Ricardo Motta

Que ela sempre foi linda, ninguém nega. Que é confusa, também ninguém nega. Fez um belíssimo filme quando tinha 18 anos e contracenava com um menino de 12 anos, quando pedia que ele pegasse nos seus peitos. Tem uma cena em que ela beija o garoto (Marcelo Ribeiro) e faz sexo. Era isso que o diretor Walter Hugo Khoury queria que fosse passado: a exploração sexual de menores em bordéis, pois Xuxa fazia uma garota vendida para um homem rico. Após Xuxa entrar com uma ação na Justiça, em 1991, alegando que a comercialização do filme em home vídeo não fazia parte do contrato com o estúdio, uma decisão do então juiz de primeiro grau Luiz Fux (hoje presidente do STF) proibiu a comercialização de Amor Estranho Amor. Por um acordo judicial, a apresentadora pagava US$ 60 mil (o equivalente a cerca de R$ 300 mil) por ano ao estúdio que produziu o longa, a Cinearte Films, para impedir que o filme estivesse em circulação. Perdeu tempo, pois havia 400 cópias rodando pelo mundo afora! Ela tinha medo que isto atrapalhasse sua reputação perante os Baixinhos e as Paquitas. Nos tempos atuais, ela admitiu que o filme (exibido este ano em TV aberta) estava correto e a mensagem tinha que ser vista. Demorou 30 anos para que ela reconhecesse que o filme era uma história para servir de lição. Mas, 30 anos depois disso, ela faz outra lambança quase que imperdoável: quer que presos sejam cobaias para testes de vacinas e outros bichos mais. Sua participação no dia 26 de março, sexta-feira passada (2021), em Live da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, gerou polêmica. Durante o evento ao vivo, cujo foco seria o direito dos animais, a apresentadora sugeriu o teste de remédios e cosméticos em presidiários, e acrescentou: “pelo menos eles serviriam para alguma coisa”. “Vai vir um pessoal que é dos direitos humanos e vai dizer: ‘não, eles não podem ser usados.’ Se são pessoas que já estão provados (sic) que vão viver 60 anos na cadeia, 50 anos na cadeia, e vão morrer lá, acho que poderiam usar um pouco da vida delas pelo menos para ajudar algumas pessoas, provando remédios, provando vacinas, provando tudo nessas pessoas para ver se funciona, entendeu? Essa é a minha opinião, já que vai ter que morrer na cadeia que, pelo menos, sirva para ajudar em alguma coisa,” concluiu a Rainha dos Baixinhos. Depois ela pediu desculpas! Tem cabimento? Agora virou mania: artistas, políticos e figurões falam merda e depois, com a cara mais limpa do mundo, pedem desculpas. Fica por isso mesmo! Onde estão todos os defensores dos Direitos Humanos? Se fosse contra um policial, estariam berrando aos quatro cantos! Da mesma forma que lançam manifesto contra a violência de policiais (poucos, pois a PM é de respeito) eles deveriam fazer o mesmo contra a atitude de Xuxa. Joel Luiz, coordenador do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), publicou no Twitter: “Só reforçando um ponto. No Brasil não há prisão perpétua, logo não há preso para o resto da vida. Inclusive o tempo máximo de cumprimento de pena no Brasil é de 40 anos. Xuxa, além de um ser humano desprezível, é uma pessoa de 50 e poucos anos muito burra e ignorante!”.

