O país vive momentos de conflitos ideológicos. Esquerda e direita, escoltados pelos partidos de centro, abrem seus arsenais e disparam tudo de olho nas eleições do próximo ano. A CPI – Comissão Parlamentar de inquérito – em curso no Senado Federal, virou palanque eleitoral. Ataque contra defesa. O esquema é simples de ser entendido. Desconstruir a possibilidade de reeleição da situação atual e voltar ao poder pelas urnas, já que por outros meios está difícil. A CPI sob o pretexto de investigar os erros eventualmente cometidos pelo governo federal no combate a pandemia, quebra todos os protocolos. Não há decoro por parte dos parlamentares ao se dirigirem as testemunhas, tratando-as como se culpadas “já fossem” prejulgando como culpados aqueles que não dizem aquilo que essa oposição quer ouvir.
Como diz a própria sigla, a Comissão é de Inquérito com o mister de apurar provas/evidências encaminhando-as posteriormente para que o Ministério Público promova a responsabilidade civil ou criminal dos investigados. Assistindo sessões dessa CPI ouve-se, frequentemente os senadores da oposição, e que integram o G7, falar em crime cometido, genocídio, culpas etc., como se fosse deles a responsabilidade do julgamento. A condução dos trabalhos traz “tons” de parcialidade se contrapondo aos princípios da democracia que queremos e da CF – Constituição Federal. Fica a impressão de que na luta pelo poder vale tudo.
Na democracia dos meus sonhos cabem todas as ideologias, desde que elas não oprimam o cidadão e respeitem seus direitos. Os partidos não podem se valer do Estado para estabelecer dinastias e feudos que usam o poder para benefício próprio. No Brasil essa prática é tão rotineira que por vezes tenho a sensação de que “roubar” a população virou prática que deve ser aceita. NÃO! E dever de todo cidadão cobrar daqueles que nos representam através da política, que a CF seja respeitada e não aplicada de acordo com as conveniências dos “donos do poder”.
Politicamente vivemos num mar revolto. Os manuais ideológicos passaram a ser apenas um amontoado de letrinhas que servem de pretexto para definir a cor das bandeiras. Querem me fazer entender que a esquerda inclui progressistas, sociais liberais, ambientalistas, social-democratas, democráticos-socialistas, libertários socialistas, secularistas, socialistas, comunistas e anarquistas. Pura teoria, porque na prática é diferente. De outro lado, a direita inclui neoliberais, econômico-libertários, conservadores e reacionários. Particularmente de ideologias e tendências anticomunistas, autoritárias, nacionalistas extremas e nativistas. O discurso é o da ordem.
Esses conceitos sofreram, ao longo do tempo, profundas mutações. Quem os escreveu já não vivem mais e são de épocas em que o contexto apresentava certa lógica. O mundo mudou, o socialismo e o comunismo fracassaram e hoje são regimes opressores cerceadores da liberdade. São muitos os exemplos. O capitalismo e a democracia plena também são contestados. A conclusão é de que não existe regime perfeito, apenas vocação humana. No Brasil a base é a família, educação, formação/capacitação, liberdade, trabalho e conquista através do esforço e das oportunidades. A vocação do brasileiro é vencer. Mesmo que isso não seja unanimidade, representa os anseios da maioria. POR UM PAÍS JUSTO E SEM CORRUPTOS!