Visando eleições de 2022, o PR Jair Bolsonaro tira da gaveta o tabuleiro de xadrez e começa a jogar no velho estilo politiqueiro. Ao promover a minirreforma ministerial objetiva aproximar-se do “Centrão”. Ao trazer Ciro Nogueira, presidente do PP e principal Partido da base do governo no Congresso, JB visa construir um grande palanque para tentar a reeleição. Ciro Nogueira passa a responder pela Casa Civil. Uma forma de dar popularidade ao parlamentar que pretende ser candidato ao governo do Piauí. Com isso, o presidente mantém o apoio no Congresso e espera como resultado o alívio na pressão que sofre no Legislativo Federal, onde já conta com diversas alianças. Entre elas a do ex-presidente do Senado Federal Davi Alcolumbre (DEM-AP). Aliarse a Bolsonaro pode significar muitos votos. Alcolumbre trabalha para ser candidato ao governo do Amapá.
Outra possibilidade para consolidar um palanque expressivo, seria a saída do Ministro do Trabalho e Previdência Social, Onyx Lorenzoni, e sua provável candidatura ao governo do Rio Grande do Sul. Bolsonaro vai estimular também Rogério Marinho (PSDBRN) Ministro do Desenvolvimento Regional, para candidatar-se ao governo do Rio Grande do Norte. Há questões partidárias a serem resolvidas, já que seu Partido se coloca como oposição a JB e acena com candidato próprio à Presidência da República.
A bola da vez e grande trunfo do governo é apostar na candidatura do Ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas ao governo de São Paulo. Com grande popularidade e atuação no ministério, Tarcísio poderá ser a peça do xeque-mate no atual governador João Dória. Como se sabe, Dória se valeu da popularidade de Bolsonaro para eleger-se governador de SP. Posteriormente, Dória virou crítico ferrenho do Presidente. Nesse tabuleiro existe ainda outra peça a ser movida com cuidado. É o Ministro da Saúde e médico Marcelo Queiroga. Considerado altamente qualificado, Queiroga poderá disputar o governo da Paraíba ampliando o “palancão” pró reeleição de JB.
O presidente já manifestou apoio também a candidatura do senador Jorginho Mello (PL) ao governo de Santa Catarina. No Distrito Federal a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL) negocia com o governador do DF Ibaneis Rocha (MDB) apoio em troca de espaço no palanque para JB na capital federal. No Rio de Janeiro o governador Cláudio Castro deixou o PSC e filiou-se ao PL para aproximar-se do Palácio do Planalto. Castro busca apoio do presidente no reduto raiz de Bolsonaro.
No Amazonas, o atual governador Wilson Lima (PSC) encosta no Planalto para tentar a reeleição. Vai ter que vencer os movimentos do governo pró candidatura do ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello, minado na CPI da COVID-19 no caso da falta de oxigênio em Manaus. Fica claro que na política nada acontece por acaso. Só para relembrar, o presidente da CPI do Senado é o amazonense Omar Aziz (PSD-AM). No Pará, Everaldo Eguchi (PSL) posiciona-se como candidato do Planalto ao Governo do Estado. Em Rondônia, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), integrante da base do governo na CPI da COVID, tem a simpatia de JB para candidatar-se ao governo de Roraima. Alianças e popularidade em busca do xeque-mate. A política tem razões que a própria razão desconhece. BOA SEMANA!