05/04/2021– 10:48

Tenho orgulho de ter sido um dos criadores do Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (Codema) de Ponte Nova, do qual “fui expulso legalmente por uma trama arquitetada por alguns desafetos”. Fui presidente do órgão por 16 anos, de forma voluntária, época em que o órgão colegiado era independente e tinha vez e voz em suas decisões, sem a interferência direta do Poder Executivo. Hélcio Totino (falecido em 2020) foi precursor do movimento ecológico e em 1979, depois da trágica enchente do Rio Piranga, nos reunimos na sede social da Sociedade Esportiva 1º de Maio, na Rua Olegário Maciel e levamos dezenas de pessoas para continuar o debate pós-criação da Associação Ponteno-vense dos Amigos da Natureza (APAN), em 1977, uma das primeiras de Minas Gerais e do Brasil Para fundar a APAN, lá estávamos, também, com Alfredo Padovani, lutando para criarmos o Parque Florestal do Passa-Cinco. Padovani estudava Engenharia Florestal na Universidade Federal de Viçosa. O Codema foi instituído no dia 09 de setembro de 1981, através da lei municipal 1230, sancionada pelo prefeito Antônio Bartholomeu Barbosa. O primeiro presidente eleito foi o engenheiro florestal Fernando Ferreira. O primeiro presidente interino, que organizou a eleição, foi o advogado Dr. Mauro Moreira dos Santos/ Maurinho, secretário de Governo, que era nada mais nada menos que o pai do promotor de Justiça, Dr. Sérgio de Castro Moreira dos Santos, que atuou na Curadoria do Meio Ambiente do Ministério Público, nos anos 2000. A primeira reunião para fundação do Codema, em junho de 1979, foi encerrada com a música Panorama Ecológico, de Erasmo Carlos. O LP (vinil) era meu e o toca-discos (vitrola) também. Tim, filho de Hélcio Totino, levou-me ao Bairro de Fátima para buscá-los. O Codema é um órgão paritário e deliberativo, com 16 membros, sendo 08 da sociedade civil e 08 dos poderes públicos municipal e estadual. A sede do Codema funcionou em uma sala nas dependências do DMAES, inaugurada em 1º de agosto de 2007, no governo de Dr. Taquinho Linhares, Avenida Ernesto Trivellato, 158, Bairro Triângulo e tinha atendimento diário, de segunda a sexta-feira entre 14h e 18h. Com o novo governo municipal, eleito em 2016, a coisa mudou e o Codema virou apêndice da secretaria municipal de Meio Ambiente. Desde então, o presidente do órgão é nomeado pelo prefeito municipal e passou a ser o secretário da pasta. Não existe mais eleição. A norma é autoritária, tipo Bolsonaro. Trocaram até a logomarca (ilustra este artigo) criada pelo designer gráfico Walter Portela, de forma gratuita. Todas as leis, decretos, deliberações normativas e capítulos de leis municipais relativos ao meio ambiente tiveram a participação direta do Codema, em suas elaborações, entre os anos de 1981 e 2016. Depois disso, as mudanças são feitas diretamente no gabinete governamental. Cabe aqui, render minhas saudações ao secretário da pasta, Bruno do Carmo, que tem sido eficiente e demonstra empatia com as minhas opiniões contrárias à politica devastadora do corte de árvores. Ele é um grande parceiro das ideias ambientais. Estamos juntos em muitas lutas. O arcabouço legal que rege a situação atual passou pelo Codema: Lei do Fundo Municipal de Meio Ambiente (2.000); Leis Municipais 3.224/2008 e 3225/2008 que protegem o rio Piranga; capítulos da Lei Orgânica Municipal e da Lei de Uso, Parcelamento e Ocupação do Solo Urbano (1990 e 2010) ; Lei de criação do Codema (1.230/1981); Lei de Reestruturação do Codema (2.083/1996); Lei 3.207/2008 (Regularização Fundiária do Parque PassaCinco); Lei 1.358/1987 (Regulamento do Parque); Lei 1.272/1982 (autorizando criar o Parque); Lei 1.406/87 (Instituiu a Política Municipal de Meio Ambiente) e por fim o Código Municipal de Meio Ambiente, em 2016. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

29/03/2021– 10:32

A versatilidade do bambu: alimento, fixador de carbono e construção civil A começar por uma constatação fantástica: a planta chega a crescer 01 (um) metro por dia. O bambu ainda tem muito a ser explorado no Brasil, na construção civil, indústria de móveis, papel e celulose e até como fonte de alimentação e matéria-prima para aguardente, vinho e cerveja. Quando se pensa na utilidade do bambu, quase sempre o que vem à cabeça são peças de artesanato ou móveis de conceito rústico. Mas a planta serve para isso e muito, muito mais. Os chineses têm verdadeira devoção por esta planta e descobriram as suas 1.001 há mais de 05 (cinco) mil anos. Versátil, resistente, abundante e ecologicamente correto, o bambu tem potencial para ser cultivado em larga escala no Brasil, servindo como fonte de biomassa na geração de energia e como matéria-prima da construção civil. O Brasil é o segundo país com mais espécies nativas de bambu no planeta, só perdendo para a China. Temos entre 250 e 260 espécies, concentradas em áreas de difícil acesso, como a região amazônica, o Acre e o Mato Grosso. Já as espécies que estão em regiões mais acessíveis, não têm tanto potencial econômico ou há pouca pesquisa acadêmica sobre elas. Os chineses são o povo que melhor aproveita o potencial da planta. Além de ser comida do panda, o bambu serve para a alimentação humana (consumo do broto e faz-se aguardente, vinho e cerveja a partir dele), além de ser usado na geração de energia térmica e elétrica e para construir verdadeiras obras-primas da construção civil. Em muitos países, ele está associado à cultura e história das sociedades. O segredo do vegetal, segundo especialistas e produtores de bambu, está na raiz (ou rizoma), que cresce sem limitação, o que por um lado dificulta plantar bambu junto com outras culturas. Mas tendo conhecimento sobre como fazer o plantio, é possível fazer absolutamente qualquer coisa com o bambu. Neste ano, o Brasil se filiou ao International Network for Bamboo and Rattan (INBAR), uma rede intergovernamental que desenvolve e promove soluções inovadoras com o uso do bambu, tendo como foco a sustentabilidade ambiental. O Brasil pode se aproveitar da expertise dos 43 países associados, sobretudo com pesquisas para a utilização do bambu e capacitação de mão de obra. Lei do Bambu Antes da Lei do Bambu, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, em 2011, cortar bambu era crime ambiental. A lei introduziu o conceito de que o bambu faz parte das propriedades como produto agrícola, principalmente no uso para fazer cerca, criar represas de peixes, recuperar áreas degradadas e para construção de galinheiros e casas para pequenos animais no meio rural. Cortar bambu em área de preservação permanente, como as margens de rios, ribeirões e córregos, continua crime ambiental. O bambu é considerado um bom fixador de Carbono (C02), o que contribui para a redução das emissões e, por consequência, arrefece os impactos das mudanças climáticas. De outro lado, alguns chegam a afirmar que o bambu é mais leve que a madeira e com tração similar à do aço. Nesse contexto, tem-se a Lei nº 12.484/2011, instituidora da Política Nacional de Incentivo ao Manejo Sustentável e ao Cultivo do Bambu. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

