(*) Jil Isidoro
Eu não sou de Ponte Nova, mas toda minha família é. Meu pai foi radialista há muito tempo na cidade e morou no Bairro de Fátima. Minha mãe foi professora por alguns anos e morou no Bairro Pacheco. Casaram-se em Palmeiras e eu nasci em Ouro Preto, onde moro até hoje.
Ir à Ponte Nova sempre é uma alegria, mas mesmo anos e anos visitando, nada foi como a última vez. Uma cidade de ruas movimentadas, lojistas animados e bares mais ainda: não era mais a mesma!
Em uma visita à prefeitura, percebi a gravidade do baque que a pandemia causou na administração de tudo, do município, das lojas, da imprensa. Como manter as pessoas em casa se é o comércio que faz a engrenagem da cidade funcionar? Prefeito acometido de uma empatia profunda aos profissionais de saúde e pacientes, comerciantes preocupados e com o olhar atento na rua de seu comércio.
Profissionais da mídia local estão atentos e locutores se esforçam para que o público seja entretido e bem informado, vestem a roupa da animação e bom senso e vão até a emissora. Do Afonso Reis até o Ricardo Motta, todos estão empenhados para cobrar nenhum direito a menos e nenhum privilégio a mais dentro de Ponte Nova.
Quando sai de Ouro Preto, que tem cerca de 230 casos confirmados para a COVID-19, passei por Mariana que já chega a quase 800 casos e cheguei a Ponte Nova, onde tive a certeza que nenhum governante sabe a forma correta de lidar com a pandemia enquanto cada um priorizar o individual e não cuidar do coletivo.
O espiral tem início, meio e fim, porém, a demora, para que seja feita a primeira, a segunda, a terceira volta e chegar ao fim pode parecer uma eternidade, mas basta pegar num caderno de arame para ter certeza, que o espiral tem um fim. E nós iremos sair dessa.
(*) Jil Isidoro, radialista da Rádio Itatiaia, é filha do radialista Antônio Isidoro. Este, por sua vez, começou a carreira profissional em 1980 e continua na ativa.