazendo, sem discutir com os gestores, com servidores, com as comunidades, justamente num momento tão caótico como o que estamos passando. Minas não investe o mínimo na saúde, nem na educação, nem na pesquisa, não dá a mínima para a população. Nem 10% dos mineiros tomaram ainda a segunda dose da vacina, mais de 32 mil óbitos pela COVID-19 e mais de 1 milhão de infectados, mas quando é para FERRAR COM O POVO, ELE CONSEGUE AGILIZAR! As consequências da MUNICIPALIZAÇÃO SERÃO DRÁSTICAS se realizada sem debater com a sociedade. Vamos cobrar dos vereadores que (nos representam) NÃO APROVEM mais este CRIME, é importante o DEBATE, cada caso é um caso! O momento agora não é propício para que se faça cumprir uma lei que já sabemos que está em atraso. Nada justifica a MUNICIPALIZAÇÃO neste exato momento! ”   (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

03/05/2021– 13:09

A mulher está sem máscara e passa a ideia de que sorri. O líder do movimento, Glauco Martins, retira a sua para se comunicar com os que tiveram coragem de participar do movimento. O mote do protesto era: “igreja aberta também salva”. Embora tenha a certeza de que foi um ato fora de propósito, eu sou a favor da manifestação, pois faz parte da democracia e não deve ser reprimida. A pluralidade de opiniões deve ser mantida. “Prefeito, por favor, pense com carinho. No mínimo, porta aberta sem culto presencial. Só para atendimento. Tiramos as cadeiras”, relatou Glauco Martins que é Apostolo da Igreja Filhos de Deus. O prefeito Wagner Mol Guimarães manteve-se irredutível e ainda disse: “o verdadeiro encontro de Deus com as pessoas acontece no coração”. O mais preocupante é que os participantes do manifesto traziam bandeiras de Israel, país governado por um primeiro-ministro denunciado por corrupção, além de ser um país conhecido por matar seus irmãos palestinos sem dó nem piedade. Pior: tinha uma bandeira brasileira com metade do símbolo de Israel cortando o celeste da pátria brasileira. Vendo a manifestação, não tive dúvida de que o fundamentalismo religioso chegou a Ponte Nova! Em decisão assinada na quinta-feira, 15 de abril, 02 (dois) dias antes do protesto em Ponte Nova, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Nunes Marques, revogou liminar concedida por ele próprio, em 03 de abril, que autorizava práticas religiosas em templos e igrejas durante a pandemia da COVID19, desde que atendidos os protocolos sanitários. Em 08 de abril, o plenário do STF, por 9 x 2, havia cassado a sua liminar e dias depois ele (Nuno Marques) entendeu que deveria adotar o critério de que abertura de templos é competência de estados e municípios, por causa da pandemia do coronavírus, que já matou mais de 135 pessoas em Ponte Nova e mais de 380 mil em todo país. A questão da abertura do comércio ou outro local, me parece uma discussão cada vez mais acalorada. Do meu lado, já escrevi que os governantes fizeram a população de cobaia e eles próprios foram cobaias, por não entenderem nada do que estava acontecendo: o coronavírus é realmente letal. Por exemplo: desrespeitaram a Constituição e leis nacionais em pelo menos 02 (duas) ocasiões: proibiram idosos de andar gratuitamente nos ônibus, colocando os “velhos” como párias e perigosos, pois eram do grupo de risco. E hoje, eles não são? Estão morrendo mais pessoas entre 29 ano e 50 anos. Outro desrespeito flagrante, arremetendo o país à época da Ditadura Militar foi o decreto do Toque de Recolher, ato típico de ditadores, só que com votos. Outras besteiras: proibir vendas de bebidas, proibir consumo em público, exigência de CPFs e proibir visitas de familiares. E agora, vem este protesto para reabrir templos religiosos, local de aglomerações. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