21/03/2021– 09:00

Escrevo sobre mulheres. Isto, mesmo, no plural. Também pudera, haja adrenalina para aguentar tanta fêmea bonita. É preciso esforço redobrado para não se perder nas entranhas ilimitadas desta surpreendente espécie. Que me perdoem os imperdoáveis patrulhadores: não consigo enxergar a mulher somente do prisma “beleza por dentro”. Isto é conversa fiada. Bom mesmo é você ter e ficar ao lado (e de todas as maneiras) de mulher perspicaz, ousada, bonita, gostosa e, sobretudo, inteligente! Vinícius já dizia: que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental! Sempre fui generoso, tanto faz pela dedicação de amizade ou mesmo para fortuitos encontros sexuais. Elas sempre me escolheram. Algumas, até nem percebiam, acabavam mantendo-me prisioneiro enquanto queriam! Não sei se a mulher mais se parece com a lua ou com o sol. Qual a melhor: a romântica ou a do calor do beijo na madrugada envenenada? A do caminho das estrelas ou aquela da noite escura como breu? Se não a enxergamos, sentimos seu ofegante gemido de prazer. A mulher é algo acima de todas as concepções. Sejam vestais ou prostitutas alinhadas; garotas de programa ou putas desavergonhadas! Minha eterna gratidão e satisfação, misturadas com tesão, a todas que me deram, vejam vocês, só mulheres: Fernanda, Vivyane, Barbara e Patrícia!   Nunca é demais: falando novamente de mulher No ano passado, nesta mesma data, escrevi artigo falando da importância das mulheres na minha vida. Parodiando Martinho da Vila “já tive mulheres de todas as cores/ mulheres cabeças e desequilibradas”. Com umas me dei bem, mas outras me chutaram como a um cão vadio na porta de boteco; uma me dava chá de erva-cidreira com alecrim e suco de maracujá para afastar a demente e cruel insônia que me acompanha e me atormenta há mais de 30 anos; mas, certas mulheres só ficavam felizes com porres homéricos; para aquelas que me queriam no espaço sideral e no politicamente incorreto, também dediquei espaço; com as putas satisfaço meu animalesco instinto. Nesta data tão importante, Dia Internacional da Mulher, 8 de março de 2021, recomendo: assistam “O Homem que amava as mulheres”, de François Truffaut. Se quer ardente luxúria, recomendo o filme “Mulher Indecente”. Entre as paredes do meu quarto, e diante do ventilador do escritório, posso reafirmar: - Não tive todas as mulheres que eu quis, mas fui de todas que me quiseram. Quem se aventura a ficar com este insano poeta?   (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

