Ponte Nova completa 155 anos, com pandemia controlada

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Vista da cidade banhada pelo Rio, em 1935/Revista Excelsior, edição de 1935

O escritor ponte-novense Antônio Brant Ribeiro (Tuíco Brant) afirma em um de seus livros sobre a história do nascimento de Ponte Nova que “certamente foram os índios Aimorés e Puris os primeiros habitantes da região onde hoje estão situados Ponte Nova e municípios vizinhos. Os Aimorés, em maior número na época das primeiras incursões do homem branco, eram também conhecidos como botocudos, apelido derivado do uso, que eles faziam, de botoques.

A região de Ponte Nova tinha como porta natural o Vale do Rio Doce. Por ele chegaram os primeiros exploradores, vindos da Bahia, a procura da foz desse grande rio. Sabe-se que Sebastião Fernandes Tourinho tenha subido o Rio Doce até a sua origem, que pensava-se ser em Ressaquinha. Entretanto, o Atlas das Águas de Minas Gerais, considera que a origem do Rio Doce a união dos nos Piranga, Carmo, poucos quilômetros abaixo de Ponte Nova, já em terras de Santa Cruz do Escalvado, margem direita e o município de Rio Doce, na margem esquerda.

Como era comum em certas ocasiões, vários membros de uma mesma família recebiam, em doação, sesmarias em uma mesma região. Caio César Boschi acredita que esse procedimento era mais um ato de corrupção, em que um indivíduo, usando o nome de seus familiares, somava grandes extensões de terra que, muitas das vezes, permaneciam incultas.

A origem de Ponte Nova

O primeiro dos irmãos Monte Medeiros foi Miguel Antônio que precedeu ao irmão Sebastião em poucos meses, chegando à região com uma carta de sesmaria datada de 27 de fevereiro de 1755. No início do ano seguinte, já existia a Fazenda da Vargem Alegre, que contava com 45 escravos, animais de trabalho e criações.

Em agosto de 1756, chega Sebastião do Monte Medeiros da Costa Camargo, que também não tarda a fundar sua fazenda: a Fazenda do Córrego das Almas. Sua carta de sesmaria havia sido concedida em 03 de junho de 1756. Com formação militar, Sebastião do Monte, no posto de Capitão, assume o Comando das Ordenanças do Distrito da Ponte Nova.

O terceiro irmão só viria mais tarde, pois concluía, na época, seus estudos no Seminário de Mariana. Ordenado padre em 1763, João do Monte Medeiros seguiu, imediatamente, para ocupar sua sesmaria, situada nas terras banhadas pelo ribeirão Tavoassu (Vau Açu) e que fora doada pela carta de 30 de junho de 1756.

Documentos indicam que, em abril de 1768, o padre João do Monte de Medeiros já havia instalado sua Fazenda do Vau Açu, dotando-a de uma casasede, uma senzala, um depósito e um curral de porcos. Essa casa-sede, uma das primeiras edificações de toda região, existe ainda hoje, servindo de sede à propriedade denominada Fazenda Vau Açu ou Usina Santa Helena, no Km 07 da Rodovia MGT 120 120 que liga Ponte Nova a Viçosa.

Durante o Brasil Império, diversas paróquias e vilas foram homenageadas com o título de Cidade, o qual, na realidade, não trazia benefício ou promoção. No período Republicano, a Lei nº. 23, de 24 de maio de 1892, eleva à categoria de Cidade todas as Vilas Sedes de Comarcas. Só a partir deste ano que a denominação Cidade passa a equivaler à de sede de Município, portanto com a instalação de governo próprio e autonomia administrativa.

Assim, para Ponte Nova, de relevância histórica a Lei Provincial que a elevou à categoria de Vila, datada de II de junho de 1857, e não a Lei de nº. 1.300, de 30 de outubro de 1866, que apenas alterou sua denominação de Vila para Cidade.

Fazenda Vau Açu (vista dos fundos) construída na sesmaria concedida ao Padre João do Monte Medeiros
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