Com apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) os candidatos Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Arthur Lira (PROGRESSISTAS-AL) foram eleitos para presidir nos próximos dois anos o Senado e a Câmara dos Deputados respectivamente. Com isso, a expectativa fica por conta de maior entendimento entre o Legislativo e o Executivo. Pode significar maior agilidade na apreciação dos projetos do governo. Dentre os de maior destaque estão a Reforma Administrativa, Privatizações, com a Eletrobras no topo da lista, projeto que criminaliza o infanticídio indígena, flexibilização do porte de armas, liberação do ensino de crianças em casa (homeschooling) e as propostas para a retomada da economia. A prioridade fica por conta da aprovação do orçamento/2021 até março. Com isso as amarras se soltam e o governo vai poder honrar seus compromissos.
Tanto Rodrigo Pacheco como Arthur Lira se mostram dispostos a iniciar um processo de mudanças no relacionamento. Governar só é possível quando há entendimentos com o Legislativo. É só lembrar dos impeachments de Fernando Collor e Dilma Rousseff. Foram cassados por considerarem que os processos se iniciavam e findavam em si mesmo. Ledo engano! O senador mineiro pretende levar o estilo mineiro de fazer política pelo entendimento e pacificação. São 81 senadores e 513 deputados. Como se observa, a tarefa de pacificação de Arthur Lira na Câmara é mais complexa que a de Pacheco no Senado.
Mas nada é de graça. No gabinete do vice-presidente General Mourão foram nego ciadas as benesses a serem concedidas em troca de apoio (voto) aos candidatos apoiados pelo governo. Enquanto discutiam as eleições no Congresso, na mesa estavam os pedidos de generosas verbas para as emendas, cargos e até a criação de novos ministérios. Em dois anos de governo, Bolsonaro aprendeu que fazer política em Brasília passa pela tradição do “é dando que se recebe”. Quebrou a promessa de que não faria esse tipo de concessão. Se o resultado desse investimento for efetivamente a retomada da economia, geração de postos de trabalho, justiça social e forte redução da pobreza, já terá valido a pena.
Mas não pode haver euforia nas comemorações. Em se tratando de Brasil, os acordos políticos podem valer até a próxima alvorada. O governo precisa entender que apoiar candidatos não significa mandar neles e nem pensar que é só mandar os projetos que estarão sumariamente aprovados. As matérias são aprovadas em plenário e mesmo com as articulações e negociações dos presidentes da Câmara e Senado, há pela frente os partidos de oposição empenhados em não jogar confete na situação, afinal, 2022 é o próximo ano.
Seria interessante se esse otimismo de alinhamento entre o Palácio do Planalto e o Congresso nos permitisse sonhar com a evolução que nos leve a um novo modelo político. E nele, que as necessidades do povo brasileiro fossem sempre prioridades. Não é admissível que gente passe fome e continue morrendo nas filas dos hospitais por falta de estrutura para o atendimento, num país que dispõe de recursos e reservas das maiores do mundo. BOA SEMANA!