15/03/2021– 10:10

  Em fevereiro o Brasil realizou o primeiro Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) digital, que, aliás, foi um fracasso completo: mais de 70% de ausentes. Em entrevista a um canal de TV um estudante que compareceu, virtualmente, disse que o Enem era importante para o meio ambiente, pois eliminava papel, poupando árvores. Grande bobagem dita pelo candidato ao curso superior, pois o papel é feito de árvores certificadas, ou seja, plantadas para tal fim e não se usa árvore de mata nativa para fabricação da celulose. Quem usa um smartphone, um aparelho celular que possui um sistema operacional necessário para exercer distintas funções por meio de programas ou aplicativos (os famosos apps), algo que era comum apenas em computadores, está plugado em tudo no mundo exterior. Os pequenos aparelhos têm revolucionado a vida de muitas pessoas, pois não importa em que local o usuário esteja (casa, trabalho, rua, praia), ele sempre poderá se conectar com o mundo e executar uma infinidade de tarefas complexas com a ponta de seus dedos. O smartphone se tornou um bem quase essencial no dia a dia contemporâneo, mas pouca gente conhece os impactos ambientais causados por esse celular inteligente. Com tantos atrativos, a indústria de smartphones cresceu rapidamente e lança novas funcionalidades “essenciais” em uma enxurrada de aparelhos. Mas eles não duram muito, pois o tempo de vida é bem programado pelos fabricantes. Você já deve ter passado pela situação de, após um certo período, ver seu smartphone começar a apresentar defeitos diversos, sem nenhuma razão aparente senão o fato de ele estar ficando velho. Esse é apenas um dos impactos ambientais dos novos celulares. Este lixo eletrônico vai parar na natureza e contaminando o solo. Dentre os diversos recursos extraídos do meio ambiente para a produção de um smartphone, destacam-se minerais como lítio, tântalo e cobalto, além de metais raros, como a platina, o que intensifica a pegada global em 18 metros quadrados de solo, 12.760 litros de água e 16 quilos de emissões de carbono. Segundo o DMAES (Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento) de Ponte Nova em um banho econômico de chuveiro elétrico, utilizamos aproximadamente 15 litros de água. Portanto, poderíamos tomar 850 banhos com a mesma quantidade de água utilizada na produção de um único smartphone. Segundo o site Ecicle, outro ponto impactante ao meio ambiente são os elementos de terras raras que são utilizados para a fabricação de ímãs, baterias, luzes de LED, alto-falantes, placas de circuito impresso e telas de vidro polido. O mercado mundial desses elementos é dominado pela China que, ao extrai-los, causa fortes impactos ao meio ambiente. Os resíduos de sua extração incluem o arsênio, bário, cádmio, chumbo, fluoretos e sulfatos. A partir de uma tonelada de minério, 75 mil litros de efluentes ácidos são gerados, além de uma enorme quantidade de efluente gasoso e pouco menos de uma tonelada de resíduos radioativos. Assim, o estudante que tentava passar para o curso superior via Enem digital deveria se inteirar do que fala para não emitir informações inadequadas e falsas, criando uma ideia errada dos aparelhos eletrônicos, que são necessários e geram impactos, muitas vezes irreversíveis. Mas, a nanotecnologia já estudando reverter as partículas de minerais em outros elementos sem usar o solo para se fabricar um smartphone ou notebook e outros. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

08/03/2021– 01:56

“Nem tudo o que é econômico é financeiro. Lamentavelmente, porém, tudo o que é financeiro é econômico”, diz (**) Amyra El Khalili. Para entender melhor é necessário reconhecer os paradoxos da água: a água é vida e morte, liberdade e escravidão, esperança e opressão, guerra e paz. A água é um bem imensurável, insubstituível e indispensável à vida em nosso planeta, considerada pelo Artigo 225 da Constituição Brasileira, bem difuso, de uso comum do povo. Vem a calhar o que penso e Átila Assis, o engenheiro agrícola e ambiental que esteve na Tribuna Livre da Câmara Municipal no dia 11/ 02, me inspirou este tema, que é me caro eternamente. Sou amante da utopia e continuo lutando contra os moinhos de vento e contra a lógica perversa do voto, quando os candidatos fazem tudo para alcançar o poder. Para isso, contam com a massa ignara e ansiosa por asfalto. Á água é mesmo uma miragem do bem em Ponte Nova, mas em tempos de chuvas e enchentes a água passa a ser o terror das populações ribeirinhas. O que tem a água com isto? Os homens e principalmente os detentores do poder são os verdadeiros culpados pelo que acontece na cidade que governam. Ocupações desordenadas às margens do Rio Piranga e dos córregos provam que o poder público finge que não vê ou então liberam, surrupiando o que diz a lei. O Estatuto da Cidade, Lei Federal nº 10.251 sancionada em 10 de julho de 2001, prevê o nível de impermeabilização do solo no perímetro urbano. Quem a obedece? Enquanto fui presidente do Codema constitui uma Câmara Técnica de Construção Civil, Infraestrutura e Urbanismo (CTCIU) que baixou normas proibindo que os novos loteamentos fossem impermeabilizados com asfalto. Todos os loteamentos que passaram na minha gestão (1997- 2017) são de bloquetes, com redes de drenagem, arborizados: Primavera, Alto Guarapiranga, Cidade da Serra e Vale do Sereno I. O primeiro loteamento aprovado depois da minha saída (forçada criminosamente com apoio da Câmara Municipal em 2016) já tem asfalto e é citado na denúncia/alerta citada na Tribuna Livre da Câmara Municipal por Átila Assis. O que se viu nos últimos anos foi a colocação tresloucada de asfalto em ruas dos bairros São Pedro, sem o cuidado de redes de drenagem. O asfalto na Avenida Dr. José Mariano, sem necessidade, já está em situação precária, por causa da quantidade água de chuva que escorre das partes altas. Mas, qual o quê? Asfalto dá voto e muito! Enquanto termino este artigo que será publicado na edição 426 do Líder Notícias, em 26 de fevereiro, as chuvas continuam caindo e arrastando placas de asfalto em vários pontos da cidade. O nível do Rio Piranga sobe e o Bairro Santo Antônio entra em alerta por causa da quantidade de água que vem chegando da região onde impera a lógica perversa do capitalismo: “estou no alto, a chuva vai escorrer, minhas terras estão cada vez mais valorizadas. Ainda mais que mais o fórum está chegando pelas bandas de cá!”. (**) Amyra El Khalili é beduína palestinobrasileira. É professora de economia socioambiental e editora das redes Movimento Mulheres pela P@Z! e Aliança RECOs – Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras, em São Paulo. É autora do e-book Commodities ambientais em missão de paz: novo modelo econômico para a América Latina e o Caribe.   (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

