O medo da vacina

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Prestes a ser iniciado o período de vacinação no Brasil, as dúvidas sobre a confiabilidade da eficácia das mesmas preocupam pelo menos 52% da população. Os laboratórios donos das patentes impõe como condição para o fornecimento, declaração expressa do comprador que o isente de qualquer responsabilidade por efeitos colaterais. Ao anunciar a liberação de 250 bilhões de reais para compra de vacinas de quem tiver para vender, o Presidente Bolsonaro disse que ao ser vacinado o brasileiro firmará um termo de responsabilidade que isente o sistema de saúde de responsabilidades por efeitos negativos. Disse ainda, que a vacina não será obrigatória. É possível que essas falas acabem sendo reavaliadas pelo STF – Supremo Tribunal Federal.

A eficácia divulgada até o momento deixa margem para apreensões. Pesquisas e desenvolvimento de vacinas levam anos. Para enfrentar essa pandemia foram necessárias que algumas etapas desse processo fossem aceleradas. Para que isso fosse possível, obtiveram dos órgãos reguladores a “Autorização de Uso de Emergência”. Na prática, etapas de avaliação foram aceleradas ou queimadas. Em se tratando de saúde as pessoas querem segurança. Faço uma analogia com a decolagem de um avião. Se o Comandante anunciar que voaremos com segurança de 95%, alguém vai gritar “para tudo! Abra a porta que eu quero descer!”

Para enfrentar a COVID-19 as opções não são amplas. Quem tem boa saúde e idade não avançada, pode se sair bem dos eventuais efeitos colaterais da vacina. Quem possui comorbidade fica sujeito a ter que enfrentar efeitos indesejados que podem se associar no agravamento das doenças já existentes. Há também a possibilidade do efeito “manada”, onde os vacinados com os anticorpos adquiridos, contribuam para o extermínio do coronavírus. Ou continuar indefinidamente usando máscara e álcool gel.

Uma das vacinas candidatas mais promissora é a da PFIZER®/ BioNtech®(USAAlemanha). A 1ª dose começou a ser ministrada no último dia 14 nos Estados Unidos. A segunda e necessária dose deve ser aplicada no 21º dia pós primeira. Os efeitos são esperados a partir do 28º dia. Até lá, os cuidados com a higiene e outras medidas de prevenção devem continuar, como o uso da máscara. A eficiência obtida após a fase 3, teste em humanos, foi de 95%. Pessoas testadas: 43.661 voluntários entre Estados Unidos, Brasil, Argentina, Alemanha, Turquia e África do Sul.

Outra vacina com a qual o Brasil firmou interesse é a AstraZeneca/Oxford do Reino Unido. A eficácia obtida na fase 3 é de 70,4% com expectativa de atingir mais de 90% em breve. Foram testados 11.636 voluntários na Inglaterra e Brasil. Quando liberada, o convênio permitirá que a vacina seja produzida no Brasil pelo Instituto FIOCRUZ-RJ, com capacidade de produzir 15 milhões/doses/mês.

Movimento liderado por São Paulo traz a Coronavac da China. A 3ª fase dos testes está em andamento e 13 mil pessoas foram testadas no Brasil. China, Indonésia, Turquia, Bangladesh, Filipinas, Arábia Saudita e Chile integram o programa. A eficácia anunciada é de 97%. O que me deixa na dúvida é a falta de dados documentados que impedem a ANVISA de liberar a produção de 30 milhões/doses/mês pelo Butantã/SP.

A decisão é pessoal. Eu espero mais resultados para me oferecer à seringa. BOA SEMANA!

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