O Ministério da Saúde anunciou em agosto que passará a oferecer a terceira dose da vacina contra a COVID-19 para idosos e imunossuprimidos; Essa etapa da vacinação deve começar com os maiores de 80 anos no dia 15/ 9/21, quando o ministério espera ter vacinado toda a população com mais de 18 anos com ao menos uma dose da vacina.
Assim, a vacinação de idosos e imunossuprimidos deve ocorrer concomitantemente à de adolescentes de 12 a 17 anos e adultos que ainda não completaram o esquema vacinal. “Essa é uma decisão acertada, já que o principal fator de risco para evolução de formas graves da doença continua sendo a idade”, afirma o dr. Renato Kfouri, infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Ainda de acordo com o dr. Kfouri, há uma diferença entre terceira dose e dose de reforço. “A terceira dose significa uma mudança de calendário no esquema primário. Algumas populações que sabidamente respondem mal às duas doses, como os imunossuprimidos, deverão receber três doses da vacina, sendo a terceira 28 dias após a segunda dose. O esquema, para esse grupo, passa a ser de 03 (três) doses”, explica o infectologista. Já nos idosos, que na prática também receberão 03 (três) doses das vacinas (com exceção da vacina da Janssen, que requer dose única), a terceira dose funcionará como um reforço para manter a imunidade, já que esse grupo apresenta redução da proteção devido à imunossenescência (processo natural de envelhecimento do sistema imune).
ESTUDOS RECOMENDAM REFORÇO E 3ª DOSE
Um estudo mostrou que maiores de 55 anos apresentam uma resposta mais baixa de células T, muito importantes na efetuação de resposta imune, com a CoronaVac (vacina de vírus inativado), quando comparados com indivíduos mais jovens. De acordo com os pesquisadores, esse grupo se beneficiaria de uma dose de reforço com outro imunizante.
Outro estudo também revelou que a efetividade da CoronaVac, que no Brasil foi fundamental para a redução de casos graves e óbitos em todas as faixas etárias, cai com a idade, fenômeno que também ocorre com outras vacinas, como a da AstraZeneca.
Um dos autores do estudo, Otávio Ranzani, médico intensivista e epidemiologista da USP e do Instituto de Saúde Global de Barcelona (Espanha), conclui: “A decisão de uma dose de reforço é importante para populações com esperada baixa resposta às duas doses das vacinas, como aqueles acima de 80 anos ou com alguma supressão do sistema imune. Tanto estudos da resposta imune quanto de efetividade já mostraram uma resposta do sistema imune além da desejada nessas populações”.
Imunussuprimidos devem receber a 3ª dose depois de um intervalo de 28 dias após tomar a última dose de uma das vacinas disponíveis no país (Janssen, CoronaVac, Pfizer ou AstraZeneca). São considerados imunossuprimidos: transplantados de órgãos sólidos e de medula óssea; pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; pessoas com HIV/Aids; pessoas que utilizam medicamentos imunossupressores ou têm imunodeficiências.