01/03/2021– 09:30

Está em andamento a produção do documentário cinematográfico, produção da Atlântico Filmes (BH) com patrocínio da Bartofil Distribuidora. O curta-metragem mostrará a atuação do Rio Piranga na formação da Bacia do Rio Doce e sua importância para as populações por onde passa. Na semana passada publicamos 02 (duas) perguntas com as respostas que enviei para as coordenadoras do projeto financiado pela Bartofil Distribuidora, via Lei de Incentivo Cultural (antiga Lei Rouanet), Mônica Veiga e Dalila Pires. Hoje, encerramos com mais 02 (duas) respostas. Qual a importância do Rio Piranga para Ponte Nova? O Rio Piranga é o principal fornecedor de água para Ponte Nova, seja tratada ou in natura para dessedentação dos animais na área rural. Mas é o ponto de equilíbrio na qualidade e umidade do ar. Historicamente o Rio Piranga foi o rio que forneceu a energia elétrica para Ponte Nova, primeiramente com a construção da Usina da Brecha e depois a PCH Brito. O Rio Piranga é também uma grande atração turística, por suas águas vermelhas e por diversos locais paradisíacos e bem conservados. Outra importância do Rio Piranga é a produção de peixes que servem de subsistência das populações ribeirinhas e para a comercialização. Existem 22 pescadores profissionais de Ponte Nova que estão cadastrados na Secretaria de Aquicultura e Pesca, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, oriundos de Ponte Nova. Isto sem contar que existem pescadores clandestinos que devem ser em número bem maior. Quando você começou a atuar na defesa do meio ambiente? Nossa trajetória começou em 1977 quando fundamos em Ponte Nova a Associação Pontenovense dos Amigos da Natureza (APAN) sob a liderança do estudante de engenharia florestal da Universidade Federal de Viçosa (UFV) José Alfredo Padovani. Nosso objetivo era “forçar” o poder público a proteger a área de 255 hectares de mata nativa existente no entorno dos bairros de Fátima e São Pedro e na divisa rural com as fazendas da Serra e Boa Sorte. Esta área foi transformada em Parque Natural Municipal Tancredo Neves e fica na localidade rural conhecida como Passa-Cinco. Esta conquista veio em 1982 graças à nossa luta. Fui membro desdo Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (Codema) desde a sua criação por lei 09 de setembro de 1981, quando participei na linha de frente com o ambientalista maior da cidade Hélcio Totino para o surgimento desta instituição pública. Entre 1997 e 2017 fui presidente do órgão colegiado, com um hiato entre 2013/2015 em que atuei como vice-presidente. Neste período avançamos na legislação de Ponte Nova dando mais poder ao Codema, proibindo o garimpo nas águas locais e também a construção de hidrelétricas (com barragens) no Rio Piranga. Na nossa gestão foi instituído o Código Municipal de Meio Ambiente e alcançamos a autonomia para o Licenciamento Ambiental que saiu de Ubá e passou a ser decidido no município, facilitando a vida daquelas pessoas que precisam de ações rápidas para ao atendimento nas áreas ambientais. Lei não permite que se construa hidrelétricas com barragens no Rio Piranga (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

22/02/2021– 09:27

Está em andamento a produção do documentário cinematográfico, produção da Atlântico Filmes (BH) com patrocínio da Bartofil Distribuidora. O curta-metragem mostrará a atuação do Rio Piranga na formação da Bacia do Rio Doce e sua importância para as populações por onde passa. As coordenadoras do projeto Mônica Veiga e Dalila Pires enviaram perguntas para o titular desta coluna e aqui está o resumo das respostas.  Qual é a importância do Rio Piranga na Bacia do Rio Doce? O Rio Piranga tem sua importância por ser o principal formador da Bacia do Rio Doce, uma bacia hidrográfica federal. Do ponto de vista da economia ele apresenta-se como gerador de energia nas hidrelétricas da Brecha (Guaraciaba) e Brito (Ponte Nova). Por não ter sido afetado diretamente pela lama da Samarco deve ser a “salvação” do Rio Doce, principalmente até à junção das águas dos rios Casca e Piracicaba, abaixo da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, que tem o lago gerador de energia em Candonga nas divisas dos municípios de Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado. Os peixes produzidos no Rio Piranga estão sendo os responsáveis pela melhoria das águas dos rios Doce e Carmo. Após o período de Piracema, os filhotes retornam ao lago de Candonga e ao ficarem adultos sobem para desovar não só no Piranga mas também no Rio do Carmo e consequentemente afeta a procriação até no Rio Gualaxo do Norte. Quais são as principais características do Rio Piranga? O Rio Piranga já foi navegável até os anos 1920, mas o desmatamento das suas margens para formação de pastagens ou para produção agrícola prejudicaram seu nível de água, uma vez que o desmatamento atingiu também as partes superiores sufocando nascentes. A ocupação desordenada das populações ribeirinhas, tanto no perímetro urbano quanto rural prejudicaram sua vida, transformando-o em um rio sazonal: muita água em período de chuvas e quase seco na estiagem afetando inclusive a captação de sua água para tratamento necessário para oferecer vida ao ser humano. O Piranga também serve para sistemas de irrigação para produção de alimentos rurais; dessedentação de animais e servir como principal local de criação do Surubim-do-Doce, tanto abaixo quanto acima das usinas da Brecha e Brito. * Leia na próxima edição, em 19/02, a sequência das perguntas da Atlântico Filmes para o documentário/filme Piranga, o Herói Taciturno.   Rio Piranga é o responsável pela vida em Ponte Nova (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