26/04/2021– 14:09

Três amigos da época do Jornal/Revista Forma: João Brant e Ricardo Motta (em pé) e Délcio Teobaldo Perdi um dos melhores amigos da minha vida, sujeito corajoso, talentoso e de excepcional inteligência. Nossa história começa lá atrás, quando aventuramos buscar espaço como profissional de rádio em Ponte Nova. O ano era 1974 e conseguimos ser aprovados entre mais de uma centena de candidatos. Naquela época, o cara tinha que encarar um concurso. E a maioria que está aí foi assim. Lembro-me bem: a abertura do seu programa tinha como fundo musical Listen To The music (Ouça a música!), do conjunto norte-americano The Doobie Brothers. Além deste aspecto profissional, nós transitávamos em um grupo de pessoas que tinha pendores para a arte, cultura e política: Penha Gomes, Edésio Vieira Martins, Antônio Inácio/ Boneca, maestro França, Tião Catarino, José Carlos Daniel (ainda adolescente), Ayrton Pyrtz, Marcos Paulo Cirilo, Afonso Mayrink, José Henrique (professor da UFV), Guilherme Daniel Neto, Laene Teixeira Mucci e Ruy Merheb. Em Belo Horizonte era o Clube da Esquina, aqui em Ponte Nova éramos Geração Esquina. Eu cheguei a disputar a mesma menina com Délcio Teobaldo, mas era esperta e nos enganou. Ela ligava para a Rádio Ponte Nova e marcava encontro no jardim de Palmeiras. Estudava na Escola Nossa Senhora Auxiliadora, via a gente no banco, feito trouxa, mas não dava as caras. Depois descobrimos quem era. Nenhum de nós “pegou” a garota, mas andei escrevendo cartas terrivelmente sexuais para ela nos anos 1977 e 1979. Partimos para o teatro e criamos os grupos teatrais TACO (Teatro de Amor e Construção) e RIMODELTE (Ricardo Motta e Délcio Teobaldo). Artista plástico, Délcio Teobaldo fez uma exposição em que aproveitava pedaços de madeira. Criamos também o suplemento literário Exatos, encarte do jornal Folha da Mata e depois o revolucionário Jornal/Revista Forma, com Fernando Grossi, João Brant, Mansur Barbosa, Marcos Braga, Roberto Caldeira, entre outros. Nossa ligação era tão grande, incluindo Guilherme Daniel Neto e Mansur Barbosa, que criamos a Editora Espora quando morei no Rio de Janeiro) e produzimos 02 (dois) livros, sendo o primeiro de Laene Teixeira Mucci que teve o título de A Canção de Maria do Piauí e Ruy Merheb Vivo (entrevista). Merecemos um poema de Laene que nos retratava em a Canção dos Moços Tristes. Délcio ficou no Rio de Janeiro e eu voltei. Délcio era destemido. A família da sua esposa Virgínia não queria o relacionamento e o moço triste armou uma situação arrojada para a época: conseguiu que Marcos Pereira (Senai), que era Juiz de Paz, fizesse o casamento clandestinamente e ele “sequestrou” Virgínia, que tinha quase 18 anos e foi embora com ela para o Rio de Janeiro. Ousadia extrema para aqueles tempos de Ditadura Militar, da qual tínhamos nojo e continuamos tendo. Ele morreu com nojo do que aconteceu no Brasil, mas eu continuo com nojo e ódio daquela época! Fiquei sabendo da morte de Délcio Teobaldo às 04h30 da madrugada de 08 de abril. Acordei por causa da insônia, de sempre, e como o celular estava ligado vi a notificação do Messenger da sobrinha dele, Elisângela Militão. Confesso que chorei e passei o dia inteiro “penando”. Exatamente em uma quinta-feira (08/04), dia de fechamento do Líder Notícias edição 432, que lhe prestou uma homenagem na capa e em sua principal página, a 3.

