Concluídas as eleições municipais, as urnas nos contaram que o país tende a ser conservador. Com a predominância das cadeiras sendo obtidas pelos partidos de “centro-direita”, temos a confirmação de que o capitalismo nacional é uma vocação. Cada vez mais as massas de manobra se posicionam com isenção diante das influências exercidas pela dependência da distribuição de migalhas. O brasileiro vem demonstrando que a liberdade só é completa quando cessa qualquer tipo de dependência do Estado. Conquistar pelo próprio esforço e pela liberdade de escolha de ir e vir, é valor que pouco a pouco vem se tornando consciência popular.
A decadência dos partidos de esquerda, principalmente o PT – Partido dos Trabalhadores – acena com a necessidade de reconstrução de diversas siglas de ideologia socialista comunista. O PT não elegeu nenhum prefeito nas capitais. Nesse cenário, o PSOL de Guilherme Boulos e o PCdoB Manuela D’Ávila se oferecem como sucessores de Luiz Inácio (PT) no afã de canalizar forças para suas siglas. Ambos defendem correntes como a reformista e até revolucionária. Se movimentam da esquerda à extrema-esquerda e ideologicamente defendem o socialismo democrático. Esse modelo centraliza o poder, controla o Estado e favorece grupos que sustentam esse poder.
Mesmo cercado por países que enveredaram para a esquerda, como Venezuela, Equador, Bolívia e mais recentemente Argentina, o Brasil tem resistido. Essa resistência vem da paixão que temos pela liberdade. O fracasso do regime centralizador na Venezuela, Cuba e tantos outros, são exemplos de opressão que a maioria dos brasileiros abomina. As eleições demonstraram ainda que profissionais da saúde melhoraram suas performances nas urnas. No segundo turno conquistaram 11 dos 57 municípios, 2% a mais que em 2016. Candidatos das Forças Armadas foram eleitos para 04 Prefeituras. Apenas um religioso elegeu-se prefeito. É possível que a pandemia tenha levado o pessoal da saúde a disputar cargos eletivos, numa demonstração de insatisfação com o sistema e gestão da emergência sanitária. Já os militares reformados, policiais civis e bombeiros militares perderam espaço desde 2016. Os religiosos também perderam.
Politicamente continuamos desorganizados. As articulações do Congresso Nacional para permitir a reeleição de Rodrigo Maia (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado) é tentativa de rasgar novamente a Constituição. Nesta sexta-feira (4/12) o STF – Supremo Tribunal Federal – e parecer da PGR – Procuradoria Geral da República – deve decidir que o assunto é de ordem interna do Congresso. Na prática, abre-se a ilegal possibilidade de que os atuais presidentes manobrem em prol de suas reeleições, mantendo a corrente de poder que conspira contra a Carta Magna. Fica claro que a posição do STF é para evitar degastes com o Congresso, detentor do poder constitucional de cassar ministros.
E na espera de uma vacina eficaz contra a COVID-19 é preciso redobrar os cuidados pessoais de não proliferação. Vídeo recente do Prefeito Wagner Mol nos dá conta de que passam de 1400 contaminados na cidade. O potencial de propagar a contaminação aumenta consideravelmente. Restrições foram adotadas e bares, restaurantes e lanchonetes passam a fechar as 19 h. Conter o crescimento da pandemia passa pela conduta de todo cidadão. FAÇAMOS NOSSA PARTE!
Adilson Bombassaro – Analista de Economia e Política