15/02/2021– 10:06

Na última semana de janeiro recebi um telefonema do vereador Guto Malta (PT). Ele disse-me que estava constituindo um “Conselho Político” para analisar um projeto de lei do Poder Executivo que começou a tramitar na data de 1º de fevereiro deste ano, a primeira realizada formalmente pela nova Mesa Diretora da Câmara Municipal, que tem na presidência o experiente vereador Antônio Carlos Pracatá. Ele está cumprindo seu quarto mandato consecutivo. O projeto em questão trata da entrega da coleta de lixo para empresa terceirizada, dentro da ótica do PGIRS (Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos) elaborado pela Fundação Gorceix da Universidade Federal de Ouro Preto, que foi contratada pelo Cimvalpi (Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Vale do Piranga). Começa por aí o erro. O consórcio deveria adotar outro nome pois tem municípios da Bacia do Rio Paraopeba, como Congonhas. O PGIRS de Ponte Nova já está pronto desde 2012, com verba da Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) que ainda bancou o projeto do aterro sanitário, elaborado pela Universidade Federal de Viçosa, dentro de regras internacionais. Desde já, como ambientalista, coloco-me contrário à aprovação do projeto, pois significa terceirizar a coleta do lixo e ainda entregar terras públicas para quem assumir. Ponte Nova adquiriu um terreno, em 2010, na Fazenda da Cachoeira, que fica na margem direita da estrada de terra que liga o município a Barra Longa, passando pela Rasa. O valor do terreno: R$ 100 mil, sendo R$ 85 mil do Fundo Municipal de Meio Ambiente, recursos oriundos de duodécimo repassado pela prefeitura. Grande parte desse montante foi de medida compensatória determinada pelo Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente (Codema) entre 2005 e 2010. Por trás disto, de forma ainda obscura, está um projeto que prevê a construção de uma usina de geração de energia elétrica partir do lixo. Alguém sabe quanto custa uma usina destas? Acessem o site da prefeitura de Boa Esperança que construiu a primeira do Brasil ao custo de R$ 42 milhões. Com apoio de Furnas. E lá eles vão gerar energia só com o lixo da cidade: cerca de 40 toneladas diárias! Aqui, a proposta é algo fora de propósito pois pretendem gerar energia com lixo de outras cidades do Vale do Rio Piranga. A previsão é de que Ponte Nova receba mais 260 toneladas diárias de lixo atravessando a cidade (Ponte Nova produz cerca de 40 toneladas diárias), que ainda não tem um Anel Rodoviário completo. Se a usina for instalada na Fazenda Cachoeira, na estrada da Rasa, todo lixo vai passar por dentro do bairro. E se não for lá, a prefeitura vai comprar um novo terreno para “dar” para o Cimvalpi “gerenciar” com outra empresa tendo lucro? O projeto de Boa Esperança prevê a geração efetiva de energia, a partir do gás de síntese obtido através do processo de gaseificação do CDR (Combustível Derivado de Resíduos Sólidos), cuja matéria prima é o lixo in natura. Aí é que mora o perigo! O lixo será todo recolhido e levado para a usina. Isto seria o fim da Cooperativa dos Recicladores de Ponte Nova (Coorpnova), que vive da coleta seletiva. Voltarei ao assunto na próxima semana, pois não se esgota um assunto tão importante em poucas linhas. Preciso de mais espaço. Fica o desafio: vamos construir nosso próprio aterro sanitário ou então gerar energia com o nosso lixo, pois o modelo proposto é criar um novo lixão em Ponte Nova. Em caso de avaria no sistema da Usina, o lixo se acumularia em proporções absurdas. Imagina só: 1.000 toneladas ao ar livre! Isto se o defeito durar apenas 03 (três) dias! QUE CADA CIDADE CUIDE DO SEU LIXO! (**) Frase do coronel do Exército Americano, Frank Slade, no filme “Perfume de Mulher”, cuja atuação deu a Al Pacino o Oscar de melhor ator em 1993. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