18/04/2021– 22:07

Banquete em que a cabeça de João Batista foi entregue na bandeja a Herodes Antipas Grandes nomes femininos povoaram minha adolescência. Eu me apaixonei por várias delas, inclusive pela professora de Ciências no Ginasial, Dóia, lá de São Pedro dos Ferros. Eu tinha os hormônios à flor da pele enquanto a beleza dela era singela. Outra por qual me apaixonei foi Maria Alice Carvalho. Mas, esta era realmente sexy. Uma vez ela foi repreendida pelo diretor por causa do tamanho, ou seria falta de tamanho (rsrsrs) da sua saia? Ela ensinava Francês e eu me tornei um aluno dedicado à língua de Napoleão Bonaparte. Principalmente para ir à frente, justamente para ver suas pernas cruzadas, quase debaixo da mesa. Entre os arquétipos femininos da Antiguidade, aclamados pela cultura pop nos últimos anos estão Cleópatra, as Amazonas (vejam o filme Mulher Maravilha, com Gal Gadot) e Afrodite. Mas Salomé, uma heroína adorada até o início do século 20, caiu em relativo esquecimento. Uma injustiça que deve ser reparada! A Bíblia narra que foi ela quem pediu a cabeça de João Batista, mas, ao mesmo tempo, foi uma das primeiras mulheres a mostrar independência e caráter diante do domínio dos homens. Os Evangelhos de Santo Agostinho falam do assassinato de João Batista no final de um famoso banquete por volta do ano 29 em que se diz que Salomé dançou. O objetivo da festa era comemorar o aniversário de Herodes Antipas. Na verdade, Salomé era filha de Herodíades, esposa do imperador. Esta tinha horror de João Batista, que pregava no deserto, clamando que Jesus Cristo já estava por ali! Todo mundo sabe que Jesus Cristo foi batizado por João Batista, mas aquela turma era muito complicada: não acreditava! Bem, a história de que eles traíram Jesus Cristo, depois de recebê-lo com ramos no domingo, é verdade, pois 05 (cinco) dias depois veio a crucificação de Jesus Cristo. Pilatos lavou as mãos e os judeus sujaram as suas com o sangue do Filho de Deus, conforme dizem as Escrituras Sagradas.

12/04/2021– 12:24

Que ela sempre foi linda, ninguém nega. Que é confusa, também ninguém nega. Fez um belíssimo filme quando tinha 18 anos e contracenava com um menino de 12 anos, quando pedia que ele pegasse nos seus peitos. Tem uma cena em que ela beija o garoto (Marcelo Ribeiro) e faz sexo. Era isso que o diretor Walter Hugo Khoury queria que fosse passado: a exploração sexual de menores em bordéis, pois Xuxa fazia uma garota vendida para um homem rico. Após Xuxa entrar com uma ação na Justiça, em 1991, alegando que a comercialização do filme em home vídeo não fazia parte do contrato com o estúdio, uma decisão do então juiz de primeiro grau Luiz Fux (hoje presidente do STF) proibiu a comercialização de Amor Estranho Amor. Por um acordo judicial, a apresentadora pagava US$ 60 mil (o equivalente a cerca de R$ 300 mil) por ano ao estúdio que produziu o longa, a Cinearte Films, para impedir que o filme estivesse em circulação. Perdeu tempo, pois havia 400 cópias rodando pelo mundo afora! Ela tinha medo que isto atrapalhasse sua reputação perante os Baixinhos e as Paquitas. Nos tempos atuais, ela admitiu que o filme (exibido este ano em TV aberta) estava correto e a mensagem tinha que ser vista. Demorou 30 anos para que ela reconhecesse que o filme era uma história para servir de lição. Mas, 30 anos depois disso, ela faz outra lambança quase que imperdoável: quer que presos sejam cobaias para testes de vacinas e outros bichos mais. Sua participação no dia 26 de março, sexta-feira passada (2021), em Live da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, gerou polêmica. Durante o evento ao vivo, cujo foco seria o direito dos animais, a apresentadora sugeriu o teste de remédios e cosméticos em presidiários, e acrescentou: “pelo menos eles serviriam para alguma coisa”. “Vai vir um pessoal que é dos direitos humanos e vai dizer: ‘não, eles não podem ser usados.’ Se são pessoas que já estão provados (sic) que vão viver 60 anos na cadeia, 50 anos na cadeia, e vão morrer lá, acho que poderiam usar um pouco da vida delas pelo menos para ajudar algumas pessoas, provando remédios, provando vacinas, provando tudo nessas pessoas para ver se funciona, entendeu? Essa é a minha opinião, já que vai ter que morrer na cadeia que, pelo menos, sirva para ajudar em alguma coisa,” concluiu a Rainha dos Baixinhos. Depois ela pediu desculpas! Tem cabimento? Agora virou mania: artistas, políticos e figurões falam merda e depois, com a cara mais limpa do mundo, pedem desculpas. Fica por isso mesmo! Onde estão todos os defensores dos Direitos Humanos? Se fosse contra um policial, estariam berrando aos quatro cantos! Da mesma forma que lançam manifesto contra a violência de policiais (poucos, pois a PM é de respeito) eles deveriam fazer o mesmo contra a atitude de Xuxa. Joel Luiz, coordenador do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), publicou no Twitter: “Só reforçando um ponto. No Brasil não há prisão perpétua, logo não há preso para o resto da vida. Inclusive o tempo máximo de cumprimento de pena no Brasil é de 40 anos. Xuxa, além de um ser humano desprezível, é uma pessoa de 50 e poucos anos muito burra e ignorante!”.

