O sistema de saúde colapsou em várias cidades brasileiras. As infecções e óbitos provocados pelo coronavírus bateu recorde diário nesta semana. Ações no desespero levam Estados a fazerem transferências para outros, de pacientes em estado grave por falta de vagas em seus hospitais. Entendo que, quando você está em dificuldade, você está em aprendizado. Infelizmente o País não acreditou na possibilidade de uma segunda onda de contaminações, como nos mostraram claramente diversos países, principalmente França, Inglaterra, Alemanha, Itália, EUA e tantos outros. Aprender com as experiências externas teria poupado vidas. Pouco ou nada se fez.
As preocupações com as festas de final de ano foram apenas superficiais. Não passaram de alertas, mas nada se fez para melhorar as estruturas de atendimento nos hospitais. Depois veio o carnaval e a irresponsabilidade dos foliões que promoveram aglomerações, nos embalos do samba, agravou o quadro. O anúncio do início da vacinação impactou na mente das pessoas de que se podia liberar geral e que a situação estava sobre controle. Ledo engano. As contaminações aumentaram e faltam leitos, medicamentos, profissionais da saúde e já chegou a faltar oxigênio no Estado do Amazonas.
A politização da saúde continua. Estados e Municípios se movimentam junto ao Congresso Nacional e STF – Supremo Tribunal Federal – para obterem autorização para comprar vacinas. Querem comprar e entregar ao Ministério da Saúde para integrar o PNI – Plano Nacional de Imunização. Dá para entender? Seria o comprar sem licitar? Mais uma vez querem abrir a porta para os oportunistas e mestres das falcatruas. Na aquisição de equipamentos, principalmente respiradores, não houve transparência e milhões foram desviados. A montagem dos hospitais de campanha foi outro exemplo. Contratos milionários e pouco uso. As suspeitas e investigações desses desvios dormem tranquilamente à espera do acaso.
No momento em que os Hospitais de Campanha seriam mais úteis, estão quase todos desativados. Milhões jogados fora. Outro erro: os protocolos estão sendo adaptados no mundo e o nosso continua com o maléfico ficar em casa até o agravamento sem atenção ao tratamento precoce. As mudanças nas cepas do vírus colocam em dúvida a eficácia das atuais vacinas. Pessoas contaminadas estão se infectando pela segunda vez. Anteriormente entendia-se que o contaminado criava anticorpos para o vírus. Seriam as mutações as responsáveis?
As vacinas desenvolvidas em tempo recorde estão sendo reavaliadas. A corrida em busca do imunizante está movimentando bilhões de dólares e os laboratórios se apressam em produzir. O quadro atual não é animador. Não há perspectiva de tempo para se vencer a pandemia. Alguns especialistas falam em até 03 anos para o controle. No Brasil as ações lentas indicam que em 2021 não será possível imunizar toda a população. A atenção para idosos, grupos de riscos e profissionais da saúde é correta. Mas nos pós-carnaval a estatística indica que aumentou consideravelmente a infecção em pessoas mais novas com idade entre 30 e 50 anos.
Se não houver consciência por parte da população, medidas de restrições mais fortes devem ser tomadas. Sabemos que no caso há impacto na economia, emprego e renda. Façamos nossa parte. BOA SEMANA!