08/02/2021– 09:28

Albert Einstein dizia que no dia em que as abelhas desapareceram a humanidade apenas conseguiria sobreviver durante mais 04 anos. Estes pequenos animais são gigantes e representam a espinha dorsal do mundo animal, sobretudo por causa de seu intenso trabalho de polinização. Estudos dizem que, um terço de toda comida que ingerimos se beneficia da polinização das abelhas. As abelhas estão morrendo por causa de uma variedade de fatores, como a ação humana, pesticidas e doenças, por isso que diversas organizações já começaram a agir, com o objetivo de conscientizar as pessoas a fazer sua parte, mas também na tentativa de proibir vários pesticidas. O site Bored Panda (Panda Entediado) da Lituânia, antigo país da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviética) até 1990, relacionou 08 (oito) situações que são apropriadas para proteger a vida das abelhas na terra. Ah! É bom lembrar que o site Bored Panda tem quase 02 (dois) milhões seguidores. 01) Proteja o habitat das abelhas criando mais áreas verdes e plantando espécies florísticas para atraí-las; 02) Evite pesticidas nocivos ou melhor prefira tratos orgânicos; 03) Crie um banho de abelhas enchendo um prato raso ou recipiente com água limpa. Ele será um refúgio perfeito para as abelhas beberem e descansarem enquanto fazem uma pausa na busca e polinização; 04) Não dê água açucarada, pois ela vai produzir um mel aguado. 05) Construa casinhas para elas: basta ir em uma loja especializada que vendem os bee hotéis (hotéis para abelhas). Diga para elas que são bem-vindas no seu jardim para a polinização; 06) Plante árvores, pois as abelhas obtêm a maior parte de seu néctar das árvores; 07) Apoie seu apicultor patrocinando iniciativas que construam colmeias, incentivando os pequenos produtores de mel; 08) Tenha um jardim, e para isso, certifique-se de que terá flores para as abelhas durante todo o ano. Pouca gente sabe que existem 730 espécies catalogadas no Brasil e cerca de 300 não têm ferrão e todas elas produzem mel e que podem ser consumidos. Por exemplo, a irapuã, popularmente conhecida pelo nome de abelha-cachorro, aquela que tem a cor negra reluzente e que não enfia ferrão em nossa pele (não possui), mas enrola nos cabelos que ficam impregnados de seu mel e cera. O mel produzido pela irapuã é armazenado na colmeia, em alvéolos grandes, conhecidos como potes de cera. Este mel é muito procurado, pois lhe são atribuídas propriedades medicinais. Vale lembrar, que por mais saboroso que seja este mel, ele precisa ser tratado com pasteurização ou outros métodos, pois como ela costuma coletar fezes de animais, seu mel pode conter coliformes fecais, tornando-se perigoso para a saúde. Com este artigo eu quero homenagear 06 (seis) pessoas que aniversariam neste mês de janeiro. Minha filha Barbara (com Gina Costa), uma abelha que voa com empatia e emoção intensa (25/01); Hélcio Totino (26/01), um zangão inimaginável neste mundo insustentável; Newton Pinguelli (22/01), uma abelha operária da Justiça; João Brant (13/01), um membro ativo da colmeia anarquista; Thelma Totino (13/01), uma abelha melífera sem ferrão e Maria Célia Totino (24/01) a abelha-rainha da colmeia utópica. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

