“As arboviroses são doenças transmitidas por artrópodes, divisão mais numerosa de animais invertebrados dos quais podemos citar, principalmente, os insetos. No mundo, existem cerca de 545 espécies de arbovírus. Aproximadamente 150 delas causam doenças nos seres humanos”, é o que garante o biólogo João André Martinson Salesbram, especialista em Análise Ambiental e técnico administrativo da Escola de Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter, de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
A circulação dos arbovírus se dá em ambientes tropicais, nas florestas, mas devido à ação antrópica e as mudanças climáticas, estes podem entrar em contato com os seres humanos. No Brasil, essa exposição ocasionou uma epidemia, entre os anos 2015 e 2016, de três tipos de arbovírus que são transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti: Dengue, chikungunya e Zika. Em humanos, além de um número expressivo de mortes, o vírus da Zika também ocasionou sequelas em bebês, como a microcefalia.
Estes bebês irão carregar essa sequela para a vida toda, e ainda estão sendo estudadas possíveis complicações decorrentes dessa doença. Neste sentido, a saúde pública deve prestar assistência à saúde, com acompanhamento periódico, distribuição de medicamentos durante todo o tratamento. Embora os efeitos do Zika vírus tenham se mostrado mais severos em bebês, os cuidados por parte da saúde pública não devem ser concentrados apenas em crianças, pois tanto o vírus da Zika, quanto da Dengue e Chikungunya também podem trazer complicações em mulheres grávidas e em idosos.
O ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais, encontram alguns desafios no combate a circulação e também no tratamento dos diferentes tipos de arbovírus no Brasil. Falando dos desafios enfrentados para conter a circulação, pode ser citada a grande extensão do território nacional, juntamente com o crescimento desordenado da maioria das cidades, e a poluição, que dificulta ações de controle e fiscalização.
Ações são necessárias para prevenir e combater os vetores que transmitem essas doenças, neste sentido, o ministério da Saúde, secretarias estaduais e municipais vêm atuando frequentemente com ações de orientação a população, visitas rotineiras nas casas, a fim de fiscalizar, quando detectado, possíveis surtos em uma determinada localidade, entre outros programas de combate.
(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977