O setor de manejo de resíduos sólidos gera emprego e renda. Ele representa, no Brasil, cerca de 400 mil empregos diretos e um milhão de empregos indiretos. Os números correspondem a R$ 10 bilhões por ano em folha de pagamento, pois atuam neste meio diversos profissionais: engenharia civil, ambiental, mecânica de produção, técnicos em coleta e saneamento, biólogos, ecólogos, economistas, administradores, especialistas em logística, entre outros.
No dia 17/05, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, esteve em Belo Horizonte para falar do Programa Lixão Zero e assinou na frente do governador Romeu e do presidente da Federação da Indústria de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe, um edital com R$100 milhões para aplicar em projetos elaborados por consórcios intermunicipais com a finalidade de acabar com os lixões, como é o caso de Ponte Nova.
O município de Ponte Nova gera diariamente quase uma tonelada e meio de lixo. O Brasil gera, diariamente, cerca de 200 mil toneladas de resíduos sólidos. Deste montante, 35 mil toneladas terminam dispostas em lixões. Apesar de proibida, a prática ainda é comum – são mais de 2,7 mil lixões a céu aberto no País. Quem paga o preço do descarte inadequado é a saúde das populações mais vulneráveis. Para modificar o cenário, a alternativa é investir em novos modelos de manejo de resíduos.
Com a aprovação do novo Marco Legal do Saneamento Básico vai trazer sustentabilidade financeira aos investimentos, como a implantação de aterros sanitários ou usinas de geração de energia pelo sistema biológico sem a queima que gera o gás carbônico e ataca o ar.
Instituída em 2010 no Brasil, a PNRS estabelece que os resíduos devem obrigatoriamente, passar por processos de tratamento antes da sua disposição final em aterros. A partir da legislação nasceu o termo rotas tecnológicas, abrindo uma gama de alternativas de formas de gestão de resíduos, desde a mais simples, onde há a separação da matéria orgânica dos materiais recicláveis e rejeitos, até as mais sofisticadas.
Recentemente, há um enorme movimento entre as rotas tecnológicas focado na recuperação energética dos resíduos sólidos, chegando à geração de energia elétrica através a incineração ou do aproveitamento do biogás muito diferente da realidade nos lixões.
Os aterros sanitários são obras de engenharia, submetidas a rigorosos procedimentos, desde licenciamentos ambientais, à operacionalidade, à fiscalização com rígidos controles ambientais e, finalmente, às exigências técnicas para seu encerramento”.
(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta. Ambientalista desde 1977