Seguindo o protocolo da prevenção à COVID-19, no início da semana vimos a volta as aulas dos alunos da rede particular de ensino. Mesmo que de forma híbrida, o acontecimento nos traz alento e incertezas no cenário ainda pandêmico. Em tempos normais escola não se fecha. Circunstancialmente, a medida do fechamento foi necessária. Ensino online é melhor que nada. O aproveitamento é significativamente menor e essa geração de jovens levará consigo uma deficiência de aprendizado que será sentida logo ali à frente. Há como recuperar o tempo perdido? Sim! Por parte das escolas particulares as chances de sucesso são maiores. Com melhores estruturas, amplo quadro pedagógico e sistema de gestão de ensino fiel ao planejamento, podem oferecer oportunidades de atualização. Espero que aconteça.
As escolas da rede pública por suas conhecidas limitações ainda não definiram quando voltam. A rede tem complexidades e em muitas delas, sofrem resistência por parte dos sindicatos e professores concursados com estabilidade de emprego. A torcida fica por conta de medidas administrativas por parte do Município, Estado e União, para viabilizem o reinício das aulas. A segurança e proteção precisam ser eficazes. Um país só se muda pela educação e mesmo com as limitações do sistema brasileiro de ensino, capacitar o jovem é o caminho. Precisamos de reformas.
A mudança de rotina do jovem, principalmente os inquietos adolescentes, requer atenção. Ao deixar de interagir com outros alunos no ambiente escolar manifestam reações adversas. Limitações para acompanhar aulas, o medo do desconhecido e muitas incertezas impõem a necessidade de cuidados especiais quando do retorno as aulas presenciais. O tempo de privação do convívio social foi longo. As reações psicológicas e psiquiátricas provocam ansiedade e depressão. Cai a motivação pela quebra da rotina. O ambiente na escola não pode ser triste. É preciso criar clima para a automotivação ao estudo.
O Sindicato dos Especialistas em Educação de São Paulo faz um alerta: “Os educadores, muitos dos quais vivem situações semelhantes, terão de lidar com tudo isso. Os gestores, em especial, terão grandes responsabilidades pelo papel de liderança que exercem e será mais necessário e exigido”.
Na opinião do diretor-executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, devemos nos preocupar. Afirma Mizne: “no começo, achávamos que seriam dois ou três meses de isolamento, e a preocupação foi mobilizar os estados para criar sistemas de ensino a distância, o que foi bem-sucedido. Com o confinamento prolongado, a saúde mental passou a nos chamar a atenção. A fadiga chegou e está cobrando a conta”.
O preço é alto e requer providências. A volta as aulas não significam que a pandemia esteja controlada. A variante DELTA aumentou a contaminação em vários países. Ela já está presente em nosso hemisfério. No Brasil, sete Estados iniciaram a aplicação da terceira dose (reforço) da vacina anti-covid. Em São Paulo a vacina Pfizer foi estendida para jovens até 17 anos. A imunização avança e no momento é a única alternativa. Mesmo que o amanhã seja revestido de incertezas, a humanidade tem poucas opções. BOA SEMANA, segura e de prevenção.