05/04/2021– 10:48

Tenho orgulho de ter sido um dos criadores do Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (Codema) de Ponte Nova, do qual “fui expulso legalmente por uma trama arquitetada por alguns desafetos”. Fui presidente do órgão por 16 anos, de forma voluntária, época em que o órgão colegiado era independente e tinha vez e voz em suas decisões, sem a interferência direta do Poder Executivo. Hélcio Totino (falecido em 2020) foi precursor do movimento ecológico e em 1979, depois da trágica enchente do Rio Piranga, nos reunimos na sede social da Sociedade Esportiva 1º de Maio, na Rua Olegário Maciel e levamos dezenas de pessoas para continuar o debate pós-criação da Associação Ponteno-vense dos Amigos da Natureza (APAN), em 1977, uma das primeiras de Minas Gerais e do Brasil Para fundar a APAN, lá estávamos, também, com Alfredo Padovani, lutando para criarmos o Parque Florestal do Passa-Cinco. Padovani estudava Engenharia Florestal na Universidade Federal de Viçosa. O Codema foi instituído no dia 09 de setembro de 1981, através da lei municipal 1230, sancionada pelo prefeito Antônio Bartholomeu Barbosa. O primeiro presidente eleito foi o engenheiro florestal Fernando Ferreira. O primeiro presidente interino, que organizou a eleição, foi o advogado Dr. Mauro Moreira dos Santos/ Maurinho, secretário de Governo, que era nada mais nada menos que o pai do promotor de Justiça, Dr. Sérgio de Castro Moreira dos Santos, que atuou na Curadoria do Meio Ambiente do Ministério Público, nos anos 2000. A primeira reunião para fundação do Codema, em junho de 1979, foi encerrada com a música Panorama Ecológico, de Erasmo Carlos. O LP (vinil) era meu e o toca-discos (vitrola) também. Tim, filho de Hélcio Totino, levou-me ao Bairro de Fátima para buscá-los. O Codema é um órgão paritário e deliberativo, com 16 membros, sendo 08 da sociedade civil e 08 dos poderes públicos municipal e estadual. A sede do Codema funcionou em uma sala nas dependências do DMAES, inaugurada em 1º de agosto de 2007, no governo de Dr. Taquinho Linhares, Avenida Ernesto Trivellato, 158, Bairro Triângulo e tinha atendimento diário, de segunda a sexta-feira entre 14h e 18h. Com o novo governo municipal, eleito em 2016, a coisa mudou e o Codema virou apêndice da secretaria municipal de Meio Ambiente. Desde então, o presidente do órgão é nomeado pelo prefeito municipal e passou a ser o secretário da pasta. Não existe mais eleição. A norma é autoritária, tipo Bolsonaro. Trocaram até a logomarca (ilustra este artigo) criada pelo designer gráfico Walter Portela, de forma gratuita. Todas as leis, decretos, deliberações normativas e capítulos de leis municipais relativos ao meio ambiente tiveram a participação direta do Codema, em suas elaborações, entre os anos de 1981 e 2016. Depois disso, as mudanças são feitas diretamente no gabinete governamental. Cabe aqui, render minhas saudações ao secretário da pasta, Bruno do Carmo, que tem sido eficiente e demonstra empatia com as minhas opiniões contrárias à politica devastadora do corte de árvores. Ele é um grande parceiro das ideias ambientais. Estamos juntos em muitas lutas. O arcabouço legal que rege a situação atual passou pelo Codema: Lei do Fundo Municipal de Meio Ambiente (2.000); Leis Municipais 3.224/2008 e 3225/2008 que protegem o rio Piranga; capítulos da Lei Orgânica Municipal e da Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo Urbano (1990 e 2010) ; Lei de criação do Codema (1.230/1981); Lei de Reestruturação do Codema (2.083/1996); Lei 3.207/2008 (Regularização Fundiária do Parque PassaCinco); Lei 1.358/1987 (Regulamento do Parque); Lei 1.272/1982 (autorizando criar o Parque); Lei 1.406/87 (Instituiu a Política Municipal de Meio Ambiente) e por fim o Código Municipal de Meio Ambiente, em 2016. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

29/03/2021– 10:32

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