01/02/2021– 10:49

Cansado de ler e ouvir os boletins epidemiológicos gerados em Ponte Nova, Viçosa, Mariana, Ouro Preto e Manhuaçu, resolvi manifestar-me contra este modus operandi desnecessário para quem está do outro lado fazendo jornalismo e informando. Muitos colegas de imprensa repetem o que os boletins trazem. Mais uma vítima da COVID-19: era morador do bairro tal, tinha 84 anos e possuía outras comorbidades como diabetes, hipertensão e etc.. Ora, o que importa isso? A pessoa morreu por que foi infectada pelo Sars-CoV-2, vírus que mata idosos, adolescentes, jovens e até crianças. Na semana passada passei na lanchonete que frequento pela manhã para o desjejum: só tomo café com leite (R$1,00) e não como nada. O cara sempre me pergunta: “morreu mais gente? ” Eu sempre respondo: “não sei ainda, pois estou indo para a redação do Líder Notícias e vou acessar o site da prefeitura municipal, você pode me escutar às 07h30min na Rádio Montanhesa e ficará sabendo. Entretanto, o barman adiantou a parada: “morreram mais 02 (dois) e um deles eu conheço há mais de 20 anos. Fiquei surpreso, pois não sabia que ele tinha diabetes e era hipertenso”. Ou seja, o cara viveu 20 anos com as comorbidades (palavra chique para ocultar doenças) e agora pega o vírus. A ficha médica do cara ficou exposta miseravelmente! Isto é uma invasão de privacidade e preconceito contra pessoas idosas. Quando morre uma pessoa jovem, a informação do Boletim Epidemiológico é mudo. Deveria então trazer alguns dados, tais como: o cara tinha 48 anos, forte, viril, tinha 05 (cinco) filhos, cumpria 08 (oito) horas diárias de trabalho, fazia caminhadas e ainda andava de bicicleta aos sábados e domingos. O que eu entendo é que isto soa como uma espécie de “terrorismo”. O que o poder público deveria fazer é fiscalizar, mover campanhas educativas e manter leitos hospitalares. Os cidadãos devem fazer a sua parte. Temos que aturar o negacionismo do presidente da República e a espetacularização da dor por parte do Dória, que adora holofotes para catapultá-lo para ser candidato à presidência. Nem um nem outro. A extrema-direita não pode alcançar o poder. É uma vertente política que só faz bem aos ricos e poderosos. Precisa que ser banida no voto. Chega de discurso deletério! Chega de verborragia! Na hora da atualização de novos casos e mortes por COVID-19 (sem citar comorbidades e idade), William Bonner (Jornal Nacional) subiu o tom contra Bolsonaro que o chamou de canalha. O cara ofende a imprensa, que ele não gosta. Depois corre para os programas de Datena e de Ratinho, além de dizer que o Supremo Tribunal Federal (STF) não permitiu que ele agisse. Uma mentira deslavada e escancarada. Se deixasse ele fazer o que queria, teríamos meio milhão de mortos. No mínimo! “Nesse momento, infelizmente, ao invés de dar as notícias, trazer as informações corretas, nós estamos esgrimando com loucos, irresponsáveis, gente que é capaz de entrar num WhatsApp da vida e sair espalhando mentiras, a bel-prazer. As mentiras mais absurdas. Crendices. Tem gente que faz isso vestido de cargo público. Mas nós não vamos desistir. É nosso dever profissional. A gente tá defendendo aqui a nossa profissão, mas a gente tá defendendo aqui a sociedade. A nossa aqui no Brasil e cada colega nosso em cada País desse planeta”, disse Bonner no Jornal Nacional. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

25/01/2021– 09:56

Surrealista como dizer que Barack Obama é um traidor e terrorista e teria pedido asilo em Mônaco. Absurdo como dizer que a casa da celebridade Ophah Winfrey foi revistada em busca de crianças abusadas. Ridículo como dizer que, na realidade, Tom Hanks não teve COVID-19, mas foi preso na Austrália e enviado para os Estados Unidos. Triste como a história de que o senador John McCain não morreu de câncer no cérebro, mas foi executado. Demencial como a crença de que toda essa elite mundial, formada por pedófilos, é esperada na prisão de Guantánamo (Cuba) que já foi ampliada para receber pelo menos 60.000 pessoas para as quais existe um mandado de prisão. Inacreditável ler que o chanceler brasileiro Ernesto Araújo participou da Conferência para o Clima e criticou o governo Bolsonaro por achar que é a terra é plana. Causa arrepios saber que Flávio Bolsonaro admitiu as “rachadinhas” e vai devolver o dinheiro recebido ilegalmente. Surreal saber que os vereadores de Ponte Nova e de todo Brasil abriram mão do salário de janeiro de 2021. Delirante ler o BO da Polícia Militar do Meio Ambiente de Ponte Nova em que consta o corte de 50 árvores na Avenida Antônio Brant Ribeiro (Vila Centenário), com motosserra. O autor foi Ricardo Motta e aconteceu na madrugada. Ele foi flagrado por câmaras. Bem-vindo ao mundo do QAnon, a mais nova teoria da conspiração surgida na internet. Teses delirantes que vivem de espalhar mentiras nunca foram um artigo em falta na internet. O QAnon, no entanto, colocou uma representante no Capitólio, o congresso dos Estados Unidos, nas eleições de novembro de 2020. Marjorie Taylor Greene, que concorreu pela Geórgia faz parte da instituição desde 03 de janeiro de 2021. A deputa republicana Marjorie Taylor Greene, mesmo partido do desequilibrado Donald Trump (nosso Imperador Nero redivivo), é seguidora do QAnon e recentemente definida por Trump como uma “futura estrela republicana”. Greene defende delírios tais como aquele em que Obama contratou pistoleiros da gangue criminosa salvadorenha MS-13 para matar o membro do Comitê Nacional Democrata Seth Rich (sua morte está no centro de centenas de teorias conspiratórias), assassinado aos 27 anos com 02 (dois) tiros nas costas, em 2016. Delírio maior é acreditar que Sara Winter pediu perdão por seus atos antidemocráticos e quer se encontrar com Alexandre de Moraes (STF) para agradecer por usar tornozeleira. A medicina psiquiátrica explica que o transtorno delirante caracteriza-se por convicções falsas firmemente mantidas (delírios) e que persistem por muito tempo ou eternamente. O transtorno delirante se diferencia da esquizofrenia pela existência de delírios sem nenhum outro sintoma de psicose, como por exemplo: alucinações, desorganização da fala e do comportamento e/ou sintomas negativos. (*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977

18/01/2021– 09:25

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