Imaginar 2021 como um ano melhor daquele que passou, é possível. Diversas mudanças prometem melhorar o relacionamento político entre o Executivo e o Legislativo. A economia terá outra vez no agronegócio a sustentação da balança econômica. A demanda interna deve incrementar as atividades do setor produtivo aquecendo a oferta de trabalho. Como no ano passado, o setor de serviços atuará como alternativa de renda para aqueles que não se reposicionaram no escasso mercado de trabalho. Se há boas perspectivas, não se pode relegar a plano inferior as carências que continuarão atingindo grande parte da população.
Diante das boas perspectivas nos deparamos com o passivo ambiental, de infraestrutura, saúde e segurança num cenário ainda de pandemia da COVID19. Problemas não resolvidos viram bola de neve e à medida que se tornam contenciosos, ficam mais difíceis de resolver. A União entra 2021 com dívidas de 1,31 trilhão de reais. Isso indica que não haverá dinheiro para atender todas as necessidades. A política tem sido dificultadora na busca do encaminhamento de soluções para as necessidades da população. Um modelo político viciado mistura necessidades prementes com os interesses político, que na maioria das vezes se sobrepõe as carências humanas de forma desumana. O Parlamento é gerido por grupos de interesses e concessões só são feitas no padrão “duas vias”.
As mudanças nas Presidências do Congresso Nacional com as saídas de David Alcolumbre e Rodrigo Maia, abrem perspectivas de novos horizontes para o relacionamento Executivo- Legislativo. Mesmo com as manobras de R. Maia para manter o “Centrão” no controle da Câmara Federal, são boas as perspectivas de mudança no quadro. Acontecendo, pode mudar também a “dobradinha” Câmara-STF, direcionando cada um para suas atividades reais. O aprimoramento político pode começar por essas mudanças. Nesse processo de evolução lenta, está a agilização das necessárias medidas para o desenvolvimento.
O imbróglio das vacinas atravessará o ano. Mesmo com a possibilidade de se iniciar a vacinação na virada de janeiro para fevereiro, esse será um pequeno começo, embora importante. Inicialmente os trabalhadores da saúde, idosos, portadores de morbidade e outros agentes de serviços essenciais, comporão a primeira turma de imunizados. O mundo todo corre atrás das vacinas e o Brasil não terá facilidade para adquirir. A alta demanda se soma a inércia e as indecisões para se firmar acordos de compras. O país tem 212 milhões de habitantes e imunizar a todos passa pela necessidade da segunda dose e disponibilidade das vacinas. É provável que o efeito “manada” não aconteça neste ano.
Na economia a meta da inflação para 2021 é de 3,75% com variação de 1,5% para +ou-. O efeito dessa meta atingirá principalmente os gêneros alimentícios e bens de consumo duráveis. Na previsão do Ministério da Economia o PIB deverá crescer 4%. Na previsão do setor financeiro o crescimento oscilará entre 3,0 e 3,5%. A CNI – Confederação Nacional da Indústria prevê expansão de 4,4% na atividade industrial.
Sem ser esplendoroso, este ano será melhor daquele que passou. Estaremos ainda num período de cuidados com a saúde e de retração das demandas. BOA SEMANA!