Na última quarta-feira, 24 de março, foi formalizada a criação do Comitê Nacional para ações coordenadas no combate a Pandemia da COVID-19. Os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário se unem para despolitizar a crise na saúde e endereçar esforços para o combate mais eficaz do coronavírus. Juntam-se ao Comitê o Ministério da Saúde, Comunicações, técnicos e cientistas da área, assessorias, governadores e esses, por representatividade, os Comitês Municipais. As intenções são boas e levou o presidente da República a se manifestar em favor da vida, do tratamento precoce, e pasmem, não fez referência a economia. Esta, mais do que até agora, será fortemente afetada. Esses danos econômicos são custos decorrentes de muitos erros e vai para a conta das perdas das empresas.
O Comitê se reunirá semanalmente. Estão previstas ações de lockdown mais fortes. Possibilidade de feriadões de 03 a 10 dias, toque de recolher, restrições a mobilidade das pessoas, barreiras sanitárias municipais estaduais e internacionais. A medida atingirá todo o território brasileiro inicialmente por 14 dias. Findo o período, os resultados serão avaliados e a extensão desse prazo poderá acontecer. Os serviços essenciais estão mantidos com horários controlados.
Louve-se a iniciativa, mas não resisto a tentação de fazer referência ao tempo perdido. Acabamos de soprar velinhas para o primeiro aniversário da pandemia e somente agora acontece o despertar. Foram 12 meses de desencontros por falta de coordenação. A resistência do Planalto em manter como ministro da Saúde o General da ativa Eduardo Pazuello, autoritário, de pouca transparência e conhecimentos limitados, a classifico como o pior exemplo. A esperança está no novo Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que chega com um currículo que o credencia ao cargo.
As empresas estão à deriva. A maior parte da conta das incompetências baterá no seu passivo. Não há mais como garantir empregos. Os custos fixos estão em aberto e a inadimplência, se nada for feito, comprometerá a continuidade desses empreendedores. Necessário um SOS imediato por parte dos governos. Dentre as medidas de auxílio, que compreendo indispensáveis, estão: suspensão do contrato de trabalho com subsídio da União, parcelamento do recolhimento dos tributos estaduais, federais e municipais isentos de juros e multas e com carência mínima de 6 meses. O financiamento da folha de pagamento para que se mantenha a oferta de empregos também é necessária, com carência que permita a criação de fôlego financeiro quando da retomada.
Itália, Alemanha e Inglaterra e mais 16 países europeus estão na 3ª onda. Nós acabamos de entrar na 2ª. O que faremos com esse alerta? Apenas criar leitos e hospitais de campanha não basta porque é paliativo. É preciso ações eficazes para primeiro combater a propagação do vírus. Salvar a vida dos infectados é importante, mas cruel quando as pessoas morrem pelas consequências. Ninguém ficará confortável em saber que existem leitos de UTI disponíveis. Ser internado pela doença causa dor e incertezas a milhares de famílias. Somos todos responsáveis e devemos assumir com seriedade as recomendações preventivas. Diante da previsão de reduzir em 40% os casos de infecções e óbitos nos próximos 14 dias, fica o convite: FAÇAMOS NOSSA PARTE!