Terminaremos o ano com insegurança política e incertezas econômicas para 2023. Politicamente pioramos. Quem se profissionalizou na política coloca as manguinhas de fora para não perder poder e as oportunidades que os cargos oferecem. Somos um país com o voto Parlamentar mais caro do mundo. Eleger-se é processo de barganha e pouca transparência. O sistema político é revanchista e planeja para o longo prazo. Os fatos são muitos. A destruição da Operação Lava Jato teve, nesta semana, novos episódios com o afastamento do ex-coordenador Eduardo El Hage e censura à juíza Gabriela de Góes. A punição é aviso. “Não mexam com corruptos poderosos!”.
Os compromissos de campanha obrigam o novo governo a expandir a Esplanada dos Ministérios. Não se sabe ainda quantos ministérios serão criados para acomodar os aliados. Fale-se em mais 13. A farra com o dinheiro do contribuinte começou antes da posse. Ao longo dos próximos 04 anos serão gastos bilhões em salários e demais custos de manutenção dessas estruturas pouco produtivas. Os ministérios doravante serão políticos e não mais técnicos como vinha acontecendo. O país dá passos largos rumo à desorganização.
A PEC do Fura-teto foi aprovada ao custo de mais 18 bilhões de reais em emendas parlamentares. Com a verba já prevista no orçamento, essa rubrica será maior que o valor destinado a investimentos em infraestruturas. Deve ultrapassar a 50 bilhões. Essas emendas também conhecidas como orçamento secreto, abrem possibilidades incríveis. O parlamentar pode destinar a quem quiser e ninguém ficará sabendo por que é “secreto”. A decisão foi política e de iniciativa do Congresso Nacional. Nesse formato abriu-se também a possibilidade de o parlamentar destinar/negociar verba para Estado que não o seu. Qual a vantagem? Junto com a verba poderá ir uma empreiteira ou fornecedor de relações próximas. Haja segredo!
Mas não para aí. O plus das emendas dos parlamentares passa a ser definitivo porque virou Lei através do PEC. Nesse pacote da farra com o nosso dinheiro, foi aprovado também o aumento dos salários dos Congressistas. O novo presidente também terá aumento antes de começar a trabalhar. Para não haver desgaste público com novos aumentos já foram previstos reajustes para janeiro/23, abril/23, fevereiro/24 e fevereiro/2025. O aumento visa equiparar salários e benefícios com o STF cujo aumento de 18% a Suprema Corte aprovou para si a pouco mais de 04 meses. Esses reajustes beneficiam também outras categorias. O projeto entrou na pauta na última 3ª feira à noite, sem prévio aviso. Eles sabem da nossa passividade e nos passam a conta para pagar. O poder que emana do povo termina no instante do voto.
Na política brasileira é comum a prática do toma-lá-dá-cá. Os procedimentos são legais porque se valem da legislação, poder e prerrogativas do cargo. Existem exceções e as louvo. O aspecto moral não conta por que somos um país de muitas fragilidades. Essa pequena amostragem retrata o domínio que a política exerce sobre os cidadãos. Sem voz e nem plenário, somos presas fáceis do sistema que eles criaram.
Desejo aos amigos da coluna MUITA LUZ, PAZ E PROSPERIDADE. FELIZ NATAL!