Representantes de entidades ligadas ao transporte público urbano de todo o Brasil foram unânimes em reconhecer a necessidade de ajuda financeira do Governo Federal para garantir a sobrevivência desse serviço, por meio de ajuda emergencial imediata e também de um novo modelo de financiamento dos sistemas de transporte público, para assegurar a qualidade que a sociedade exige. O assunto encontrou respaldo na direção da empresa São Jorge Auto Bus que tem contrato até novembro para realizar o transporte urbano e rural de Ponte Nova.
O Diretor proprietário da empresa, José Flávio Andrade, diz que a situação depois da pandemia mudou o cenário e que a perda de passageiros não permite a revitalização da frota. “Além disso, mesmo com ajuda de subsídios, a passagem tem preço defasado”, alegou o empresário que está trabalhando em Ponte Nova. Apuramos que a perda de passageiros depois do início da pandemia é superior a 40 %, que ocasionou a demissão de muitos motoristas e trocadores.
O apoio do Governo Federal por meio de ajuda emergencial foi uma das principais considerações dos participantes da audiência realizada em 18 de junho pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, conduzida pelo deputado Rodrigo Coelho (PSB-SC). “Vamos unir forças pelo socorro ao transporte público em todo país”, afirmou o parlamentar. O presidente-executivo da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos) Otávio Cunha, participou do encontro e destacou o cenário de crise do transporte coletivo urbano no Brasil, com demanda em torno de 60% e oferta de serviço em 80%, com um prejuízo acumulado pelas empresas durante a pandemia de R$14,2 bilhões.
Além disso, foi enfático ao afirmar que o ônibus não se sustenta mais com a tarifa paga pelos passageiros. Essa também foi à avaliação de outros participantes da audiência, como o presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, Paulo Guimarães, que defendeu socorro emergencial federal de R$ 5 bilhões por ano para subsidiar gastos com gratuidades do sistema, que impactam 20% da tarifa do passageiro pagante.