A decisão do Comitê de Saúde Municipal decretou que Ponte Nova aderiu à “Onda Roxa” que impõe medidas mais restritivas na vida das pessoas, que já não é normal. A medida, praticamente igual para todos os municípios do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião do Vale do Piranga (CISAMAPI), objetiva restringir a circulação de pessoas evitando aglomerações e o consequente contágio. Os serviços essenciais operam em regime de horário restrito/ plantões. A medida é decorrente do aumento do número de infectados e o quase colapso do sistema de saúde. Nossa cidade por ser polo regional e referência em saúde, acolhe pacientes de mais de uma dezena de cidades da região, fato que contribuiu para o esgotamento dos leitos de UTI destinados ao tratamento da COVID-19 (Corona Vírus Disease). A luta é pela preservação da vida e vale inicialmente, até o próximo dia 22 de março.
Economia e saúde andam juntas. Difícil uma sobreviver sem a outra. Neste momento elas estão separadas por segmentos. O fato desagrada os empresários afetados pela determinação e preocupados com o faturamento zero e os custos fixos em aberto. Pelo país afora iniciam-se manifestações através das entidades de classe contra as medidas similares, com ameaça de demissões em massa. As decisões não são fáceis para prefeitos e governadores. Ao decretar fechamentos, perdem as receitas dos impostos, e popularidade. A opção pela preservação da vida é lógica, mas a forma como é imposta precisa ser revista.
Nas entidades representativas dos empresários, ACIP/ CDL e SindiComércio Ponte Nova, a insatisfação é grande. Antes participativas nas reuniões do Comitê da Prefeitura e CISAMAPI, sentiu-se desprestigiada ao ser alijada desses encontros onde dava sugestões e faz campanhas amplas para a obtenção do equilíbrio entre a saúde e a economia. Os empresários se sentem relegados a plano secundário com a sensação de inexpressividade fiscal e política, num cenário em que todas as partes são cúmplices.
Medidas de prevenção são necessárias. Mas há que se rever aquelas que se mostraram ineficazes. Onde não havia fila e aglomeração, passou a acontecer pela limitação do horário de funcionamento. Exemplos são as padarias e supermercados fazendo filas e aglomerando. Também existem outros. Espera-se que na próxima reunião do Comitê aconteçam os ajustes necessários e a flexibilização de alguns horários dos serviços essenciais e até a liberação do atendimento “delivery” para atenuar as perdas dos segmentos fechados. Entendo que o sistema de saúde precisa de mais fôlego. Como compreendo também a importância da participação da comunidade. Infelizmente para muitos a pandemia foi relegada a plano secundário. O momento exige participação, e, se ela existisse no padrão recomendado, não estaríamos surfando na ONDA ROXA.
Nesta semana também houve surfe na onda vermelha. O STF através de decisão monocrática do ministro Edson Fachin anulou as condenações de Lula. O ex-presidente não é mais nem réu e voltou a ser elegível com ficha limpa. Declarou o ministro que a 13ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar casos do triplex do Guarujá, Sítio de Atibaia e do Instituto Lula. Transformou um ato de competência maior que a culpa e as provas. É o Brasil dando vivas a impunidade!