Na segunda-feira 6 de novembro, na Justiça Federal em Ponte Nova, tiveram início os interrogatórios dos acusados no processo criminal instaurado em decorrência do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que completou oito anos no dia anterior. O primeiro réu ouvido em juízo foi Germano da Silva Lopes, gerente operacional da Samarco à época do desastre. Os presidentes das mineradoras Vale e BHP Billiton também serão interrogados, bem como a própria Samarco. As três mineradoras respondem por diversos crimes ambientais.
O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra 22 pessoas físicas e 4 pessoas jurídicas, incluindo as mineradoras responsáveis pela barragem. A denúncia inicialmente acusava 21 pessoas físicas do crime de homicídio qualificado com dolo eventual pela morte de 19 pessoas soterradas e carregadas pela lama. No entanto, decisões judiciais trancaram a ação penal com relação a esse crime, e nenhum acusados respondem mais por homicídio.
Além disso, o processo sofreu atrasos durante a pandemia, devido às restrições de atividades judiciais. Seguem as audiências marcadas para os dias 7, 8, 9 e 13 de novembro. Nesse período, serão ouvidos os acusados, incluindo representantes das empresas envolvidas. As audiências marcam um passo importante no desenrolar do processo criminal, que já se arrasta há anos. Essa tragédia deixou um impacto duradouro na região de Mariana e nas vítimas e seus familiares. O desfecho desse processo é aguardado com expectativa por todos os envolvidos, e o interrogatório dos réus representa um momento crucial nessa busca por justiça.
Cronograma dos interrogatórios
07/11 – 10h – Daviely Rodrigues Silva / Wagner Milagres Alves
08/11- 10h – Kléber Luiz de Mendonça Terra / Ricardo Vescovi de Aragão
Saída da oitiva de Ricardo Vescovi de Aragão
09/11- 10h – BHP Billiton / Vale S.A.
13/11 – 10h - Samarco 13h – Paulo Roberto Bandeira / Samuel Santana Paes Loures / VogBr Recursos Hídricos e Geotecnia.
Quem está presidindo o julgamento da Samarco, é a Juíza Federal Diretora da Subseção Ana Carolina Campos Aguiar, tendo como Juíza Federal Substituta Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho. No dia 07 de novembro terça-feira, na porta da Justiça Federal, teve um relato emocionado de uma das vítimas, a Sra Mônica dos Santos, que busca por justiça, em sua fala," não fui indenizada até a presente data, e o meu irmão que faleceu, a 3 anos, esperando a indenização que jamais chegou!" Que a justiça seja feita!
No dia 08 de novembro, quarta-feira, a Sra Mônica dos Santos, que além de atingida é representante dos atingidos, em um ato simbólico, entregou uma muda de Pau-brasil, para Juíza, em busca de Justiça e esperança!
Mônica dos Santos